Pesquisar
Close this search box.

Risco de falta de combustível é descartado pela ANP

Após a Petrobras ventilar um possível desabastecimento de combustível no país em novembro, sustentado pela alta na demanda de pedidos de fornecimento, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), rechaça que não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis, nesse momento. 

De acordo com a nota da ANP, a Agência segue realizando o monitoramento da cadeia de abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis para mitigar desvios e reduzir riscos.

O  Sinpospetro-AM (Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Amazonas) reitera preocupação com os riscos de desabastecimento de gasolina no Estado. “Se gerar desabastecimento a nossa principal preocupação é com o desemprego. A  gente tem noção do cenário e tememos que a Petrobras leve isso adiante”, afirma o presidente do Sinpospetro-AM, Adonay Gomes. 

“É preocupante para a sociedade. Imagina querer abastecer e não ter gasolina? Será um caos. É um risco que acarreta vários prejuízos, principalmente para a economia do Estado”.  

O Sindicato pretende agendar uma reunião com parlamentares da Aleam (Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas) e da CMM (Câmara Municipal de Manaus), na tentativa de manifestação na tribuna em torno do tema. “Esse tipo de situação tem que passar por eles tem que haver essa discussão. A economia está indo num caminho desesperador. A nossa inflação anual alcançou dois dígitos. É preocupante essa situação”, afirma. 

Posicionamento

Em nota, a Petrobras sugere que a importação é o caminho para suprir tal demanda. “Atualmente, há dezenas de empresas cadastradas na ANP aptas para importação de combustíveis. Portanto, essa demanda adicional pode ser absorvida pelos demais agentes do mercado brasileiro”, diz a nota. 

A estatal reitera que está cumprindo integralmente os compromissos contratuais com seus clientes para fornecimento de diesel e gasolina. Esclarece também que os pedidos extras solicitados para novembro vieram 20% acima da sua capacidade de suprimento no caso do diesel e 10% acima em relação à gasolina, configurando-se como uma demanda atípica tanto em termos de volume como no prazo para fornecimento. Além disso, não houve, do ponto de vista do mercado, qualquer fato que justificasse esse acréscimo de demanda.

Por fim, a Petrobras atua de forma planejada e maximizando sua produção e entregas, dentro dos prazos previstos para atendimento dos pedidos. Para isso, a companhia segue operando com elevada utilização de suas refinarias, tendo alcançado 90% da sua capacidade de processamento (FUT- fator de utilização), no acumulado de outubro, bem acima da média dos últimos trimestres.

Questionados se a Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis emitiu algum tipo de alerta pela possível impossibilidade de atendimento por parte da Petrobras, a  Brasilcom (Associação das Distribuidoras de Combustíveis), informou que no último dia 11 de outubro, diversas distribuidoras de combustíveis filiadas à Associação receberam comunicados do setor comercial da Petrobras informando uma série de cortes unilaterais nos pedidos feitos para fornecimento de gasolina e óleo diesel para o mês de novembro/2021.

O “comunicado” se deu na rotina de compra de produto na Petrobras, onde a empresa faz seu pedido de volume e recebe a confirmação do mesmo. Nesse momento receberam confirmação de volumes menores em relação ao pedido, conforme a nota, nos volumes “de gasolina e óleo diesel para o mês de novembro/2021”.

Quanto à provável ameaça de desabastecimento, mesmo que a Petrobras não consiga, segundo seu comunicado, atender a todos os pedidos feitos pelas distribuidoras, sempre permanece a possibilidade de importação quer pela própria Petrobras quer pelas distribuidoras, de modo a suprir o que parece ser a deficiência por incapacidade de produção, face ao alegado aumento da demanda versus a estimativa da empresa.

A consequência desse suprimento, entretanto, será o efeito nos preços dos combustíveis, uma vez que, segundo os importadores, os produtos no exterior estão em torno de 17% acima dos produtos locais.

A decisão de importação por cada distribuidora é uma decisão de negócio, não cabendo à Brasilcom se manifestar.

Pedidos acima de médias anteriores 

Quanto à versão da Petrobras de que os pedidos feitos foram acima das médias anteriores, não podemos opinar, pois se trata de assunto exclusivo e confidencial entre clientes e fornecedores.

Quanto ao Programa de desinvestimento da Petrobras, consideramos que o fato de a Petrobras estar promovendo cortes nada tem a ver diretamente com o programa de desinvestimento, o qual a Brasilcom apoia integralmente. 

A Brasilcom, em seu papel de representar mais de quarenta empresas do setor de distribuição de combustíveis, e buscando, como sempre, garantir o abastecimento nacional e salvaguardar a manutenção de um mercado de combustíveis saudável, sem desequilíbrios e transtornos a toda sociedade civil, espera que os órgãos governamentais, face à gravidade do tema, ajam com a costumeira eficácia, implementando as medidas necessárias para evitar a perspectiva de desabastecimento.

O Jornal do Commercio procurou o Sindicombustíveis-AM (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Álcool e Gás Natural do Estado do Amazonas), no entanto, informou que não iria se pronunciar sobre o assunto. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar