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Sindicatos criticam cenário econômico

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No Dia do Trabalho, os trabalhadores amazonenses não têm muito que comemorar. Pelo menos essa é a opinião da maioria dos sindicatos, que criticam o momento econômico vivido pelo país, a desvalorização do salário e o alto número de demissões. Os dias que antecedem e sucedem a data foram (e serão) marcados por manifestos dos trabalhadores.

Construção Civil
Na construção civil, o Sintracomec-AM (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Amazonas) usará a data para reunir os trabalhadores e discutir melhorias para a categoria, que pretende ir as ruas no dia 9 de maio. “Não temos o que comemorar. Vamos nos reunir para organizar um grande protesto que será feito dia 9, na sede do governo e Prefeitura de Manaus para cobrar os direitos da construção civil. Os anos de 2013 e 2014 foram anos de muito trabalho, mas poucos avanços e conquistas”, destaca Cícero Custódio, presidente do Sintracomec-AM.
O Sintracomec irá se manifestar cobrando Plano de Saúde para o trabalhador, participação no “Minha Casa Minha Vida”, projeto social do governo federal, e o fim do desconto do trabalhador destinado ao clube do trabalhador do Sesi. “Nos trabalhadores da construção civil hoje a empresa paga 1,5% do salário do trabalhador para o Sesi e não temos benefícios nenhum. Não temos plano de saúde e nem conseguimos pegar imóveis do ‘Minha Casa, Minha vida’. O INSS você paga para ser humilhado. Vamos parar os 80 mil trabalhadores da construção civil do Estado”, comenta.
A desvalorização do salário mínimo e reajuste no salário dos trabalhadores também são motivos que levam os trabalhadores a protestar. A Força Sindical do Amazonas, já anunciou que provavelmente irá aderir à greve nacional que pretende parar trabalhadores de vários segmentos em maio. A reunião do dia 7 irá definir de que forma se darão as manifestações. “Lutamos para que seja mantida a política de valorização do salário mínimo e de ganhos reais para os trabalhadores. É preciso dar mais atenção para o momento econômico vivido pelo país”, enfatizou o presidente da Força Sindical do Amazonas, Vicente Filizzola.

Indústria
Os dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconomicos) reforçam o reclamado por Vicente Filizzola. Os números mostraram que em 2013 os salários perderam poder de compra no Amazonas. O ganho médio real do trabalhador amazonense foi de 1,42% ficando abaixo do registrado no ano anterior. Além disso, apenas 75% das negociações tiveram ganho real no período. Número inferior aos 90% registrado no ano anterior.
Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) também demonstram uma redução dos empregos em 2014. No ano o Estado já apresenta um deficit de -1.956 postos de trabalho, redução de 0,41% se comparado a igual período do ano passado. Em alguns setores da indústria a situação já preocupa os trabalhadores.
O presidente do Sindplast (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Plástico), Francisco Brito, alerta para o alto número de demissões que vem ocorrendo no setor. “Nossa categoria não tem o que comemorar. Está tendo muita demissão e não podemos comemorar com todas essas demissões. Estamos estranhando porque de maneira muito rápida as empresas pararam de produzir e começaram a demitir. Nosso protesto está sendo feito nas portas das empresas e questionando porque tantas demissões”, comenta.

Comércio
O SECM (Sindicato dos Empregados no Comércio de Manaus) também comenta sobre um mau momento vivido pelo segmento. De acordo com o Secretário do sindicato, José Ribamar, os trabalhadores têm sofrido com a menor oferta de emprego. “O comércio não estar vendendo, mas estão tentando segurar ao máximo as demissões. Até pela copa esperávamos mais contratações, mas não é o que está acontecendo, estão se segurando por que não tem venda. Todas essas greves repercutem na ponta, que é o comércio”. O segmento também tem prejuízo no número de vagas em 2014 com -1.306 postos de trabalho.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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