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Produção Amazônica deve ganhar o mundo

A aprovação das normas que vão integrar todas as regiões produtoras de abacaxi do país, na qual se prevê a obrigatoriedade de práticas agrícolas definidas pela cadeia produtiva sob a coordenação do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), pode beneficiar os plantadores do fruto no Estado com parte da safra sendo destinada ao consumo internacional.
No Amazonas, o entusiasmo pela decisão do governo federal e a alta de 11,4% apontada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) no preço atual do fruto in natura praticado em nível nacional fizeram entidades locais e cooperativas concordarem que, no segundo semestre deste ano, poderá se consolidar um faturamento bruto anual por hectare de pelo menos US$ 16,7 mil para a cadeia produtiva local.
O presidente da Coopflora (Cooperativa de Produtos Naturais da Flora Amazônica), Adelmar Katzcipis, explicou que a produção integrada vai possibilitar que consumidores do mercado nacional e internacional adquiram abacaxi produzido no Amazonas com mais qualidade e com certificação sanitária expedida pelo governo federal. O dirigente explicou ainda que essa forma produção, surgida no país em 2001, como solução à procura por sistemas baseados em sustentabilidade, gerou maior credibilidade às produções agrícolas regionais por sua qualidade e rastreabilidade, promovendo conceitos de frutas e verduras voltados principalmente para sistemas orgânicos. “Esperamos enviar para o mercado interno pelo menos 20 mil frutos, o que proporcionaria uma renda extra de R$ 3,5 mil reais para cada produtor”, estimou Katzcipis.

Aumento da safra

Segundo dados divulgados pela Sepror (Secretaria de Estado da Produção Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural Integrado), o Amazonas poderá colher este ano 159,48 mil unidades de abacaxi, sendo as regiões do Novo Remanso (Itacoatiara), Careiro e Careiro da Várzea as áreas de maior cultivo do fruto. Ainda segundo essa Secretaria, cerca de 1.250 produtores poderão se beneficiar do plantio integrado em todo o Estado.
Para a diretora de negócios da Cooapir (Cooperativa Mista Agropecuária de Iranduba), Cristina Duarte, a inserção do abacaxi amazônico no cenário internacional é fato irreversível pela questão do sabor reconhecidamente mais encorpado entre as espécies nativas do país. Segundo a dirigente, os produtos amazônicos em geral têm grande valor de mercado, o que vai implicar em um possível aumento da produção local para atender à demanda dos compradores europeus e asiáticos. “Vemos com expectativa a entrada do nosso produto em mercados tão exigentes, já que a produção integrada vai fortalecer ainda mais o abacaxi brasileiro contra a concorrência das regiões do Cone Sul. Além disso, estimamos que o capital resultante dos negócios possibilite giro para ampliação em pelo menos 15% das áreas plantadas”, assinalou Cristina Duarte.
Mas nas estimativas do titular da Sepror, Eron Bezerra, caso se mantenha a média de crescimento de 2,2% ao ano na safra do Amazonas e seja consolidado o aumento de 20% no volume da produção, os abacaxicultores poderão ter faturamento recorde já em 2009. O secretário explicou que os produtores que aderirem ao sistema de produção integrada do abacaxi deverão cumprir critérios relacionados à capacitação dos produtores, manejo do solo, controle de doenças e pragas, técnicas de colheita, embalagem, etiquetagem, transporte e análise de resíduos. “Cumpridas todas as metas e exigências, o produto amazonense poderá ser consumido sem restrições em nível mundial, elevando o nível de vida da população ribeirinha das principais calhas de rio”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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