Pesquisar
Close this search box.

Sinais de crescimento no turismo do Amazonas

Andréia Leite

@andreiasleite_   @jcommercio

A ABIH-AM (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira no Amazonas), confirmou um aquecimento no setor que começou a dar sinais positivos no mês de julho. Corroborando  Pesquisa de Hábitos de Consumo da Superdigital, fintech do Grupo Santander focada em inclusão econômica, ao mostrar que o consumo das classes C e D no Amazonas deu um salto de 19,2% em julho ante junho, puxado pelos gastos do setor de hotéis e motéis, com alta de 89%. 

Roberto Bulbol, presidente da ABIH-AM, reiterou que o consumo no Amazonas alcançou não apenas as referidas classes apontadas no estudo, mas no geral, porém não de forma sólida. “É uma variável, puxada por  pacotes de hospedagens em cima justamente do vácuo apresentado pelo mercado brasileiro após o impacto da pandemia”. 

Foi o terceiro maior crescimento nesse período do país (a média nacional ficou em 8%), atrás de Espírito Santo (20,9%) e Mato Grosso (19,6%), segundo os dados da Pesquisa de Hábitos de Consumo da Superdigital, fintech do Grupo Santander focada em inclusão econômica.

Um dado importante citado pelo representante do setor no Amazonas é que o turismo interno tem um papel fundamental nesse resultado. “Há um aumento em relação ao fluxo de brasileiros conhecendo e viajando pelo país, pois o aumento do câmbio, do euro e a inflação na Europa elevam o custo de uma viagem internacional e torna inviável investir nestes destinos. Nesse aspecto, o Brasil tem ganhado espaço”, considerou. 

Segundo ele, as ocupações na rede hoteleira no Estado chegam hoje a uma média de 38%, percentual um pouco melhor em relação a alguns meses, mas ainda longe dos níveis pré-pandemia. “Ainda não voltou a operar 100% da oferta dos apartamentos. Mas devagar vai estruturar o fluxo do que era. A maior dificuldade é o isolamento do Amazonas. Não temos essa facilidade como os demais Estados que possuem rodovias. Dependemos basicamente do transporte aéreo que ainda é limitado. As ofertas de companhias aéreas que a gente tem ainda são pequenas”, disse Roberto Bulbol. 

Pacotes a nível nacional, parceria com os hotéis e companhias aéreas também favorecem o mercado hoje e ajudam a alavancar aos poucos.  O presidente da ABIH-AM lembrou que o Estado tem um grande potencial atrativo, mas que é necessário preparar e estruturar ainda mais a cidade para não perdê-lo.

O estudo da Pesquisa de Hábitos de Consumo da Superdigital, fintech do Grupo Santander realizado mensalmente, busca traçar o perfil do consumidor das classes de menor poder aquisitivo.

O crescimento do consumo no Amazonas teve forte representação também do setor de Restaurantes (27%), o que comprova os dados de uma pesquisa recente da Abrasel-AM ao fazer um comparativo com o ano de 2021, onde 69% das empresas respondentes dizem que o faturamento em julho de 2022 foi maior que o de julho de 2021. Outros 17% disseram que foi menor, e para 13% foi equivalente. 1% das empresas consultadas não existia em 2021.

O presidente da entidade, Rodrigo Zamperlini informou que o setor  segue em ritmo de recuperação nas vendas e melhora nos resultados financeiros. “As contratações seguem em alta e 35% das empresas pretendem aumentar o quadro de pessoal até o final do ano, o que também ajuda na recuperação da economia como um todo”, explica Rodrigo.

Outros números

Automóveis e Veículos (24%), Lojas de Artigos Diversos (21%), Supermercado (19%), Prestadores de Serviços (15%) e Lojas de Roupas (8%).

Em contrapartida, foram registradas quedas nos setores de Companhias Aéreas (-12%), Combustível (-5%), Transporte (-2%) e Diversão e Entretenimento (-1%).

Consumo do país

Na pesquisa, todas as regiões do Brasil mostraram aumento no consumo, com o Norte impactando mais no resultado (11,5%). Nas demais regiões, o Centro-Oeste fechou com alta de 9,4% no consumo, seguido do Sudeste (8,4%), Sul (8,3%) e Nordeste (6,6%).

Luciana Godoy, CEO da Superdigital Brasil, afirma que “o consumo das famílias mostrou uma melhora em julho e esperamos que permaneça nos próximos meses, já que a inflação tem mostrado algum recuo e o pagamento do novo auxílio será efetuado a partir de agosto”, afirma a executiva.

Segmentos

Os setores que se destacaram com as altas mais significativas foram Supermercados (12%), Restaurantes (12%), Prestadores de Serviços (6%), Transportes (4%) e Lojas de Artigos Diversos (45%). Já os setores que mostraram queda no consumo foram de Rede Online (-12%) e Roupas (-4%).

O levantamento mostrou também que o principal gasto no orçamento continua sendo com Supermercado (38,8%), seguido de Restaurante (13,7%), Lojas de Artigos Diversos (10,2%), e Combustível (6,8%).

Outro dado da pesquisa mostrou que 87% dos gastos totais foram feitos presencialmente, mantendo o indicador de junho.

Em relação ao ticket médio, houve aumento nos setores de Companhias Aéreas (8%), Restaurante (6%), Supermercado (5%), Transporte (1%), Prestadores de Serviços (1%) e Telecomunicação (1%). Contudo, caiu o ticket médio gasto com Rede Online (-12%), Diversão e Entretenimento (-6%), Lojas de Roupas (-5%), Hotéis e Motéis (-5%), Automóveis e Veículos (-5%), Combustível (-3%), Lojas de Artigos Diversos (-2%) e Serviços (1%).

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar