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Produção intelectual baixa

Na semana passada, em entrevista a um canal de TV, foi perguntado ao entrevistado qual a razão de nossa baixa produção intelectual? De fato, Manaus, espécie de cidade-Estado –com cerca de 2 milhões de habitantes, onde vivem mais de 60% da população e se produz a quase totalidade do PIB estadual –tem volume relativamente reduzido de produção intelectual, quantitativa e qualitativamente.
A pergunta é interessante ao demonstrar o interesse da mídia em relação à cultura. O desenvolvimento da sociedade envolve a cultura, cujo padrão de qualidade reflete o seu grau de civilização. Por essa razão, é necessário dar importância não só ao crescimento econômico, mas também à produção intelectual.
A queda da qualidade da produção intelectual coincide com o início da ZFM –o motor de crescimento que trouxe renda e emprego para a economia e recursos financeiros para o setor público–, sem relação de causa e efeito entre os dois eventos. A ZFM produziu riqueza, o que é sua missão, mas não induziu a expansão da produção intelectual. Qual a explicação?
Respondendo, pode-se afirmar que a causa mais importante foi a queda da qualidade da educação, agravada nas últimas décadas, provocada por más políticas públicas. Embora tenha crescido o número de vagas nas escolas públicas de ensino fundamental (as que existem são suficientes para atender à demanda dos jovens em idade escolar em Manaus), a drástica redução da qualidade do ensino vem exercendo grande influência negativa (e progressiva) no ambiente intelectual local.
O acesso ao ensino fundamental ampliou sua base, mas ao custo de uma enorme perda de qualidade. Técnicos em educação afirmam que a maioria dos jovens que concluem o ensino fundamental não foi bem-alfabetizada, o que dificulta o aprendizado e nivela por baixo as fases posteriores do ensino, principalmente na universidade. Também vítimas da queda significativa na qualidade do ensino, os professores formados não estão preparados, de modo geral, a exercer o magistério. Cria-se, então, um círculo vicioso de mediocrização que a cada ano se expande.
Os primeiros anos escolares formam a base sobre a qual se constrói o desenvolvimento cognitivo do jovem, razão pela qual são os mais importantes. É o momento em que o estudante aprende a pensar, a estruturar o raciocínio lógico e a desenvolver pensamento crítico. Se bem-feitos, facilitarão enormemente o resto do processo. No caso contrário, irão prejudicar os passos seguintes, impedindo a formação do capital intelectual de alta qualidade que o País necessita. Esta é a armadilha perversa que prende as sociedades atrasadas ao subdesenvolvimento.

Capital humano
Formar capital humano de boa qualidade é absolutamente estratégico na sociedade do conhecimento. É requisito essencial na economia globalizada que condicionará o futuro do PIM. Só com a existência de quadros humanos capacitados será possível adquirir conhecimento e gerar inovações. Atualmente, isto é mais importante do que a posse de recursos naturais. O conhecimento é um fator básico na economia do século 21. Por que as lideranças locais não promovem, junto com a Suframa e os governos estadual e municipal, com o apoio de todos os segmentos sociais, uma revolução educacional? Poderia ser meta a atingir nos próximos nove anos, por ocasião do cinqüentenário da ZFM (2017), com o objetivo de transformar a qualidade da educação básica do Amazonas em exemplo para o país. Se a base intelectual for bem-feita, as etapas posteriores também o serão. Uma base educacional de boa qualidade gera sinergia para pressionar o resto do processo a melhorar.

Fontes de informação
As fontes de informação no século 21 concentram-se na internet, principalmente nas ferramentas de busca (“search engines”). Para dar idéia do volume de informações que trafegam no espaço cibernético, o jornalista Ethevaldo Siqueira, especialista em TICs (tecnologias de informação e comunicação), informa que a cada dia acontecem 4 bilhões de acessos na intern

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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