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Situação da Seminf traz gargalo para obras de Manaus

Alvo constante de críticas e reclamações, a Seminf (Secretaria Municipal de Infraestrutura) alega estar sem as mínimas condições para a execução de obras em Manaus, uma situação ainda mais agravada com o desfalque de servidores. Muitos deles, com mais de 60 anos, foram obrigados a ficar em casa por conta da pandemia do novo coronavírus.

O assunto dominou os debates na sessão plenária dessa terça-feira (16) na CMM (Câmara Municipal de Manaus). De forma unânime, independentemente de ideologias e partidos políticos, os vereadores reconheceram que a Seminf vive, hoje, um completo ‘sucateamento’, herdado de várias gestões da prefeitura nos últimos anos.

“Realmente, a Seminf passar por um momento muito grave. O próprio secretário Marcos Rotta reconhece ser muito difícil dar andamento a serviços sem ter o mínimo de infraestrutura em termos de equipamentos e mão de obra”, disse o vereador Marcelo Serafim (PSB), líder do prefeito na Câmara.

Segundo o parlamentar, as chuvas que castigam a capital nesta época do ano são também outro grande gargalo para executar trabalhos emergenciais. A população reclama da lentidão dos serviços, o trânsito fica congestionado, exigindo paciência de motoristas e pedestres. Estruturas de drenagem se rompem, levando a interdições de várias vias na área urbana e na periferia.

E  o que se vê no tráfego da cidade é uma verdadeira confusão, principalmente nos horários de pico nas principais ruas de Manaus. “A Seminf poderia já estar equipada com máquinas que fazem múltiplos serviços, dando celeridade aos trabalhos. Mas está sucateada, não podendo dar a contrapartida que a população espera”, acrescentou o parlamentar. Ele disse que a prefeitura perdeu R$ 200 milhões em arrecadação, algo que também compromete a execução de projetos na capital.

Uma das estratégias da Seminf é entrar com força total nas obras a partir de julho, período em que as chuvas diminuem, revelou Marcelo Serafim. “Até lá, a secretaria vai elaborar um cronograma de serviços para prevenir problemas como os que assistimos agora”, afirmou o vereador.

O vereador Raulzinho (PSDB) lembrou que a Seminf possui um quadro de mil servidores, mas só 800 deles estão trabalhando. “Essas pessoas foram afastadas dos serviços porque são de risco para a Covid-19”, afirmou. “Melhor mesmo é definir um planejamento estratégico para retomar as obras no verão”, salientou ele.

Mudança radical

O vice-prefeito e secretário da Seminf, Marcos Rotta, disse que a pasta trabalha com um quadro de servidores muito reduzido, o que a impede de realizar os serviços com maior rapidez em Manaus.

“Esse desfalque tem se traduzido em pouco infraestrutura nos bairros, mas nós vamos melhorar. É o nosso compromisso”, afirmou Rotta. Segundo ele, em breve, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), vai anunciar uma nova roupagem, uma completa e radical reestruturação, modernização, da Seminf.

“O prefeito anunciará uma grande mudança na Seminf. Ela terá a estrutura que merece. Não vai demorar, a cidade irá perceber essa modificação radical nas operações da secretaria na cidade”, afirmou Marcos Rotta.

De acordo com o secretário, os servidores da secretaria trabalham, hoje, como “verdadeiros heróis”, executando serviços sem as mínimas condições de trabalho. “Nos moldes que está, a secretaria já cumpriu o seu papel. Mas precisa melhorar para atingir as condições ideais, adequadas”, salientou.

Rotta afirmou que, em 1993, havia 5 mil ruas em Manaus, e hoje já são 8 mil vias que precisam de uma constante manutenção, implicando em mais infraestrutura, maiores investimentos e novas ferramentas tecnológicas para a execução dos serviços na cidade.

O secretário explicou que, para se modernizar, a Seminf exige mais tecnologias e um aperfeiçoamento contínuo na mão de obra dos seus servidores. “Nossos funcionários estão todos defasados. Mas vamos procurar sanear todas essas dificuldades”, enfatizou.   

O secretário disse, ainda, que as obras de drenagem na avenida Torquato Tapajós foram realizadas em tempo recorde, mas alertou que o problema é antigo em Manaus, vem de muito longe. “São estruturas que têm mais de 40 anos de existência. As águas agem de forma silenciosa e não podemos prever quando isso irá acontecer”, afirmou.

Marcos Rotta também criticou o viaduto na Avenida Constantino Nery, concluído durante a gestão passada da prefeitura. Segundo ele, o projeto manteve uma tubulação da rede de abastecimento de gás natural na área construída que representa um perigo para quem circula pela via.

“Vamos conversar com a Cigás para avaliar a situação e ver de quem, realmente, é a responsabilidade dessas falhas que põem em risco a vida da população”, afirmou,  

O ex-prefeito Arthur Neto (PSDB), que deixou o cargo em dezembro de 2020, disse que as críticas ao projeto de construção do viaduto são infundadas, envolvendo apenas questões políticas com o objetivo de prejudicar sua imagem junto à população.

Foto/Destaque: Márcio Melo / Seminf

Marcelo Peres

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