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PT encolhe no mapa eleitoral

O mapa da disputa eleitoral nas capitais às vésperas do término do prazo legal de inscrição das candidaturas na Justiça Eleitoral mostra que o PT encolheu e virou alvo dos partidos aliados, principalmente o PSB, nas principais cidades do país. O partido da presidente Dilma Rousseff teve candidatos em 19 capitais em 2008 e terá no máximo 17 este ano. Nas últimas eleições municipais, o PT disputou contra partidos aliados em 11 cidades. Em 2012, o número cresceu para 18.
Enquanto isso, o PSB dobrou o número de candidatos de sete em 2008 para 14 em 2012. Os socialistas, aliados históricos do PT há três décadas, são hoje os maiores rivais dos petistas entre os partidos que integram a base do governo Dilma. Em 2008 o PT foi adversário do PSB em apenas 3 capitais, disputou com o PC do B em 6 e com o PMDB em 8.
Nas próximas eleições PT e PSB terão disputas diretas em 12 capitais. O PMDB será o adversário em 11 e o PCdoB em 5.
O motivo, segundo dirigentes petistas, é a estratégia ambiciosa dos socialistas para a eleição presidencial de 2014. Para alguns petistas o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, está usando as eleições municipais para ganhar musculatura e enfrentar Dilma em 2014 ou, no mínimo, desbancar o PMDB do posto de aliado preferencial do PT e ganhar a vice-presidência.
“O PSB está querendo se fortalecer. O objetivo é 2014, mas eles querem ganhar força já para o ano que vem, formar um bloco com o PSD e crescer no Congresso”, avalia o secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi. “Acredito que o plano ‘A’ do Eduardo é ser vice da Dilma. Por isso, ele quer se fortalecer nestas eleições e não pode dar muita bola para o PT. Mas é claro que, se ele tiver condições até lá, pode se colocar como uma segunda força no nosso campo e ir para a disputa. Isso é natural, é da política”, completou.
Em artigo publicado em seu blog o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, também aponta um movimento do PSB com vistas a 2014. Segundo Dirceu, os aliados elegeram o Nordeste como ponta de lança para evitar o crescimento eleitoral do PT e o jogo foi armado de olho na disputa presidencial de 2014. Isso explicaria o fato de o PSB ter rompido acordos e lançado candidatos próprios no Recife e em Fortaleza, as duas maiores capitais governadas pelo PT.
O mapa eleitoral reforça a tese de Dirceu. PT e PSB estarão em lados opostos em oito das nove capitais nordestinas. Em cinco delas, haverá disputa direta entre os dois partidos.
Além dos embates contra aliados, a configuração do quadro eleitoral para 2012 deixou um saldo de crises internas no PT. Até este ano, a única grande cidade onde o PT enfrentava divisão interna profunda era Belo Horizonte.
Na capital mineira, as discordâncias sobre a aliança com o PSDB em torno da candidatura do atual prefeito Márcio Lacerda (PSB) deflagraram o confronto entre os grupos ligados ao ministro da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e ao ex-ministro do Combate à Fome Patrus Ananias. Este ano, o pivô da discórdia foi o vice-prefeito, Roberto Carvalho, que pleiteava a chance de disputar a eleição contra Lacerda e acabou derrotado.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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