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Sem surpresas, Copom eleva Selic em 0,25%

Em meio a dúvidas sobre o comportamento da economia e dos preços, o Banco Central anunciou ontem o quinto aumento consecutivo da taxa básica de juros (Selic).
O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa que serve de referência para o custo do dinheiro a empresas e consumidores de 12,25% para 12,50% ao ano. A decisão já era esperada pelo mercado.
“Avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic para 12,50% a.a., sem viés”, informou o BC.
A expectativa de economistas consultados pelo BC é que haja pelo menos mais um aumento de 0,25% da taxa, na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 30 e 31 de agosto.
Parte dos analistas não descarta outra alta na reunião seguinte, marcada para outubro, caso haja piora nos dados sobre inflação no Brasil e melhora no cenário internacional.
O aumento dos juros é parte do trabalho iniciado no final de 2010 para esfriar a economia e controlar a inflação, que está hoje no maior nível em seis anos. No início do governo Dilma, os juros estavam em 10,75% ao ano. Hoje, estão no maior nível desde março de 2009.
Antes de aumentar a taxa básica, o BC já havia anunciado restrições a financiamentos e retirado recursos da economia. O governo também cortou gastos do Orçamento e dobrou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre empréstimos para pessoas físicas.
Dados recentes mostram que a inflação caiu nos últimos três meses, mas menos que o esperado pelo mercado. O IPCA, índice oficial que serve de referência para o BC, acumulada alta de 6,71% em 12 meses, acima do teto da meta, que é de 4,5% com dois pontos de tolerância.
Outros dados econômicos, como crédito, produção industrial e vendas do comércio, mostram desaceleração. Há dúvidas, no entanto, se o ritmo atual de crescimento será suficiente para segurar os preços, que devem voltar a subir com mais força a partir de setembro.
Como o BC desistiu de trazer a inflação para os 4,5% neste ano, para não causar uma recessão, o objetivo agora é alcançar o centro da meta em 2012. As previsões do mercado e da própria instituição ainda estão em volta de 5%.

Economias emergentes

Economias emergentes, como China e Rússia, também elevaram os juros neste ano e adotaram medidas para segurar a inflação. As taxas nesses países, no entanto, são mais baixas que no Brasil, líder mundial no ranking dos juros reais.
Apesar do aumento da Selic, a taxa real de juros recuou de 6,86% na reunião do Copom de junho para 6,77% ao ano na reunião atual. Esse número considera a taxa básica descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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