Pesquisar
Close this search box.

Projeção de inflação é 6,3% este ano

https://www.jcam.com.br/FOTO_30092014 A7.jpg

O Banco Central revisou a projeção para a inflação oficial deste ano. Na estimativa do BC, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve ficar em 6,3%, 0,1 ponto percentual abaixo da projeção divulgada em junho. A estimativa está no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda-feira (29) pela instituição. As informações são da Agência Brasil.
Em 2015, a inflação deve recuar e encerrar o período em 5,8%, ante 5,7% previstos em junho. Em 12 meses acumulados no final do terceiro trimestre de 2016, a projeção ficou em 5%. Essas projeções são do cenário de referência, em que o BC levou em consideração informações disponíveis até o último dia 5 deste mês para fazer as estimativas. Nesse cenário, foram considerados o dólar a R$ 2,25 e a taxa básica de juros, a Selic, em 11% ao ano.

PIB
O BC também reduziu a projeção de crescimento da economia para este ano. De acordo com o relatório, o PIB deve apresentar expansão de 0,7%, ante a previsão anterior de 1,6%.

Otimismo
Com a economia ainda em ritmo lento, o Banco Central projeta que a inflação recuará no primeiro ano do próximo governo, mas permanecerá acima da meta oficial.
Os dados também foram apresentados no Relatório Trimestral de Inflação. Na comparação com o documento de junho, há mais pessimismo com a economia; o BC, porém, ainda é mais otimista que os investidores e analistas do mercado.
A estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a renda gerada no país) neste ano foi reduzida de 1,6% para 0,7%; exatamente uma semana antes, o Ministério do Planejamento havia calculado 0,9%. “A economia está crescendo a ritmo baixo, é verdade, certamente abaixo do potencial da economia brasileira”, afirmou Carlos Hamilton, diretor de Política Econômica do BC.
Os números são bem superiores às expectativas recém-divulgadas de bancos e consultorias, que apontam uma expansão de 0,29%.
Não há ainda uma previsão oficial para 2015, mas o BC projeta que, no período de quatro trimestres até junho, o PIB terá crescido 1,2%. Em outras palavras, a produção e a renda continuarão em ritmo lento, com melhora modesta nos primeiros seis meses do próximo governo. Trata-se do pior início de mandato desde que o tucano FHC foi reeleito, em 1998, e o Plano Real entrou em colapso devido à escalada da dívida pública e ao esgotamento das reservas em dólar. Em junho de 1999, a economia acumulava queda de 0,6% em quatro trimestres.

Inflação
Para o BC, a inflação, que se mantém acima da meta de 4,5% desde 2010, fechará mais este ano eleitoral em 6,3% e só cederá à estagnação da economia a partir do início de 2016. Estima-se um IPCA de 5,8% em 2015 e de 5% nos 12 meses encerrados em setembro de 2016, até onde vai o olhar do BC.
O mercado também é mais pessimista nesse caso: acredita-se que a inflação repetirá no próximo ano os 6,3% de 2014, em grande parte porque há reajustes represados de preços como os da gasolina e da energia elétrica.
Carlos Hamilton afirmou que, em momentos de inflação alta como o atual, a política monetária deve se manter “vigilante”, para minimizar efeitos decorrentes da alta dos preços, como aumento na concentração de renda, queda no crescimento da economia e no bem-estar da sociedade, como pontuou o próprio BC.
“Se o cenário da inflação exigir, a política monetária deve ser e será acionada tempestivamente”, afirmou. Segundo Hamilton, a inflação ainda deve sentir efeitos do ciclo de alta dos juros. De abril de 2013 a maio desse ano, o BC aumentou em 3,75 pontos percentuais a taxa básica de juros, a Selic.
O diretor do BC afirmou que a composição da inflação está mudando, com reajustes maiores dos preços administrados pelo governo. Há críticas de que esses preços, como gasolina e energia, foram represados por muito tempo pelo governo.
“Durante esse processo de transição, estamos percebendo esses dois processos de realinhamento de preços contribuindo para manter a inflação elevada. Uma vez que esse processo se esgote, teremos também uma composição da inflação melhor.”
“Este provavelmente será o oitavo ano em que preços livres variam mais que os administrados, isso não é sustentável”, disse. No ano passado, a inflação de preços administrados foi de 1,54%, e de preços livres, de 7,29%. Em agosto, a inflação dos preços administrados estava em 5,07%, e dos livres, em 6,95%.
“Essa distância entre variação de administrados e livres diminui muito esse ano. Provavelmente ano que vem vai diminuir para menos ainda, ou até inverter o sinal. Essa é a ideia que está por trás nessa mudança”, afirmou Hamilton.

Salários
Hamilton pontuou que a pressão salarial, não acompanhada de ganho de produtividade, é um fator de peso para a inflação. Segundo ele, a inflação tende a entrar “em rota convergente com a meta” só nos trimestres finais de 2016.
“Crescimento do salário é muito importante, permite que as pessoas comprem mais, mas é importante que esses aumentos de salário sejam alinhados aos ganhos de produtividade. Porque se isso não ocorrer, no final da cadeia, vão se traduzir em inflação, que prejudica todo mundo, inclusive os próprios trabalhadores.”
As contas do BC pressupõem a permanência dos juros nos atuais 11% ao ano. Um novo governo pode, em tese, elevar a taxa e apressar a queda da inflação, com risco de aumento do desemprego.
Os analistas de mercado não esperam um choque de juros no próximo ano. As projeções para a taxa do BC ao final de 2015 variam em torno de 11,38%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar