Pesquisar
Close this search box.

Pequenos negócios geram mais 2.790 novas vagas de empregos em abril

As MPEs sustentaram a geração de empregos com carteira assinada no Amazonas, abril, pelo terceiro mês consecutivo. No total, foram abertas 2.790 novas vagas nos pequenos negócios do Amazonas, a despeito das condições macroeconômicas desfavoráveis. Alavancadas pelo setor de serviços – e, em menor grau, por indústria, comércio e construção –, as micro e pequenas empresas responderam por 75% das vagas formais no Estado. Foi um resultado muito superior ao das MGEs (médias e grandes empresas) que, desta vez, contrataram mais do que demitiram.

Apesar dos impactos da guerra na Ucrânia na escalada da inflação e dos juros, do estrangulamento na cadeia de insumos por conta do repique da pandemia na China, e da insegurança jurídica disseminada pela economia do Amazonas, em decorrência das batalhas da ZFM no STF, o saldo de empregos dos pequenos negócios do Amazonas em abril veio mais forte do que o de março (+1.919 vagas), no segundo melhor dado do ano. Mas, ficou aquém do registro do mesmo mês de 2021 (+3.008) – quando a economia amazonense ainda emergia da segunda onda de covid-19. Em quatro meses, foram criadas 1.367 novas ocupações, em performance melhor do que a de 2021 (+1.186).

Ainda assim, o Estado teve o segundo melhor resultado proporcional do país, com a abertura de 18,15 postos de trabalho, a cada mil gerados. Só perdeu por uma pequena margem para o Amapá (18,36 p/mil). No acumulado do ano (56,16 p/mil), o Amazonas já subiu da quinta para a terceira colocação, ficando atrás apenas de Roraima (71,55 p/mil) e do mesmo Amapá (61,10 p/mil). Os dados são do boletim mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) a partir do ‘Novo Caged’ (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). 

O desempenho do Amazonas seguiu acima da média nacional, que registrou a criação de 166.800 novos empregos formais de Norte a Sul do Brasil, em abril. Com isso, os pequenos negócios brasileiros foram responsáveis por 84,68% do saldo de empregos total do mês (196.966), conforme o levantamento do Sebrae. Mas, essa participação já cai, quando se leva em conta a performance do quadrimestre. De janeiro a abril de 2022, o país somou 770.593 vagas abertas, sendo que os empreendimentos de micro e pequeno porte responderam por 75,99% desse montante (585.560) – em fatia semelhante à registrada um ano atrás.

Serviços na frente

Passado o surto da ômicron, a queda nas estatísticas locais da covid-19 abriu terreno para a flexibilização do uso de máscaras e franqueou o retorno da realização de eventos. Ambos os fatores alavancaram o setor de serviços, que também cresceu em ritmo maior do que o apresentado pelo comércio e pela indústria. Além de responder pela maior parte dos empregos celetistas abertos no mês, a atividade também foi a que experimentou a maior expansão no confronto dos números de março (+1.015) e abril (+1.548), que indicou uma diferença de 52,51%.

Todos os setores fecharam o mês no azul. O comércio (+671) veio em um distante segundo lugar, também experimentando um incremento mensal significativo. As micro e pequenas empresas da indústria de transformação (+330) e construção (+182), mas perderam o vigor nas contratações, na mesma comparação. Já serviços de utilidade pública (+22) e agropecuária (+21) e indústria extrativa mineral (+16) voltaram a ter números irrisórios. 

De janeiro a abril, os serviços também continuaram sendo o motor das contratações das micro e pequenas empresas do Amazonas, com a abertura de 4.425 postos de trabalho com carteira assinada. Foram seguidos pelas atividades de comércio (+1.522), construção (+1.307), indústria de transformação (+1.300), agropecuária (+44), indústria extrativa mineral (+32) e serviços de utilidade pública (+4).

O Estado seguiu a tendência nacional. Em abril, o setor que mais contratou também foi o de serviços, com saldo de 93.404 postos de trabalho. Os segmentos de comércio e construção ficaram praticamente empatados na segunda e terceira posição, com 28.420 e 25.267 empregos gerados, respectivamente. a indústria (+14.151), a agropecuária (+3.573), os SIUP (+994) e a indústria extrativa mineral (+991) ocuparam as colocações seguintes. A dinâmica foi semelhante no acumulado do ano.

Inflação e juros

Em texto postado no site da Agência de Notícias Sebrae, o diretor técnico do orgão, Bruno Quick reforçou a importância do empreendedorismo para a economia brasileira. “Os dados mostram que as micro e pequenas empresas continuam sendo as grandes geradoras de emprego no país. São empreendedores resilientes que venceram a pandemia e continuam movendo a economia nacional. É fundamental continuar apoiando esses empresários com políticas de crédito e com a possibilidade de renegociação de dívidas, tanto de empréstimos, quanto de impostos e fornecedores”, enfatizou.

A gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, reforçou à reportagem do Jornal do Commercio que a comparação dos quadrimestres mostra um quadro favoravelmente melhor para os pequenos negócios, em razão dos efeitos da pandemia na base de comparação, já que os mesmos foram os que mais desempregaram durante a segunda onda. Pelo mesmo motivo, e pelo bônus da vacinação e reabertura de atividades presenciais, a melhor performance ainda vem dos serviços. 

Segundo a executiva, o panorama não melhorou nos últimos meses para os pequenos negócios, apesar do avanço no quadro sanitário. Outra pesquisa recente do Sebrae mostra que a maior parte das MPEs do Amazonas experimentou queda de faturamento no período. Socorro Correa aponta que o principal obstáculo vem do peso crescente do passivo inflacionário sobre os balanços das micro e pequenas empresas e seu grau de endividamento, com efeitos imediatos na sua capacidade de contratar e investir.

“Os pequenos negócios continuam sendo os principais empregadores. Houve em abril uma performance melhor que março e janeiro. Mas, ainda foi baixa, quando comparamos com outros meses. O Amazonas teve uma ampliação de pequenos negócios e com isso um desempenho no saldo de empregos melhor que 2021. Esperamos dias melhores. Mas, com juros altos e inflação elevada, os custos das empresas aumentaram ao longo dos últimos meses e isso poderá impactar negativamente na geração de novos postos de trabalho”, concluiu.

Boxe ou coordenada: Médias e grandes eliminaram empregos em 2022

Depois de amargar corte de vagas em março, as médias e grandes empresas do Amazonas conseguiram criar 857 empregos formais, em abril, contribuindo com % da oferta de vagas do Estado, no mesmo período. As MGEs locais avançaram nos serviços (+1.285) e comércio (+98), mas recuaram na indústria (-433) e na construção (-139), além de empatar nos demais segmentos. Mas o acréscimo mensal não foi suficiente para tirar as pessoas jurídicas amazonenses de maior porte do vermelho, no acumulado do ano (-186), em desempenho bem pior do que o alcançado no mesmo período do ano passado (+8.634).

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar