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Comerciantes esperam cheia menor

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Na iminência de uma nova cheia do rio Negro, superior a 29 metros, prevista para atingir seis bairros da capital amazonense, no período da Copa do Mundo, comerciantes apelam à reza para não serem atingidos e terem que arcar com os prejuízos. Na orla da Manaus Moderna até o Roadway, localizado no Centro da cidade, estabelecimentos comerciais principalmente na rua dos Barés estão na lista dos locais historicamente atingidos pela cheia do rio Negro. De acordo com a CDLM (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus) não há como evitar os fenômenos naturais, mas seus associados esperam por ações do governo do Estado e da Prefeitura de Manaus, para minimizar os impactos recorrentes da cheia do rio Negro.
Segundo o presidente da CDLM, Ralph Assayag, os lojistas instalados nas ruas do centro histórico estão se preparando para receber os turistas no período da Copa do Mundo, alguns já recuperaram as fachadas das lojas e pintaram as calçadas agora esperam por medidas saneadoras através dos órgãos competentes. “O que nós podemos fazer é rezar para que a cheia do rio não invada as lojas do centro. Na rua dos Barés os comerciantes subiram alguns centímetros, as entradas das lojas, mas não é suficiente. Com a cheia, as ruas além de ficarem intransitáveis, o odor da água contaminada espanta os clientes e o comércio tem que fechar as portas”, lamentou.
Assayag acredita que o segundo alerta de cheias da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) – Serviço Geológico do Brasil, divulgado no dia 30 de abril, em 27,95m, permitiu prever a magnitude da cheia, cujo pico ocorre ordinariamente durante o mês de junho [período de realização da Copa do Mundo], podendo atingir uma cota variável entre 28,84m a 29,44m, e invadir as ruas do centro.“Entendemos que a previsão permite antever o fenômeno com antecedência de 45 dias, seja um tempo hábil para que a Defesa Civil estadual e municipal tomem as providências necessárias para evitar transtornos durante a Copa. Temos que causar uma boa impressão aos turistas para que eles voltem aqui”, disse.
De acordo com o superintendente regional da CPRM de Manaus, Marco Antônio de Oliveira, o segundo alerta de cheias afere uma tendência de uma grande cheia que pode ultrapassar 29m e a população deverá se preparar para conviver com águas contaminadas durante 30 dias. “Esta não deve ser uma cheia excepcional. Quando nós fazemos uma previsão de cheia grande, mas não excepcional, uma cheia que gire ao redor dos 29m, que está indicando o segundo alerta de cheias da CPRM, esse tempo de permanência das águas altas dentro das casas das pessoas deve ser entorno de 20 a 30 dias”, alertou.
Segundo Oliveira, essa é uma situação um pouco melhor em relação ao caso de cheias muito grandes como ocorreu em 2012. “Foi uma cheia recorde e o rio Negro ficou com sua cota de emergência durante 71 dias. Isso significa que as pessoas aqui em Manaus tiveram que conviver com água contaminada durante 70 dias, uma situação um pouco mais crítica”, comparou. Ele ainda informou em junho durante a Copa do Mundo a previsão é de pico do rio Negro em cheia máxima e um sol muito quente, que é o verão amazônico.
A meteorologista do Sipam (Serviço de Proteção da Amazônia), Jacira Saraiva, afirmou que as chuvas estão abaixo do normal na região Amazônica brasileira, o que vem causando as cheias na calha do rio Madeira é o volume intenso das chuvas na Bolívia, que ocorrem a cada 100 anos. “É importante que a população saiba que a cheia do rio Madeira não foi por causa da chuva no Brasil. São as chuvas da Bolívia que geraram as alagações no Madeira. Choveu exatamente acima das bacias que contribuem para o rio Madeira, foi o que causou a enchente tanto em Rondônia como no Sul do Amazonas. As chuvas no Amazonas, dessa vez, não são as vilãs da história”, defendeu.
Segundo o Sipam a previsão para o 2º trimestre deste ano é de chuva principalmente na Amazônia Oriental, ou seja, a região de Manaus terá chuva dentro da normalidade. Ao sul está um pouco abaixo do normal. “A avaliação do Sipam é sobre o ponto de vista do que a atmosfera contribui na questão climática”, informou Jacira. O que indica que está chovendo abaixo do normal na região de Humaitá, assolada pela cheia do rio Madeira. “Então não são as chuvas na Amazônia brasileira que estão contribuindo para o alerta da cheia, mas os rios que recebem as chuvas dos países vizinhos como Bolívia e Peru”, esclareceu.
O nível do rio Negro este ano pode atingir a cota máxima de 29,44 metros previstos no segundo alerta de cheias de Manaus em 2014. A previsão indica que a cota máxima do rio neste ano deve ficar 53 centímetros abaixo da registrada na cheia recorde de 2012, quando o nível das águas atingiu 29,97 metros. Em relação à cheia do ano passado que registrou 29,33 metros, a sétima maior desde que o rio passou a ser monitorado, em 1902, no Porto de Manaus a previsão é que a cota máxima do rio Negro em 2014 fique apenas 11 centímetros acima.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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