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Pólo Moveleiro local ganha aporte de R$ 5,1 milhões

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Com recursos da ordem de US$ 5.1 milhões para serem investidos em quatro anos, o Sebrae-Am (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas) anunciou, na quarta-feira, o início das atividades do Programa Ítalo-brasileiro de Desenvolvimento Sustentável da Cadeia Produtiva Madeira Móveis na região amazônica, cujos trabalhos vão resultar em melhorias para grupos associativos e extrativistas locais.

O Programa, de acordo com o Sebrae, é resultado de convênio firmado em julho deste ano, e traz dentre seus objetivos a identificação e disseminação de soluções tecnológicas que possam ser aplicadas sobre o manejo da madeira para fabricação e exportação de móveis politicamente corretos no Amazonas.

O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, disse que a experiência desenvolvida no Amazonas servirá, enquanto projeto-piloto no país, de parâmetro para outros Estados da região. O executivo frisou a parceria co-financiadora do Programa Ítalo-brasileiro com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e com empresários do Cosmob (Centro Tecnológico do Setor de Madeira e Móveis) de Marche, região central da Itália, referência européia pela qualidade e design da movelaria produzida, os quais responderão por mais de 60% do valor total dos investimentos.

A meta do convênio com as movelarias italianas, segundo Okamotto, é a criação da RST (Rede de Serviços Tecnológicos) direcionada ao atendimento das demandas e gargalos dos empreendimentos do setor moveleiro e madeireiras.

O presidente afirmou ainda que os empresários amazonenses poderão ter contato com técnicas e equipamentos adequados para o corte de árvores para aumentar o rendimento do produto final.

Mercado local é altamente competitivo

“Estamos trazendo para o Amazonas o que há de melhor no mundo em termos de qualidade e projetos de como eles se associam para conseguir espaço num mercado altamente competitivo, como é o dos móveis europeus”, assegurou o presidente do Sebrae nacional.
Dados do Siclam (Sindicato das Indústrias de Madeiras Compensadas e Laminadas do Amazonas) divulgados no início do ano, apontam que, em relação ao ramo tradicional das exportações, o crescimento no setor madeireiro no Amazonas pode ter alcançado 3,75% neste primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, o que parece ser pouco para os empreendedores locais.
Na análise do empreendedor João Baptista Soarez, um fator contribuiu para a queda nas exportações no setor madeireiro: as restrições ambientais, tais como a não liberação dos projetos de manejo florestal, que paralisaram o abastecimento de matéria-prima para o setor.
“Os números só não foram piores graças a modernização tecnológica utilizada no beneficiamento da madeira exportada. O Pará exporta cada vez mais produtos de base florestal com maior valor agregado no mercado internacional, recuperando o déficit no abastecimento de matéria-prima, enquanto o Amazonas comemora míseros 3% de aumento”, ressaltou o empresário.
Entre as ações previstas pelo convênio com as moveleiras italianas, está a implantação de uma rede de serviços tecnológicos pela Cosmob que irá atender 300 empresas. A rede buscará alternativas para utilização dos resíduos de madeira, além de capacitar empresários e mão-de-obra local na valorização cultural da madeira proveniente do uso sustentável da floresta. “A Europa não valoriza mais os móveis rústicos. Esse fato tem de ser incorporado definitivamente na cultura empreendedora local”, explicou Okamotto.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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