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Queda de produção é a maior do Brasil

A produção industrial amazonense registrou, no mês de junho, em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, redução de 18,1%. O resultado foi o mais expressivo entre os números contabilizados pelos demais Estados. Na comparação com junho de 2015 o setor recuou 8,5%, no índice mensal. Os números, divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal elaborada pelo IBGE ainda apontaram uma queda menos intensa no setor industrial no segundo trimestre deste ano com o índice negativo de 11,8%, em relação ao resultado dos primeiros três meses do ano, quando o decréscimo foi de 21,3%. Para os economistas, as variações negativas refletem o período de instabilidade política e econômica que atingem o país a partir de restrição em investimentos e o menor poder de compra do consumidor.
Conforme os números divulgados pela pesquisa, na análise trimestral, o segundo trimestre deste ano apresentou queda menos intensa, de 11,8%, em relação ao resultado dos três primeiros meses do ano, de 21,3%. No período acumulado de janeiro a junho de 2016 houve redução de 16,8% frente a igual período de 2015.
No último mês de junho a produção industrial apresentou variação negativa de 0,3% em comparação a maio. Em abril o decréscimo totalizou 12,6% com elevação para 13,3% em maio.
Na avaliação do economista e consultor, Hélio Pereira, os índices negativos registrados pela indústria amazonense resultam do desequilíbrio econômico e político que atingem os investidores, a classe empresarial, e até mesmo aos consumidores que absorvem a produção nacional. Ele explica que a menor queda registrada no segundo trimestre deste ano em comparação aos primeiros meses de 2016 evidenciam possíveis sinais de recuperação na economia nacional.
“O mercado interno está sem condições de compra devido ao aumento expressivo no índice de desemprego. Infelizmente somos quase exclusivamente dependentes do mercado nacional. Há empresas operando com apenas 30% da capacidade instalada, o que é ruim para a indústria. Enquanto não houver definição política quanto à presidência os investidores terão insegurança em aplicar recursos no Estado”, disse.
De acordo com o economista, os melhores índices econômicos registrados a partir de julho mostram que a economia pode apresentar recuperação, mesmo que gradativa, até o final deste ano. “No segundo trimestre a queda na produção industrial foi menos intensa e isso é sinal de recuperação. Vimos uma melhora após a votação do impeachment e esse cenário deve ser reajustado após a definição final quanto à presidência da república. Se há indefinição, é quase impossível que o investidor decida fechar contrato, o que possibilita a geração de novos empregos”, comenta. “Acredito que a tendência é de melhora, porém dependerá de muitas negociações políticas”, completou.

Recuo industrial de janeiro a junho
No período acumulado de janeiro a junho deste ano o setor industrial do Amazonas recuou 16,8% frente a igual período do ano anterior. Nove das dez atividades pesquisadas pelo IBGE mostraram queda na produção. O setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos registraram redução mais expressiva de 32,7% sobre o total da indústria, pressionado, em grande parte, pela menor produção de televisores, gravador ou reprodutor de 12 sinais de áudio e vídeo (DVD, home theater integrado e semelhantes), receptor decodificador de sinais de vídeo codificados, rádios para veículos automotores e rádios em geral, telefones celulares e monitores de vídeo.
Também houve recuos nos setores de outros equipamentos como de transporte, com queda de 31,6%, de máquinas e equipamentos com redução de 68,8%, de máquinas, aparelhos e materiais elétricos com menos 33,5%, de produtos de borracha e de material plástico com menos 22,3% e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, menos 4,2% explicados, em grande medida, pela menor produção de motocicletas e suas peças, no primeiro; de aparelhos de ar-condicionado de paredes, de janelas ou transportáveis (inclusive os do tipo “split system”), no segundo; de conversores estáticos elétricos ou eletrônicos, baterias e acumuladores elétricos, fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e fornos de micro-ondas, no terceiro; de peças e acessórios de plástico para a indústria eletroeletrônica, pré-formas de garrafas plásticas (inclusive PET) e cartuchos de plástico para embalagem, no quarto; e de óleos combustíveis, naftas para petroquímica e óleo diesel, no último.
O segmento de bebidas exclusivamente apontou o resultado positivo com crescimento de 7,8%. O quantitativo foi impulsionado pela produção de preparações em xarope para a fabricação de bebidas.

Produção industrial sobe em 9 dos 14 locais pesquisados em junho, diz IBGE

A produção industrial subiu em nove dos 14 locais pesquisados pelo IBGE em junho na comparação com maio, divulgou o instituto nesta quarta-feira (10).
No país, a produção industrial cresceu 1,1% em junho, embora tenha recuado 9,1% no semestre.
A maior alta mensal foi registrada pelo Rio de Janeiro, com avanço de 5,7%. Em Santa Catarina, a produção aumentou 5,4%, enquanto no Pará a alta foi de 4,9%.
A indústria continua fraca no Espírito Santo, que teve queda de 9,8% na produção. O Estado lidera a retração em comparação com junho de 2015, ao cair 27,9%, ainda sob pressão das indústrias extrativas. O Pará tem o maior avanço em relação a junho de 2015, com alta de 14,7%.
São Paulo teve queda de 3,1% na comparação anual, enquanto no Rio de Janeiro o recuo foi de 2,8% e em Minas Gerais, de 5,7%.
No semestre, a indústria recuou em 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE, mostrando que a recuperação ainda é lenta. Espírito Santo (-22,6%), Pernambuco (-17,6%) e Amazonas (-16,8%) lideraram as perdas, afetados pela diminuição na fabricação de equipamentos de transportes, autopeças e automóveis, entre outros.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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