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Setor do turismo espera retomada no 2º semestre

As agências de viagens que amargaram prejuízos e viram planos de roteiros turísticos serem arquivados durante a pandemia dão indicativo de retomada no segundo semestre de 2021. Apesar do receio com a nova variante Delta, o setor acredita que a vacinação em curso acelerado vai aumentar as chances de retomada do setor. A conclusão  faz parte da 2ª Pesquisa “Os Desafios das Agências de Turismo”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Abav  (Associação Brasileira de Agências de Viagem).

A expectativa para 60% dos empreendedores é de incremento no faturamento até dezembro de 2021, apenas 14% acreditam que existirá uma queda. Quando analisado o segmento como um todo, 91% das empresas ligadas ao segmento declaram ter tido perda de faturamento, já quando se observa apenas o universo das agências, essa proporção cai para 56%.

Já a previsão da Abav-AM é de que com a abertura das fronteiras a tendência é de retomada para o setor. O segmento está se reerguendo. “A gente espera um  crescimento de 50% na procura por passagens aéreas em relação ao mesmo período do ano passado”, estima a empresária do setor e diretora de emissivo da Abav-AM, Cláudia Mendonça.

Para ela, é natural que a nível global as pessoas tenham esperança de voltar à  vida normal e conseguir viajar. Ela também reitera que a retomada do turismo vem puxar outros segmentos atrelados como hospedagens, bares e restaurantes.

Ela reforça que a vacinação  contra a Covid-19 é saída, o que tem trazido resposta para o segmento que deve registrar índices positivos nas vendas de passagens até dezembro deste ano associado a reabertura das fronteiras ampliando o retorno dos voos internacionais.

Segundo Cláudia, a tendência de retomada nos negócios a partir da reabertura das fronteiras já é observada. Alguns destinos  como Caribe e o México já estão sendo procurados.  A  procura por destinos nacionais, considerando o tradicional Nordeste, despontam o turismo nacional. 

Turismo internacional

Entre os países que liberaram as fronteiras para os turistas brasileiros estão Colômbia, França, Espanha, Alemanha, México, Caribe, Emirados Árabes e Catar.

Segundo Cláudia Mendonça, os turistas que pretendem viajar para estes destinos devem ter atenção às exigências feitas pelos governos estrangeiros em relação às medidas sanitárias de prevenção à Covid-19.

Ela chama atenção que os países como Alemanha e França, liberaram acesso dos brasileiros, porém não aceitam a vacina Coronavac. Já a Espanha, liberou o turismo  brasileiro dos vacinados com a Coonavac. 

Mais segurança para o viajante

Fábio Souza , analista de negócios do Sebrae-AM, entende que para o setor se sobressair e manter o fortalecimento do mercado no segundo semestre, é necessário priorizar a segurança. “Hoje o turista está muito mais ‘antenado’ em relação a viagens. É necessário seguir os protocolos de segurança e atentar as atividades que não podem ser com aglomerações. Para o turista, quanto menos, melhor. Ele quer ter essa confiança”, avalia.  

Em relação a confiança do mercado considerando a nova variante Delta, ele explica que essa nova economia que o turismo está imaginado tem que transmitir proteção. Utilizar novas tecnologias de serviços para ajudar nessa retomada. “Tentar um sistema em que o cliente evite tocar nas superfícies. Harmonizar os protocolos. Tem que reforçar isso para minimizar e amenizar para que o segmento não perca essa confiança”.

Ele lembra ainda que no cenário atual de nove entre dez pessoas eles vão se sentir confortáveis em viajar usando um passaporte digital de saúde nas suas próximas viagens. O que significa que o turista tem que estar com a vacina em dia. Tem que comprovar que foi vacinado. 

Essa percepção do analista segue na direção da pesquisa da tecnologia de viagens da Amadeus  que  ajuda as empresas a se conectarem ao ecossistema global de viagens, ao destacar que cerca de 41% das pessoas entrevistadas disseram que reservariam uma viagem internacional em até seis semanas após o fim das restrições. Também descobrimos que o nível de conforto no uso de dados digitais de saúde é alto. À medida que a vacinação avança, a demanda reprimida e o apetite por viagens levarão as pessoas a adotar novas tecnologias para viajar o quanto antes.

E ainda revela outro dado onde 91% dos entrevistados afirmaram que a tecnologia aumentaria sua confiança em viajar nos próximos 12 meses. Esse nível de confiança era de 84% em setembro de 2020.

“Se a gente tem essa possibilidade é importante usar a  tecnologia a favor do mercado. Aplicativos com notificações de altar onde tem menos riscos, pagamentos por celular, evitando usar cartões, documento de embarque digitalizado,  entre outros. Essa mudança é fundamental no panorama atual”, ressalta Fábio Souza, analista de negócios do Sebrae-AM.

O  presidente do Sebrae, Carlos Melles, associa o otimismo das agências pelo fato desta ter sido uma das atividades do turismo que menos sofreu os impactos da pandemia.  “Os donos das agências de turismo têm um perfil diferenciado, o que pode ter influenciado positivamente no enfrentamento da pandemia”. 

Para ele, “Há mais microempresas do que microempreendedores individuais, a escolaridade e a média de idade são mais altas e eles estão há mais tempo nesse negócio, o que faz com que eles trabalhem mais em busca de alternativas e inovações que aumentem a sobrevivência e o faturamento do negócio.

Outros números

Dentro do universo da pesquisa, os resultados do recorte referente às associadas da Abav –cerca de 2,2 mil em todo o Brasil, entre agências de viagens, operadoras de turismo e consolidadoras –revelaram que o emprego de profissionais qualificados e maior preparo dos empresários na gestão dos negócios fazem a diferença na travessia da crise.

“Os indicativos desta segunda edição da pesquisa corroboraram os diferenciais identificados na anterior. Tivemos entre nossos associados o maior número de respondentes, o que demonstra engajamento com nossas ações e total entendimento sobre a importância dessa atualização de dados. Eles estão no grupo que revelou mais otimismo e poder de superação dos percalços, e isso os colocará à frente no caminho da retomada”, ressalta a presidente da Abav, Magda Nassar.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre junho e julho de 2021 com uma amostra de 827 respondentes que compõem o universo de 192 mil pequenos negócios, entre eles: agências de turismo, operadores turísticos, serviços de reservas e outros serviços de turismo não especificados anteriormente, transporte rodoviário coletivo de passageiros fretamento, transporte rodoviário coletivo de passageiros, transporte aquaviário para passageiros turísticos e atividade de agenciamento marítimo, das 27 unidades federativas.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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