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Para enfrentar crise, empresas fazem novas ofertas de ações

Para enfrentar crise, empresas fazem novas ofertas de ações

No cenário de juros baixo e Bolsas de Valores em alta, empresas aproveitam para fortalecer o caixa para enfrentar a crise do novo coronavírus no mercado de ações. No primeiro semestre de 2020 foram sete follow-ons (ofertas subsequentes de ações) e cinco IPOs (oferta pública inicial, na sigla em inglês), com quase o dobro da participação de pessoas físicas em relação ao mesmo período de 2019.

“Começamos o ano muito bem. Janeiro foi bastante forte de ofertas e agora o mercado começou a reaquecer. Ninguém está feliz, tivemos um grande impacto com a pandemia, mas investidores acreditam na recuperação e têm a percepção de que a crise não é permanente”, diz Jorge Junqueira, sócio da Gaus Capital.

Ele estima que, mantida a retomada da Bolsa, mais 15 empresas podem abrir capital até o final do ano

Em março, com a forte queda da Bolsa de Valores, 20 empresas interromperam o seu processo de abertura de capital. Em junho, quatro delas retomaram o IPO. Ao todo, estão em análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 20 pedidos.

Até o momento, 2020 já superou o número de aberturas de 2019. Foram cinco estreias no ano passado, contra sete neste ano.

Duas delas aconteceram em julho. As ações da Ambipar, empresa de gestão de resíduos, passam a ser negociadas na Bolsa brasileira nesta segunda-feira (13). A companhia levantou R$ 1,08 bilhão na oferta para renegociar e antecipar pagamentos de dívidas com custo de captação elevado e expandir o negócio.

Outro IPO foi da Aura Minerals, empresa de mineração de ouro listada na Bolsa do Canadá. Suas ações agora são negociadas na B3 sob a forma de BDR (recibos depositários brasileiros, na sigla em inglês). Por se tratar de uma oferta com esforços restritos –limitada a 75 investidores, porém, com menos burocracia– apenas investidores qualificados (que têm mais de R$ 1 milhão investido) poderão negociar o papel nos próximos 18 meses. Depois dessa data, qualquer investidor pode comprar o papel. Apesar da exclusividade, a empresa levantou R$ 790 milhões para reforçar o caixa e expandir o negócio.

O mês também já teve dois follow-ons. O BTG Pactual captou R$ 2,6 bilhões para expandir sua atividade de varejo e a XP, listada em Nova York, teve a redução da participação da empresa de investimentos General Atlantic e fortalecimento do caixa.

Também anunciaram ofertas subsequentes de ações para fortalecer o caixa Lojas Americanas, Via Varejo, CVC e JHSF.

A Lojas Americanas e a sua subsidiária, a B2W, por exemplo, podem ter uma melhora na avaliação de crédito com a captação, que pode chegar a R$ 7 bilhões.

“A conclusão da oferta de ações deve permitir à Lojas Americanas e a sua controlada relevantes redução de dívida e fortalecimento da liquidez. Além disto, solidificaria a posição de mercado da companhia por criar condições para um forte programa de investimentos, financiado por recursos que não pressionariam sua alavancagem e que contribuiriam para uma maior redução dos riscos de seus negócios”, diz a Fitch.

As ofertas de ações e títulos de dívida no mercado de capitais são uma maneira de empresas levantarem recursos fora dos bancos, onde os juros e os custos podem ser mais elevados.

Com a migração do pequeno investidor brasileiro para a renda variável com a queda de juros, as empresas conseguem bons negócios mesmo em um momento de incerteza econômica por conta da pandemia de Covid-19.

Investidores também são atraídos pela maior expectativa de ganhos nas operações. Apesar de arriscados, IPOs tem um maior potencial de retorno, enquanto follow-ons oferecem ações a um preço mais barato do que os papéis já negociados no mercado .

Apesar de tentadoras, especialistas apontam que as ofertas devem ser cuidadosamente estudadas pelo investidor.

“Não pode ser aposta, tem que ser um investimento consciente. É preciso entender o negócio de cada empresa. Conhecer o setor e analisar bem a condição financeira da companhia”, diz Bruno Mori, planejador financeiro CFP pela Planejar.

A Allpark, por exemplo, acumula uma queda de 7,6% desde que abriu capital em maio, no primeiro IPO após a OMS”(Organização Mundial de Saúde) declarar pandemia do novo coronavírus.

“A Allpark fez o IPO por necessidade de caixa, já que não é um ativo interessante para a demanda do mercado”, diz Junqueira, da Gauss.

A empresa é dona da rede de estacionamentos Estapar e precisava captar recursos para pagar a concessão da zona azul na cidade de São Paulo.
Junqueira aponta que as ofertas mais esperadas nos próximos meses são de redes de farmácias, com os IPOs de Pague Menos e Profarma e o follow-on da Panvel. “É um setor bastante resiliente”, diz.

Fonte: Folhapress

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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