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Seguradoras assumem o posto de fiador

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Seguro de fiança locatícia é uma garantia ao locador em caso de calote do inquilino

Durante o processo de aluguel do imóvel, um dos itens que costumam causar dor de cabeça, tanto no inquilino quanto no locador, é a garantia. A forma mais comum de compensar o proprietário em casos de calotes é o fiador, mas as seguradoras estão crescendo no setor.
O seguro de fiança locatícia, que registrou R$ 369,1 milhões em prêmios no ano passado (alta de 181,3% em relação a 2010), normalmente é uma alternativa ao fiador e à caução oferecida pela própria imobiliária quando o locatário vai assinar o contrato de aluguel.
Diferentemente das outras garantias, em que não há gastos adicionais para o inquilino, as apólices de fiança costumam custar 1,5 vez o valor mensal do aluguel -ou seja, se a pessoa paga R$ 1 mil por mês na locação, o seguro terá um custo anual de R$ 1,5 mil.
Segundo Evandro Baptistini, diretor comercial da PAN Seguros, a liberação da apólice para o segurado demora, em média, oito horas. “É feita uma ficha cadastral, uma análise de crédito, além de análise da região do imóvel e da região metropolitana onde ele está localizado”, explicou.
Baptistini afirmou que as seguradoras, normalmente, atuam junto às imobiliárias e que estas já estão diluindo o preço do seguro no valor do aluguel, para facilitar a avaliação financeira. “As imobiliárias dizem, por exemplo, que, sem o seguro, o aluguel ficaria R$ 1 mil por mês, e com o seguro R$ 1.125”, explicou.
De acordo com ele, entretanto, as apólices são anuais e, normalmente, são pagas em quatro parcelas mensais.
Luiz Henrique, superintendente de aluguel da Porto Seguro, afirmou que os seguros estão pulverizados entre todas as faixas de renda. “Temos apólices para aluguéis com valor mensal de R$ 500 até R$ 50 mil, no caso de pessoas jurídicas”, observou.
Como os contratos de aluguel costumam ter duração de pelo menos 30 meses enquanto as apólices têm prazo de 12 meses, os acordos entre imobiliária e locatário normalmente já preveem renovação do seguro anualmente durante a vigência do contrato.

Sinistros
Além de garantirem a indenização aos locadores em caso de calote, as seguradoras também assumem a responsabilidade de despejo do inquilino -as indenizações são pagas até que o locatário deixe o imóvel.
De acordo com Baptistini, a abertura do sinistro é feita 60 dias após o último pagamento do aluguel e o despejo costuma demorar, em média, seis meses. “Nós tentamos um acordo e depois acionamos o locatário judicialmente”, disse.
Dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados) apontam que foram pagos R$ 131,1 milhões em indenizações pelas seguradoras em 2014.
Interesse
Os executivos ouvidos pelo DCI apontaram que, embora o seguro seja visto com bons olhos pelos locadores, os locatários ainda estão apreensivos em contratar a proteção, que representa um gasto extra no orçamento doméstico -dados do setor apontam que 30% dos contratos de locação são feitos via seguro fiança.
Henrique, da Porto Seguro, avaliou, no entanto, que a figura do fiador está perdendo fôlego. “O fiador muitas vezes está enxergando o risco de ser uma garantia e negando o pedido”, observou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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