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PPB dos splits pode salvar negócios do setor

O aumento de 30,82% para 45,03% da ociosidade nas linhas de produção nesta segunda metade de março em relação a fevereiro e a manutenção dos 8.430 empregos no setor termoplástico devem ser considerados pontos-chaves para a implantação o mais rápido possível do PPB (Processo Produtivo Básico) dos Split System.
Pelo menos esse é o entendimento do presidente do Sinplast (Sindicato das Indústrias de Material Plás­tico de Manaus), Carlos Monteiro, que prevê a criação de 4.000 empregos no polo de componentes a partir da implantação definitiva do novo PPB, no fim deste ano.
Monteiro disse que, embora ainda não se tenha um discurso afinado com a indústria de bens finais, o polo de componentes discute a possibilidade de fechar um acordo de adensamento da cadeia produtiva que garanta a produção e a venda de componentes fabricados no PIM (Polo Industrial de Manaus) para as indústrias de condicionadores de ar. Segundo o executivo, a termoplastia local possui capacidade tecnológica e mão-de-obra preparada para atender à demanda das empresas de bens finais com produtos de alta qualidade, após os investimentos e a experiência que transformaram este segmento em fornecedor de classe mundial. “O Sinplast defende a implantação definitiva do PPB dos splits, como forma até de assegurar um conjunto de normas que facilite as etapas de produção e as operações industriais do setor”, completou.
Os números divulgados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) ajudam a entender o drama da termoplastia no contexto atual. Segundo a autarquia, as indústrias investiram até o início deste ano na região cerca de US$ 602.25 milhões. O volume foi 12,01% menor que o investido em igual período do ano passado, quando o setor injetou US$ 684.48 milhões no Amazonas. Mas o Simplast cogita que os investimentos mantenham uma tendência de 8% a 10% de queda média mensal até julho.
Carlos Monteiro falou ainda sobre as discussões com o Executivo estadual sobre a possibilidade da prorrogação por mais 90 dias do incentivo de isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) referente à energia elétrica que corresponda a 25% do valor efetivamente dado às indústrias do setor no início do ano. Segundo o dirigente, a manutenção da renúncia da alíquota será fundamental para o setor manter as contas em dia no fim deste mês, momento em que se encerra a convenção coletiva de trabalho e ocorre o retorno de 75% da mão-de-obra às linhas de produção. “Trabalhamos atualmente com faturamento reduzido em mais de 50%, o que torna insustentável a manutenção do atual quadro funcional. Se o governo acenar com a prorrogação do incentivo, dará fôlego para as empresas até o início do segundo semestre, quando começam os pedidos para o fim do ano”, ressaltou o dirigente.

Busca de alternativas

O empresário Joacir Frei­tas Neto, atuante do setor de componentes, asseverou que as indústrias tem buscado saídas para se manterem ativas há dois anos. O executivo avaliou que outro desafio da indústria termoplástica foi a mudança dos paradigmas tecnológicos que resultaram em queda de produção. “Nossas esperanças se voltam agora para produtos como os condicionadores de ar e sistemas componentistas para motocicletas. A indústria local de eletroeletrônicos, que deveria ser nossa principal parceira, prefere importar 70% dos seus componentes da Ásia, o que ameaça a manutenção das indústrias locais”, criticou.
Embora tenha estabelecido o maior valor de todos os tempos no faturamento, a indústria amazonense de transformação de plásticos registrou no ano passado o maior déficit dos últimos dez anos. Com o volume de US$ 996 milhões, a balança comercial do setor fechou com a preocupante marca de 54,2% maior do que os US$ 646 milhões registrados em 2007.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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