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Novo decreto fortalece o comércio no Dia das Mães

O governo estadual renovou o toque de recolher, de 0h as 6h, mas flexibilizou os horários de funcionamento de shoppings, academias fitness, restaurantes, lanchonetes e bares, além de autorizar o funcionamento de circos, parques de diversões e aulas presenciais para finalistas do ensino superior, entre outras medidas. Foi autorizado também o retorno ao trabalho presencial de todos os profissionais que já foram vacinados com as duas doses. As mudanças passam a valer a partir desta segunda (3) e tem validade de 15 dias.

Apresentadas e debatidas com representantes de outros poderes e órgãos de controle, as novas regras foram definidas pelo Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Covid-19, nesta sexta (30). A nova flexibilização chega em um período em que a pandemia mostra sinais de queda, mas também na mesma semana em que a prefeitura suspendeu a aplicação da primeira dose da vacina contra Covid-19. Lojistas e lideranças do comércio e serviços do Amazonas ouvidos pela reportagem do Jornal do Commercio comemoraram, por outro lado, o fato de a iniciativa vir nos dias que antecedem o Dia das Mães.  

A partir desta segunda (3), os shoppings poderão funcionar das 9h às 22h, de segunda a sábado, e de 11h às 18h, aos domingos, com as praças de alimentação funcionando nos mesmos horários. Restaurantes e bares que funcionam como restaurantes, assim como lanchonetes e similares, passam a funcionar aos domingos, de 7h as 18h. Academias e esportes de todas as modalidades podem operar de 6h as 22h, de segunda a sábado, com aulas coletivas somente em ambientes abertos. 

Em relação às instituições de ensino superior privadas, fica facultado o funcionamento para os dois anos finais dos cursos e, também, aulas práticas, desde que observados os protocolos de segurança. As autoescolas também poderão ministrar aulas práticas. Outra novidade é que será permitida a realização de eventos sociais até as 23h, com capacidade de ocupação dos espaços de até 50%, limitado à quantidade máxima de 100 pessoas, sem cobrança de ingresso e sem pista de dança. Estes só poderão ser realizados mediante aprovação da vigilância sanitária municipal, cumprindo protocolos de prevenção. 

Circos e parques de diversão também poderão funcionar, com metade da capacidade. No primeiro caso, deve ser garantida a livre circulação de ar, adotando-se todas as medidas de prevenção necessárias. No segundo, a condição é que seja em ambiente aberto e mediante aprovação da vigilância sanitária dos municípios. O retorno ao trabalho de todos os vacinados com duas doses está permitido, desde que seja cumprido o período pós-vacina estabelecido.

“Essa decisão é muito boa e chega na semana que antecede o Dia das Mães. Acho que o governador flexibilizou justamente para estimular as vendas do varejo, que não andam muito boas. Queira ou não queira, este é o segundo Natal do ano para o comércio. É claro que ainda dependemos que o processo de vacinação continue andando, mas acho que isso vai ser resolvido o quanto antes”, comemorou o presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima.

Volta ao “normal”

O presidente da Associação de Lojistas do Amazonas Shopping, André Gesta, ressaltou que o aumento na jornada dos centros de compras aos domingos vai ajudar significativamente os comerciantes porque vai começar a valer justamente no domingo que antecede a semana do Dia das Mães. O empresário lamentou, no entanto, que o horário aos domingos ainda seja vespertino, já que tradicionalmente os consumidores costumam frequentar os malls em horários mais tardios. 

“O ideal seria abrir e fechar mais tarde. Isso foi sugerido e achávamos que seria resolvido neste decreto, mas infelizmente ainda não foi. Conversei com as outras associações, mas ainda não sabemos porque. Mas, esse aumento do domingo ajuda, sim, pois começa perto do Dia das Mães. Aos pouquinhos, vamos voltando ‘ao normal’, lembrando sempre que o mais importante é preservar a vida e saúde de todos”, declarou.

Segundo o dirigente, o movimento nas lojas vem melhorando gradualmente com a extensão dos horários e as contratações recomeçaram. André Gesta informa que algumas operações do shopping ainda estão trabalhando com quedas de 10% a 15% quando comparadas ao mesmo período de 2019 –já que o segmento estava fechado em 2020 –, mas outras já apresentam crescimento. “Essa semana é que as vendas devem aquecer. As pessoas normalmente deixam muito para cima da hora”, complementou. 

“Alívio das perdas”

A vice-presidente do Sinepe-AM (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Amazonas), Laura Cristina Vital, considerou que as mudanças foram positivas, especialmente na autorização das aulas práticas, que devem contribuir para tirar a ansiedade dos universitários preocupados com a possibilidade de perder o período, por conta do fechamento do semestre. A dirigente lamentou apenas que as regras tenham avançado aquém do esperado.

“Estávamos aguardando que tudo voltaria ao normal, a partir da segunda (3). Não foi exatamente o que queríamos, mas acredito que, com esse início da semana que vem, e já tendo o olhar sensibilizado para os finalistas das faculdades para que eles não tenham perdas pedagógicas ou financeiras, acredito que foi um alívio. Vamos aguardar pelo fim desse novo ciclo, para ver se temos a inclusão de outros cursos superiores, no próximo decreto”, ponderou. 

Busca de equilíbrio

Em texto divulgado pela Secom (Secretaria de Comunicação Social), o governador Wilson Lima destacou que as medidas foram adotadas pelo comitê, em um momento de desaceleração local da pandemia e visam a recuperação econômica e a preservação dos empregos. Já a FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde) aponta que, apesar da tendência de redução, a recomendação ainda é pelo rigor nas restrições sanitárias e o uso de máscaras. 

A RT (taxa de transmissão) está em 0.89 –cada 100 infectados transmitem para 89 pessoas –, a terceira menor do país. Mais de 20% da população prevista na fase atual do Plano Nacional de Imunização já foi vacinada e, nos últimos 14 dias, o Amazonas teve recuos de 32%, na média móvel de casos, e de 26%, na média móvel de mortes. A taxa de ocupação de leitos clínicos e de UTI para pacientes com Covid-19 está em 28% e 57%, na ordem. Os respectivos percentuais para pacientes com outras doenças, contudo, ainda seguem elevados –78% e 79%. 

O governador salientou que todos esses indicadores foram avaliados, antes do comitê definir as novas mudanças para o funcionamento do comércio e dos serviços. “É importante ressaltar que nós estamos trabalhando para encontrar esse equilíbrio. A gente não superou a Covid-19, a gente ainda não superou a pandemia. É importante que as pessoas continuem se esforçando para que a gente não coloque tudo a perder”, concluiu. 

Foto/Destaque: Diego Peres/Secom

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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