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Rachaduras no prédio do ´Garajão´ geram medo no Centro

Pessoas que passam na região do ‘Garajão’, no Centro de Manaus, manifestam preocupação com as atuais condições do prédio que apresenta muitas rachaduras em sua estrutura. Teme-se que o edifício possa desabar a qualquer momento, pondo em risco a vida de quem transita pelas redondezas. É a impressão de muitas pessoas.

Nas redes sociais, circulam imagens que mostram a situação precária do prédio, suscitando muitas discussões e apreensões entre os internautas. O ‘Garajão’ tem 33 anos e foi construído ainda durante a gestão do então prefeito de Manaus, Manoel Ribeiro, que morreu recentemente por problemas cardíacos em um hospital da cidade.

Por muito tempo, o prédio funcionou como estacionamento em forma de caracol na capital. Veio para resolver o velho gargalo para abrigar veículos na área central da cidade, mas depois se desviou da função. Não cumpriu o que previa o seu projeto original. E passou a figurar como um grande elefante branco que exigiu milhões de recursos para sua construção, sem oferecer, porém, a contrapartida de utilidade que se esperava inicialmente.

O edifício foi cedido para a ManausPrev, órgão responsável pela previdência dos servidores municipais da capital. No entanto, apesar da destinação, o espaço segue abandonado. O local já abrigou a sede da antiga Urbam, atual Implurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) e também o Sine, que oferecia cursos profissionalizantes para a população.

“Começaram a reformar, colocaram catraca e interditaram. Se não tem reforma, nem manutenção, acaba mesmo”, lamenta a contadora Joelma Pereira, que chegou a utilizar uma das vagas no sexto andar do estacionamento do prédio. Ela não esconde a sua grande frustração com as condições do edifício. “Estou revoltada com o atual estado de sua estrutura”, acrescenta.

Reforma

A ManausPrev informou que chegou a encomendar um estudo sobre a situação do prédio. E disse que uma eventual reforma do edifício pode sair até por R$ 13 milhões aos cofres públicos. “Nós fizemos uma avaliação da parte externa e verificamos que o prédio precisa de uma reabilitação estrutural. Isso é normal em função da idade dele. Mas ele não corre o risco de desabamento”, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias, Frank Albert. A entidade é ligada ao Crea-AM (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas).

Segundo ele, o ‘Garajão’ não corre o risco de desabamento.  “O órgão chegou a fazer uma vistoria e o local não apresenta riscos para a população”, afirmou. Frank Albert alertou, no entanto, sobre a necessidade de se dar uma destinação para o prédio que poderia abrigar um centro de vendas ou servir de espaço para outras iniciativas de utilidade pública. “São várias opções nesse sentido, mas precisa ter vontade para executar”, afirmou.

A publicitária Karli Dias contou que a população de Manaus tinha muita expectativa com o ‘Garajão’, quando ele começou a ser construído há mais de três décadas. “Muito se badalou sobre a obra na época, mas o que se vê hoje é um completo abandono, contrastando com o crescimento da cidade”, avalia ela.

O vendedor ambulante Neil Laerte, que por décadas atua naquela região, compartilha do mesmo sentimento. Para ele, as autoridades se esqueceram de uma obra que despertou muitas expectativas no passado. “Não se imaginava que o ‘Garajão’ apresentasse essas atuais condições. Foi muito dinheiro usado na construção”, afirmou ele. “Jogaram muitos recursos fora”.

Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de Manaus não informou se teria algum projeto para reformar o prédio ou se o espaço poderia abrigar outros órgãos do município. Mas circulam informações de que o prédio vai ser leiloado até julho deste ano.

Marcelo Peres

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