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Reflexos da greve afetam vendas de alimentos

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Há poucos dias do fim da greve dos caminhoneiros, feira da Manaus Moderna ainda sofre com ausência de produtos vindos de outros Estados, e preços elevados de algumas frutas e verduras afetam o bolso do consumidor. Para feirantes, o início de junho está sendo o período mais difícil nas vendas.

Dona de uma banca na feira há mais de 20 anos, dona Judite da Silva, conta que nos últimos três dias, o movimento na feira estava tão baixo, que a sua vontade era de ficar em casa. “Desde o início da greve não sentimos tanto nas vendas porque tem produtos como a macaxeira e banana, que são da região. Agora deixamos de vender e faturar devido a falta de produtos como abacate, melão, batata e o tomate que vem de outros Estados. Alguns fregueses que são donos de restaurantes que procuram esses produtos não encontraram. Você verifica que tem muitas bancas vazias e isso só vai melhorar semana que vem. Com isso deixamos de vender e isso nos prejudica na hora de quitar nossos compromissos, porque dois ou três dias sem vender esses produtos é prejuízo”, disse. Vendedor de produtos como uva e maçã, o feirante Adriano Martins, teve pouco faturamento desde a última sexta-feira (1º).

Com o reajuste feito pelos fornecedores, o vendedor optou em não comprar as frutas para a revenda, e destacou que os preços o alto custo dos produtos não compensa. “Infelizmente houve muito oportunismo em se aumentar os preços. Não compensava eu comprar as maçãs e as uvas. Eu iria era ter prejuízo, porque para tirar meu lucro eu teria que vender por um preço mais caro. O freguês já não estava comprando, e com os preços mais elevados, aí é que eles não iriam comprar mesmo, como já vi alguns colegas de bancas tendo prejuízo”, disse. Segundo o economista Ailson Rezende, a regra natural da economia é que a escassez do produto faz com que o preço se eleve, e ressaltou que pelo fato dos produtos regionais não terem uma diversidade, o mercado entre os feirantes fica estagnado gerando pouca venda. “O feirante não tem para onde fugir. Ele vive daquilo e precisa criar mecanismos de sobrevivência. A uva e maçã são produtos de classe média alta e o consumidor comum não vai priorizar a compra deles. Se a venda natural dessas frutas já é cara, imagina com o preço mais elevado com a falta delas no mercado. Com isso, muitos feirantes correm o risco de ter um prejuízo grande com o estrago desses produtos”, disse.

Segundo o presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, o serviço de abastecimento de produtos importados ainda está em processo de normalização, e destacou que a tendência é que o consumidor ainda sinta os reflexos no bolso.

“A greve dos caminhoneiros já se encerrou mas ainda está havendo um processo de normalização do abastecimento de alguns produtos transportados de outros Estados. Com isso esses produtos ainda apresentam alguma elevação de preços, mas a tendência é que isso brevemente se normalize”, ressaltou.

Lourenço explicou que para evitar o risco de prejuízos ao pequeno produtor, o Estado em parceria com o governo federal e Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), montaram um plano de medidas emergenciais para conter danos a avicultores. “Havia risco de prejuízos de grande monta para os avicultores a partir da falta de milho e farelo de soja para as aves. Mas, isso se evitou com medidas e ações do governo do Estado e federal de acesso emergencial aos estoques públicos da Conab”, afirmou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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