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Partos mais naturais como antigamente

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Houve uma época, e não faz muito tempo, algumas poucas décadas, em que todas as crianças nasciam em casa, ‘aparadas’ por dedicadas e atenciosas parteiras. O trabalho das parteiras começava quando o bebê ainda estava na barriga da mãe. Pegando na barriga desta, elas sabiam se a gestação estava acontecendo normalmente e, com movimentos vigorosos, até colocavam o bebê na posição correta para nascer.

Mas aí vieram as modernidades, as maternidades, e com o passar do tempo e das gerações as futuras mamães começaram a acreditar mais no estudo dos médicos do que na experiência das parteiras. Porém, o jogo começa a virar e as parteiras, aos poucos estão voltando, não mais como aquelas bondosas e pacientes senhoras, mas jovens enfermeiras, também bondosas e pacientes, além de trazer na bagagem os conhecimentos adquiridos numa academia.

Sabrina Amazonas, 28, Katiele Queiroz, 26, e Maria Carolina Fontes, 28, cursaram a faculdade de enfermagem na Ufam e se formaram no início do ano passado.

“Nos formamos enfermeiras generalistas e fizemos residência em enfermagem obstétrica, quando conhecemos a Carolina. Ainda na faculdade, eu e a Katiele, conversávamos a respeito de nosso futuro profissional. Nenhuma de nós queria ser empregada num hospital pelo resto da vida, então pensamos num empreendimento e concluímos que ser parteiras dos dias de hoje seria o caminho. Depois convidamos a Carolina e ela também topou”, contou Sabrina.

Assim surgiu a Resonare (ecoar, em latim), empresa especializada em oferecer dois tipos de serviço: acompanhamento pré-hospitalar, para as mães que desejam ter seus filhos numa maternidade; e parto domiciliar planejado, para aquelas que, como antigamente, preferem ter o filho no aconchego do lar.

Atendimento personalizado

Para ter certeza que estavam seguindo o direcionamento correto, as três enfermeiras fizeram consultoria na Nascentia, uma grande empresa de Brasília que reúne enfermeiras obstetra e neonatal e médicos ginecologistas e obstetras, cujo trabalho busca o resgate do natural.

“Nosso atendimento é personalizado. O casal, ou a gestante, nos procuram para uma conversa informal na qual vão dizer o que pretendem. Informamos nossos dois serviços e eles decidem o que acharem melhor”, explicou.

Feito o acerto, começa o trabalho das garotas. Nos dois casos elas fazem o acompanhamento da gestante, tanto se for numa maternidade, quanto em casa.

“Realizamos atendimento pré-natal quando as futuras mães tiram todas as suas dúvidas a respeito daquele momento, no dia-a-dia nos avisam sobre como estão suas contrações e, principalmente, nos tornamos a pessoa a quem elas confiam totalmente a gestação e o breve nascimento de seu filho”, revelou.

Nas maternidades, o atendimento das enfermeiras/parteiras se resume a acompanhar as mães. Seguindo as regras destes estabelecimentos, elas não podem realizar o parto, então, passam a atuar como doulas (do grego, mulher que serve).

Como doulas seu papel é oferecer conforto, encorajamento, tranquilidade, suporte emocional, físico e informativo à gestante.

Numa maternidade, repleta de modernos aparelhos, o cuidado com o lado emocional da parturiente acabou ficando perdido em meio ao ambiente impessoal de médicos e enfermeiras, tendendo a aumentar o medo, a dor e a ansiedade da futura mãe e, consequentemente, aumentando as complicações obstétricas e necessidade de outras intervenções.

A doula, nada mais é do que o resgate de uma prática existente antes da institucionalização e medicalização da assistência ao parto, realizado antes por irmãs mais velhas, tias, mães e avós, e que passa a ser incentivada agora com respaldo científico.

Variados partos

“É no parto domiciliar que voltamos às reminiscências das antigas parteiras. Neste serviço, fazemos o pré-natal, o parto e o acompanhamento pós-parto”, explicou.

À medida que vai se aproximando a hora de o bebê nascer, as três enfermeiras/parteiras vão ficando em estado de alerta.

“Já deixamos nossos celulares ligados 24 horas para a mãe entrar em contato conosco e nos acionar a qualquer momento. O único problema é quando o bebê soa o alarme falso. Corremos para a casa da futura mãe e ele resolve ficar mais um pouco no conforto do útero”, riu.

“Mas aí já deixamos na casa da cliente todo o nosso instrumental e medicamentos para o parto, tudo preparado. Os envolvidos também já estão instruídos em como proceder: o futuro pai, a mãe da futura mãe ou qualquer outra pessoa que ela quiser que esteja presente no momento do nascimento do bebê”, disse.

E as futuras mães ainda escolhem como querem que seja o parto. São os mais variados: sob o chuveiro, de pé, sentada na banqueta de parto, ou dentro d’água.

“Se a mãe não tiver uma banheira, ou piscina, nós levamos a piscina. Mantemos a temperatura da água entre 36º e 37º e a criança nasce no mesmo ambiente do útero”, esclareceu.

Para as futuras mães, que queiram saber como era parir no tempo de suas avós, basta tentar a experiência com Sabrina (9 9504-7515), Carolina (9 9301-7487) ou Katiele (9 9498-8872).

“Por isto escolhemos o nome Resonare, porque o parto é um momento único e rápido, mas que ecoa para sempre em toda a família”, concluiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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