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Serviços de saúde personalizados em alta

Serviços de saúde personalizados em alta

Com a saturação da rede pública de saúde, vários serviços de atendimento personalizado surgiram na tentativa de tentar minimizar a situação caótica vivida em Manaus, entre eles as UTIs domiciliares, aluguel de cilindros de oxigênio e acompanhamento por profissionais de saúde. O receio de encontrar os hospitais lotados e o medo de contrair o coronavírus têm feito muitos doentes crônicos, e mesmo quem pode solicitar um atendimento personalizado, procurar por estes serviços.

Desde o início do mês a médica Deborah Tayah, clínica geral com especialidade em dermatologia, tem se dedicado a, além de seu emprego no Hospital 28 de Agosto, realizar atendimento domiciliar, com foco em pacientes com suspeita de covid. Deborah é filha de Isaac Tayah, especialista em cirurgia digestiva; e sobrinha do oftalmologista David Tayah. Em entrevista ao Jornal do Commercio, a jovem médica explicou os procedimentos que executa.

Jornal do Commercio: Quando você resolveu começar esse atendimento domiciliar?

Deborah Tayah: Resolvi iniciar os atendimentos quando o sistema de saúde de Manaus chegou ao seu momento crítico e caótico, no início deste ano. Hospitais sem leito, sem suporte de O2. E com restrição da entrada de pacientes com sintomas mais brandos. Então decidi. Logo percebi que a procura por atendimentos seria alta, e aquela seria uma forma de eu fazer algo por quem estava precisando de ajuda, um auxílio, uma opinião sobre o quadro clínico e de um tratamento e avaliação mais especializados, com cuidados e instruções específicas.  

JC: Você é ligada a alguma instituição de saúde, ou realiza essa ação por conta própria?

DT: Sou médica plantonista do Hospital 28 de Agosto, mas estou fazendo esses atendimentos por conta própria mesmo. O paciente entra em contato comigo, me informa os dias de infecção, a idade e o bairro e agendamos a consulta.

JC: Seu atendimento é somente para covid-19, ou qualquer outro problema de saúde?

DT: Como clínica geral, eu atendo todas as áreas, mas realizo diagnósticos para outras especialidades também, porém, no momento estou voltada mais para a covid, e a procura para essa doença tem sido maior. Mas atendo outras doenças sim. Não podemos deixar esquecidos aqueles pacientes que possuem diversas comorbidades graves ou tão graves quanto a covid-19.

JC: Muitos sintomas, como o da famosa virose manauara, são idênticos aos da covid-19. Como você procede para identificar uma e outra?

DT: Os sintomas da covid-19 são mais específicos, lógico que cada organismo responde de uma forma. E vai muito além do olhar clínico para diferenciar uma da outra. A covid-19 apresenta sinais de alarme como a dispneia (falta de ar), sintoma clássico da doença, como também dor em região dorsal, perda de olfato e paladar, dentre outros que divergem de uma virose comum. 

JC: Seus atendimentos são, também, emergenciais, ou somente com hora marcada?

DT: No momento não estou conseguindo fazer atendimentos emergenciais devido à falta de disponibilidade. Geralmente atendo com hora marcada, mas em casos de emergência eu indico que o paciente procure um pronto-socorro ou SPA mais próximos para um exame mais aprofundado. 

JC: Você consegue atender quantas pessoas por dia?

DT: Consigo atender no máximo quatro pacientes por dia devido à demora da consulta, sempre à tarde, pois pela manhã trabalho no 28. 

JC: Qual aparato instrumental você leva nas suas visitas?

DT: Eu levo um estetoscópio, para ausculta pulmonar e cardíaca do paciente; um termômetro, para verificar a temperatura corporal; um oxímetro, para verificar a quantidade da saturação de oxigênio no sangue, essencial para pensarmos em insuficiência respiratória, uma das principais causas de óbito da covid 19; e o aparelho de pressão. Levo ainda meus receituários, solicitação de exames e de tomografia de tórax (o exame que mostra o quão podem estar acometidos os pulmões pelo vírus), a famosa imagem em vidro fosco.

JC: Você faz um primeiro atendimento. Há retorno?

DT: A pessoa liga e agenda uma visita. Vou até a residência, coleto sua história clínica com dados clínicos específicos sobre o período da doença, sintomas e evolução. Verifico os sinais vitais e examino o paciente. Há retorno e acompanhamento via WhatsApp, quando tiro dúvidas e acompanho a evolução da situação após a consulta.

JC: Qual seu contato para quem quiser agendar consultas?

DT: Meu telefone é 9 9327-5291. Recebo apenas mensagens pelo WhatsApp. E vamos todos nos proteger. Esse vírus chegou de uma forma agressiva e assustadora, mas estamos aqui para combatê-lo e vencê-lo.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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