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Sobrevivência difícil para micro

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O Amazonas tem a segunda pior taxa de sobrevivência para micro e pequenas empresas do Brasil, de acordo com estudo divulgado ontem, pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
De acordo com a pesquisa, apenas 59% dos micro e pequenos empresários que começam negócios no Estado ultrapassam os dois anos com os empreendimentos funcionando. O Amazonas fica na frente apenas de Pernambuco, cuja taxa de sobrevivência é de 58%. A média nacional é de 73%.
O gerente de Planejamento do Sebrae no Amazonas, Vicente Schettini, declarou que o resultado do levantamento indica que é preciso buscar ainda mais compreensão sobre o universo das micro e pequenas empresas. “A partir desses números, vamos aprofundar as razões e buscar um ponto de inflexão para tomr as devidas providências”.
De imediato, ele destacou que muitas razões contribuem para o quadro atual, entre elas, o perfil do empreendedor. Muitas vezes ele abre um negócio próprio por necessidade e não por visualizar ali uma oportunidade lucrativa. Também há a falta de uma investigação inicial, ou seja, uma pesquisa para saber se a oportunidade é viável, e ainda uma baixa escolaridade e pouco capital de giro para iniciar a empreitada”, detalhou.
Além disso, o gerente apontou que gargalos estruturais do próprio estado, como problemas logísticos, de infraestrutura além da falta de incentivos fiscais especiais, concedidos em outras regiões, também inibem o desempenho. “A situ­ação do Amazonas, acom­panha o resultado pouco satisfatório da região norte, uma vez que essa não é uma deficiência apenas nossa mas de toda a região, pois nunca houve aqui uma cultura de educação empreendedora”, justificou.
O presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Gaitano Antonaccio, criticou a política de incentivos aos micro e pequenos empresários. “Às vezes, o micro empresário deixa de pagar R$ 1.200 de impostos por conta dos incentivos, mas com contas de água, luz, telefone, IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) chega a gastar R$ 5.000, por exemplo. Do que adianta?”, questionou.
Na opinião dele, faltam juros subsidiados e mais incentivos para essa categoria empresarial.
Embora a pesquisa aponte um desempenho desfavorável para o segmento no Amazonas, a vice-presidente da Femicro–AM (Federação das associações de microempresas e empresas de pequeno porte do amazonas), Rai Lima, aposta numa evolução dos micro e pequenos.
“A nossa percepção, é que mesmo a passos lentos, a mortalidade dessas empresas vem diminuindo, ainda é uma melhora mínima, mas quem acompanha de perto verifica que está acontecendo”, avaliou.
Para ela, um dos fatores que ainda precisa evoluir para a melhoria da performance amazonense, é entre outros, uma intensificação de busca da informação por parte do empreendedor.
Nesse sentido, Vicente Schettini, ressaltou que o Sebrae – AM está intensificando os esforços para a formalização e manutenção dos micro e pequenos empreendedores no mercado. “Até dezembro do ano passado, registramos 11.301 empreendedores individuais, queremos aumentar esse número. Estamos trabalhando para isso”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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