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Calote com pagamento via cheque cresce no Amazonas em janeiro

No Amazonas, a cada mil cheques compensados, 31,5 foram devolvidos em janeiro deste ano, por falta de fundos. O número é 9,5% maior que a média de devoluções registrada no mesmo período do ano passado no Estado, quando o índice ficou em 28,8 e 37,5% superior ao indicativo nacional de cheques devolvidos em janeiro (22,9), revelou o Indicador Serasa Experian de Cheques sem Fundos.
O crescimento no calote no Amazonas, quanto ao uso do cheque, segue o desempenho nacional. No país, o número de cheques devolvidos a cada mil compensados cresceu 20,5% em janeiro de 2009, na comparação com igual período de 2008. No primeiro mês deste ano, foram devolvidos 22,9 cheques, ao passo que em janeiro de 2008 foram 19 devoluções a cada mil compensações.
Para o presidente do Sistema Fecomercio, José Roberto Tadros, o aumento na devolução dos cheques no Amazonas é resultado do efeito cascata da crise econômica internacional. “Como vivemos numa economia globalizada, se grande parte dos países compradores estão contraídos, evidentemente que isso provoca uma retração na indústria local, que precisa exportar. Com isso as fábricas demitem e o trabalhador deixa de investir no comércio – atividade terciária da nossa economia”, disse.
De acordo com Tadros, o pior efeito da crise é o psicológico. “O medo de ser demitido ou ainda não encontrar emprego segue as oscilações da crise. Por consequência, muita gente acabou por não quitar dívidas, preferindo arcar com as despesas básicas, apesar de a economia continuar funcionando e a população não estar endividada”, acrescentou.

Média regional

Apesar do crescimento das devoluções de cheque no Estado, o número é bem inferior à média de calote regional. No Norte, a quantidade de cheques devolvidos a cada mil compensados é de 52,7 unidades. Em alguns Estados, o total de devoluções supera a faixa dos cem cheques, a exemplo do Acre (110,9) e Amapá (106,6), no topo do ranking de cheques devolvidos, por falta de fundos. Roraima (87,4) ajuda a compor a lista dos piores resultados.

Liquidez tem redução

Na análise do indicativo, os técnicos da Serasa Experian afirmam que a maior devolução de cheques entre os períodos verificados se deve ao choque de crédito que houve no último trimestre de 2008, por conta da redução de liquidez inerente à crise financeira internacional.
“A menor oferta de crédito levou o varejo a privilegiar o parcelamento com cheque pré-datado. Nos estabelecimentos menos organizados financeiramente, o cheque pré-datado não é visto como venda a prazo e é confundido com o cheque à vista, o que amplia o risco das transações”, relatou a empresa por meio de nota. Além disso, o maior endividamento por parte da população aliado aos fatores sazonais de início de ano (IPTU, IPVA e despesas escolares) promoveram o aumento da inadimplência com cheques.
Para o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Gaitano Antonaccio, as oscilações na conjuntura econômica, nos últimos três meses, explica por que o índice de devolução de cheques por insuficiência de fundos no Amazonas tem crescido. “O indicativo de desemprego foi o fator que mais contribuiu para a falta de fundo nos cheques. Com as demissões em nível local e nacional, os trabalhadores ficaram sem recursos para cobrir as despesas com cheque”, justificou.
“Preocupado com a falta de dinheiro para quitar as necessidades básicas, o consumidor desempregado deixa de pagar as contas de produtos supérfluos”, explicou o líder da Associação, acrescentando que o crescimento nas taxas de juros também influi no indicativo apontado pela Serasa Experian.

Desempenho Nacional

Em janeiro deste ano, houve um total de 2,41 milhões de cheques devolvidos por falta de fundos, e 104,98 milhões de compensados, em todo o país. Já em janeiro de 2008, foram devolvidos 2,44 milhões de cheques, e compensados 128,38 milhões.
Na variação de janeiro de 2009 sobre dezembro de 2008, a inadimplência com cheques aumentou 13,4%. No último mês de 2008, foram devolvidos 20,2 cheques para cada mil compensados. Ao todo, foram devolvidos em dezembro último, 2,48 milhões de cheques, e compensados 122,82 milhões de cheques, no Brasil.
Abaixo do índice nacional de 22,9 devoluções de cheques, por insuficiência de recursos, ficaram somente os Estados de Pernambuco (22,5), Paraná (21,0), Minas Gerais (21,4), Santa Catarina (20,7), Rio de Janeiro (18,9) e São Paulo (17,7), com o melhor resultado.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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