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Setor de Construção Civil prevê redução do crescimento em 2020

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A construção civil está revendo projeções e implementando estratégias para enfrentar a crise do Covid 19. Sem arriscar números, o Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas) – que esperava avançar o dobro do registrado em 2019 – já admite que ficará abaixo da performance anterior em 2020, embora ainda segure a projeção no terreno positivo.

O setor, que conta atualmente com 90 mil trabalhadores em seus diversos canteiros de obras públicas e imobiliárias pelo Estado também diz que ainda é cedo demais para falar se será possível conter demissões, no decorrer da crise. Apesar da desaceleração do quarto trimestre, a construção civil amazonense sustentou números robustos nos 12 meses de 2019 (+11,09%), fechando o ano com saldo positivo de 2.125 postos de trabalho.

“O Brasil e o mundo estão revendo seus números, diante dessa crise. O setor teve um crescimento de 1,6% no PIB do ano passado. No Amazonas, avançamos 66% em termos de lançamentos e 35% nas vendas. Digamos que o PIB do setor fique em 0,5%, ainda assim teremos um resultado pior do que o de 2019. Mas, não acho que vamos encolher”, ponderou o presidente do Sindsuscon-AM, Frank Souza.

O maior receio dos empresários, contudo, é que um eventual agravamento dos desdobramentos sanitários e econômicos a partir da disseminação do novo coronavirus deixe os governos federal, estadual e municipal sem caixa e com prioridades de curto prazo mais graves, levando a quebras de contrato, nas diversas obras públicas sendo atualmente tocadas no Estado. 

“Em uma situação dessas, a prioridade vai ser salvar vidas e assegurar que os serviços de saúde estejam funcionando da melhor forma”, justificou, sem saber informar quantas obras públicas estão sendo realizadas atualmente no Amazonas.   

ICMS e reuniões

O Sinduscon-AM foi uma das diversas representações empresariais presentes na reunião com o governador Wilson Lima, ocorrida na tarde desta quarta (18). Mas não tratou do assunto. Segundo Frank Souza, a entidade apresentou demandas apenas no sentido de dilatar o prazo de pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para as empresas, a despeito de poucas estarem com essa dificuldade e de “o valor ser muito pequeno”.  

Frank Souza ressaltou ao Jornal do Commercio que o desembarque do Covid 19 em terras amazonenses não deixa de trazer preocupação ao setor, não apenas em relação ao comportamento do mercado, como também sobre as formas de intensificar os cuidados nos canteiros de obras. Tanto é que o Sinduscon-AM tem reunião marcada com o Sintracomec (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial).

“Ainda temos poucos casos, mas esta situação ainda é muito nova. Já estamos tendo cuidados nos canteiros de obras, evitando aglomerações, garantindo que cada um use sua própria ferramenta para evitar contágios, e oferecendo álcool e produtos de higiene, por exemplo. Este é um período chuvoso, em que a atividade rende menos e o trabalho costuma ser concentrado nos espaços internos dos empreendimentos”, assinalou.

“Vontade de continuar”

Embora ressalte que se mantém otimista em relação ao futuro de curto prazo, o presidente do Sinduscon-AM avalia que é cedo demais para dizer quanto durará a crise. O dirigente, no entanto, assegura que as construtoras amazonenses estão levando os trabalhos no ritmo normal para o período e que, a despeito de todos os cuidados necessários e desafios inerentes à tarefa, as empresas estão “com vontade de continuar trabalhando”.

“Não tenho notícias de interrupções em obras por conta desse novo coronavírus, sejam elas públicas ou imobiliárias. Os empreendimentos estão sendo tocados normalmente e, pelo que vi e ouvi, as empresas querem que as coisas continuem assim. Ninguém sabe o que pode acontecer, mas temos que ser otimistas. Talvez alguém descubra a vacina, antes que as coisas possam ficar piores”, encerrou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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