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Bares e restaurantes buscam sobrevida

Bares e restaurantes buscam sobrevida

Mais de três meses de portas fechadas foram o suficiente para levar o setor de serviços de alimentação fora do lar da esperança para o ceticismo. Com duas semanas de restaurantes abertos em Manaus – e uma com a liberação para o funcionamento de bares –, a Abrasel-AM (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Amazonas) informa que muitos empresários ainda consideram que não vale a pena retornar ao mercado, e estima que o movimento só volta com força total entre outubro e novembro, na melhor das hipóteses.

A entidade diz esperar também que o aquecimento permita às empresas reverem oportunidades de emprego para os colaboradores demitidos durante a pandemia. Dos 4.846 postos de trabalho extintos no Amazonas, na passagem de abril para maio, 361 vieram dos segmentos de alojamento a alimentação, segundo as estatísticas mais recentes do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

A Abrasel-AM não tem uma contabilidade precisa a respeito do assunto, mas estima, a partir de conversas entre seus associados, que um em cada três trabalhadores do subsetor foi mandado para casa, por força da pandemia e das medidas de isolamento. Os números de mortalidade de CNPJs pelos mesmos motivos também foram consideráveis entre os bares e restaurantes do Amazonas: pelo menos 25% já fecharam as portas em definitivo. 

De acordo com o presidente da Abrasel-AM, Fabio Cunha, o setor está sentindo uma retomada lenta, seja pela redução do fluxo e da circulação de renda, seja pela força dos protocolos de segurança – que reduziram a capacidade dos estabelecimentos de receber público, impedindo que as empresas de “trabalhar em 100%”. 

Diante de um cenário mais volátil, com a imposição de custos mais elevados, fiscalização mais severa, e faturamento escasso e incerto, muitas das empresas sobreviventes ainda consideram que é cedo demais para voltar a receber público em seus salões. Segundo o dirigente, os empresários o ramo aguardam apenas o momento certo para reabrir as portas, com uma economia mais movimentada e com um número de clientes em potencial que se sinta mais seguro para sair de casa. 

“Alguns segmentos de alimentação fora do lar estão tendo mais sucesso, outros não. Isso depende também do tipo da clientela e do tipo da operação. Entendemos que a quantidade de pessoas que estão saindo ainda é muito pequena. Alguns restaurantes estão até com a lotação alta. Mas, muitos ainda estão fechados porque o custo da abertura de um salão é alto, e pode não valer a pena se aventurar na retomada agora, em virtude do baixo movimento”, frisou.

Protocolos e fiscalização  

Fábio Cunha destaca que a Abrasel-AM já vinha trabalhando pela inclusão dos bares no calendário de reabertura, em razão de sua importância econômica e das pessoas que trabalham no segmento. A concretização do resultado desse esforço veio nesta segunda (6), em um cenário de “novo normal”, que inclui afastamento das mesas, redução da capacidade, álcool em gel disponível, atendimento com uso de máscaras e protetores faciais, e músicos em formato acústico, entre outras medidas de segurança para a clientela.     

“O bar é uma atividade que gera muitos empregos e, principalmente, o primeiro emprego. Acreditamos que podem proporcionar um atendimento seguro, atendendo aos protocolos Vigilância Sanitária, que já eram rigorosos, e que foram reforçados agora, com a pandemia. É muito mais seguro beber em um bar do que um posto de gasolina. Conheço muitos donos que têm comprometimento com a sociedade, e um propósito maior do que simplesmente lucrar, que é o de oferecer serviço com qualidade e segurança”, asseverou.

O dirigente concorda que nem todos estão seguindo as regras e acabam oferecendo risco aos frequentadores. Mas, salienta que apenas a minoria age dessa forma e, por isso, defende maior rigor e frequência na fiscalização desse tipo de estabelecimento – em detrimento dos que estão “dentro do protocolo”. “Às vezes, a gente pode até ver bares aglomerados, mas isso ocorre mais pela questão de as opções estarem reduzidas, do que por outra coisa”, encerrou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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