Rodoviários de transportes públicos e transportes especiais revindicaram na manhã desta quarta-feira (16), por medidas de segurança aos constantes assaltos a ônibus enfrentados pelos trabalhadores da categoria.
Os ônibus ficaram parados desde a Praça da Saudade até o início da avenida Constantino Nery, bloqueando os dois sentidos da via o que causou grandes transtornos no trânsito da capital. De acordo com o Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans) a manifestação teve início as 8h e durou cerca de duas horas.
Na manhã de ontem, um motorista de transporte especial foi assaltado e baleado na zona Leste da cidade.
Manifestantes pretendem dar continuidade ao protesto nesta tarde, na Sede do Governo, na Compensa, zona Oeste.
A equipe de reportagem do Jornal do Comércio entrou em contato com Ginvanci Oliveira, do Sindicato dos Rodoviários, mas não obteve resposta.
Pela manhã, a avenida Leonardo Malcher ficou totalmente paralisada causando atraso aos trabalhadores das localidades. A diarista Maria Silva, 59, chegou 1 hora atrasada em um serviço de limpeza que ela realizaria e por pouco não perdeu a chance de ganhar sua renda.
“A Leonardo ficou parada. Eu marquei um serviço as 9h e não tinha como ligar para a minha chefa. Fiquei preocupada porque as coisas não estão fáceis e perder a chance de ganhar um dinheiro seria o fim”, disse.
Nota
Em nota divulgada à imprensa a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) lamentou a violência sofrida pelos trabalhadores do transporte público e destaca as ações diárias que têm sido feitas para coibir esse tipo de crime em Manaus.
As ações envolvem a SSP-AM e os demais órgãos de segurança do Estado, como Polícia Militar, Polícia Civil e Detran.
A SSP-AM informa que o diálogo está constantemente aberto para todos os segmentos do transporte e ressalta que, apenas as ações do Sistema de Segurança, que já vêm sendo feitas, como o monitoramento das rotas e a prisão de suspeitos de assalto, não são suficientes para combater de vez esse tipo de crime.
Mesmo com a prisão de 653 acusados de roubo a ônibus neste ano, fruto de ações das polícias Civil e Militar e da própria SSP-AM, os assaltos aumentaram 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
O número demostra que são necessários união e engajamento de todos os órgãos para que as reduções sejam mais expressivas e para que os trabalhadores deixem de sofrer com esse crime.
União inclusive da Prefeitura de Manaus, que é o órgão responsável pela concessão das empresas de transporte público, e das empresas que podem contribuir com a instalação de equipamentos modernos, como câmeras de segurança.
Diariamente, a Polícia Militar, que teve a maioria da sua frota de viaturas renovada, está nas ruas atuando no policiamento ostensivo, fazendo a Operação Catraca, onde é realizada a maioria das prisões, convertidas em flagrantes pela Polícia Civil.
A SSP-AM destaca que não há solução gratuita, e que é preciso urgente o interesse e a contrapartida das empresas. Na tarde desta quinta-feira (17), a SSP-AM se reúne com diversos representantes do transporte público, inclusive o Sindicato dos Transportes Especiais, no sentido de discutir sobre o tema e encontrar as novas soluções específicas para o problema.