Pesquisar
Close this search box.

PIM fecha 1º semestre com R$ 73,8 bilhões de faturamento

O faturamento em dólares do PIM voltou a acelerar, entre maio e junho, além de manter a trajetória ascendente em relação aos patamares do ano passado –época em que a indústria incentivada ainda ensaiava a retomada pós-primeira. Convertido em reais, o desempenho só foi pior na variação mensal. A média de empregos, no entanto, voltou a cair e registrou o pior número do ano. É o que revelam os dados mais recentes dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta sexta (27).

O faturamento subiu 2,03% em relação a maio, passando de US$ 2.46 bilhões para US$ 2.51 bilhões, além de superar a marca de 12 meses antes (US$ 1.66 bilhão) por uma margem de 48,19%. Contabilizado em moeda nacional (R$ 12,58 bilhões), houve decréscimo de 2,48%, ante o mês anterior (R$ 12,90 bilhões), e alta de 38,70%, em relação ao mesmo período de 2020 (R$ 9,07 bilhões). O acumulado do ano segue positivo, medido em dólar (+46,79% e US$ 13.76 bilhões) e em real (+59,33% e R$ 73,89 bilhões). 

De acordo com a Suframa, 25 dos 26 subsetores de atividades monitorados mensalmente fecharam o acumulado do ano no positivo, na análise em reais. As principais influências positivas vieram dos segmentos de bens de informática (R$ 20,13 bilhões e +61,07%) e eletroeletrônico (R$ 16,14 bilhões e +36,32%), duas rodas (R$ 9,19 bilhões e +59,10%), termoplástico (R$ 6,77 bilhões e +113,23%), metalúrgico (R$ 6,67 bilhões e +63,87%) e químico (R$ 6,15 bilhões e +54,74%). 

O mesmo se deu na medida em dólares, sendo que o único dado negativo veio do subsetor de brinquedos (US$ 14,86 milhões e -4,91%). Responsáveis por metade das vendas do PIM, os polos eletroeletrônico (mais de US$ 3 bilhões e 21,83% de participação) e de bens de informática (US$ 3.74 bilhão e 27,25%) cresceram 25,63% e 61,07%, respectivamente. Já o polo de duas rodas (US$ 1.72 bilhão) aumentou sua fatia, de 12,14% para 12,47%, entre maio e junho, e avançou 44,23% sobre o aglutinado dos seis meses iniciais de 2020.

Produtos e empregos

Os principais resultados vieram dos bens de informática e eletroeletrônicos. Os maiores aumentos proporcionais de produção vieram de home theaters (+246,60%), aparelhos de áudio portáteis (+137,84%), tocadores de DVD/Blu-ray (+116,39%), microcomputadores portáteis (+93,10%) e fornos de micro-ondas (+90,09%). Medido em faturamento, o desempenho foi melhor para TVs LCD (R$ 11,04 bilhões e US$ 2.05 bilhões), celulares (R$ 7,26 bilhões e US$ 1.35 bilhões), motocicletas (R$ 6,9 bilhões e US$ 1.29 bilhão) e condicionadores de ar split system (R$ 3,69 bilhões e US$ 682.8 milhões), entre outros.

O dado negativo veio novamente dos empregos, que amargou mais uma queda no ritmo das contratações. Em junho, o PIM registrou média de 99.167 postos de trabalho, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. O desempenho superou em 13,42% o patamar de junho de 2020 (87.431), mas recuou 1,41% em relação a maio de 2021 (100.589), além de ter sido o pior dado do ano –que teve seu ápice em março (103.579).

A média mensal de mão de obra do parque fabril de Manaus, no acumulado de janeiro a maio deste ano, foi de 101.851 postos de trabalho, sendo 7,82% superior à média registrada ao longo de 2020 (94.464). Foi também o melhor número desde 2016 (86.161), embora ainda tenha ficado distante do patamar de 2015 (105.015). O saldo acumulado pela indústria incentivada no semestre, levando em conta apenas a mão de obra efetiva, foi de 3.466 vagas, dado o predomínio das contratações (15.834) sobre os desligamentos (12.368).

“Pujante e resiliente” 

Durante a mais recente reunião do CAS, ocorrida nesta quinta (26), o titular da Suframa, Algacir Polsin, já havia antecipado que os Indicadores do PIM referentes ao primeiro semestre eram “muito representativos”, mostrando uma “indústria pujante” e “resiliente”. Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Suframa, o superintendente assinalou que os dados refletem a retomada dos patamares de produção anteriores à pandemia, com os empresários demonstrando otimismo no avanço da vacinação e na redução do distanciamento social. 

Polsin diz que a expectativa é por um segundo semestre ainda mais positivo, pois o período costuma apresentar os maiores índices de produção e faturamento do ano, para o PIM, inclusive contando com contratações temporárias pela industrial –e também comércio e serviços. “Recentemente, confiante em um segundo semestre ainda melhor, o Ministério da Economia revisou a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto passando de 3,5% para 5,3% em 2021”, acrescentou.

Consumo x inflação

No entendimento do presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), José Jorge do Nascimento Júnior, o desempenho do PIM está sendo favorecido justamente por seu perfil de produtos de consumo, que encontram maior saída em um período de pandemia, distanciamento social e demanda ainda reprimida – especialmente para eletroeletrônicos e bens de informática.    

“A gente ainda está naquele ambiente de busca do consumidor por produtos de consumo. Em decorrência disso, conseguimos manter um crescimento que, se não surpreende, supera nossas expectativas. Entendemos que isso ainda é um sinal positivo, mesmo que ainda haja incertezas para o segundo semestre, considerando a alta da inflação que pode acarretar em uma retração no consumo”, ponderou.

Em relação ao emprego, o presidente da Eletros defende uma visão mais otimista. “Estamos longe de 2015, que foi o ano logo depois do auge da economia do país nos anos 2010. Ainda estamos dentro de um processo de pandemia, que afeta os negócios. Ter média [anual] de 101 mil empregos neste momento de crise sanitária é para se comemorar. É algo que nos surpreende de forma positiva e é a prova de que o PIM é importante para a economia do país e que está ajudando na retomada da economia brasileira. Esperamos mais crescimento no consumo para termos mais contratações”, frisou.  

“Custos logísticos”

Na mesma linha, o presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Estado do Amazonas), Roberto Moreno, assinala acreditar que os resultados aguardados pelo setor são sempre positivos. O dirigente pondera, contudo, que o mundo continua atravessando uma crise pandêmica mundial, com reflexos que atingem todos os setores econômicos e dificultam projeções além do curtíssimo prazo.

“Mesmo que os números mostrem resultados de recuperação, há impactos ocorrendo nos custos industriais, com destaque para os custos logísticos, que extrapolam qualquer expectativa ou possível previsão feita em períodos recentes. Para os próximos meses, entendo que o cenário é positivo porque ‘a roda está girando’ e esse movimento deve gerar continuidade na recuperação que está ocorrendo. Mas, é necessário que todos mantenham seus esforços”, finalizou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar