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Novo decreto flexibiliza o comércio aos domingos

A principal mudança do mais recente decreto estadual é que o funcionamento do comércio de rua passou a ser facultado aos domingos, até 13h. A nova flexibilização atende ao pleito dos lojistas, especialmente daqueles que atuam no comércio de lojas de departamentos e grandes magazines de Manaus. A validade da medida se estende desta segunda (14) até o dia 28 de junho, quando deve ser novamente revista pelo Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Covid-19.

Para os comerciantes do Amazonas, a nova flexibilização veio em um momento em que o setor começa a apresentar resultados positivos e deve ajudar a alavancar a atividade nos próximos meses, assim como a retomada do ritmo da vacinação. O mesmo Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Covid-19, no entanto, manteve o Amazonas na fase laranja – o que corresponde a um risco moderado no âmbito da pandemia – e decidiu renovar o toque recolher diário, de 0h e 6h, durante o mesmo período. 

A 436ª edição do Boletim Diário de Covid-19, divulgada pela FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), nesta segunda (14), informa que o Estado diagnosticou 383 novos casos da doença no mesmo dia, totalizando 393.875 registros, até ontem. Foram confirmadas nove mortes por covid-19, sendo oito ocorridas no dia anterior e uma encerrada por critérios clínicos, de imagem, clínico-epidemiológico ou laboratorial – elevando a respectiva estatística para 13.149 óbitos.

Na capital, de acordo com dados da Prefeitura de Manaus, no domingo (13), foi registrado apenas um sepultamento por covid-19. O boletim da FVS-AM acrescenta ainda que 42.884 pessoas com diagnóstico da doença estão sendo acompanhadas pelas secretarias municipais de saúde, o que corresponde a 10,89% dos casos confirmados ativos. Há 396 pacientes internados em Manaus – 207 em leitos, 187 em UTI e dois em sala vermelha – e outros 46 casos suspeitos que aguardam a confirmação do diagnóstico – 27 em leitos clínicos e 19 em UTI na rede pública. Há ainda outros 93 pacientes internados na rede pública de saúde do interior.

Alivio na cheia

O presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima, conta que a entidade foi procurada por representantes de lojas de departamentos e magazines instaladas na capital amazonense, na semana anterior. O pleito era justamente pelo retorno às atividades aos domingos, período considerado estratégico para os lojistas que mantém estabelecimentos no Centro da cidade, e que já estavam sentindo falta do fluxo adicional da clientela do fim de semana. 

“Encaminhei o pedido ao governador no mesmo dia, e ele nos atendeu nesse decreto. Acho que não tem coisa melhor para esse momento, em que os números da pandemia vêm declinando e a vacinação vem avançando, com um mutirão ocorrido neste fim de semana e outro já programado para as pessoas na faixa dos 30 anos”, comemorou.

No entendimento do dirigente, a possibilidade das lojas voltarem abrir aos domingos vai contribuir para um aquecimento no setor, especialmente no Centro, em paralelo com a retração das águas e a liberação dos 13º salários. “Isso vai fazer diferença, porque tem muito consumidor que não tem tempo de comprar durante a semana e, agora, vai voltar a ter essa opção. O Dia dos Namorados já deu uma aquecida nas vendas e a tendência é continuar melhorando, nos próximos meses”, asseverou.

“Sem aglomerações”

Em sintonia, o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, diz que o pleito atendido no atual decreto, embora reforçado na semana passada, já era antigo e havia sido feito pelo setor, em pedidos ao governo estadual, nas reuniões que levaram às flexibilizações anteriores. O dirigente argumenta de que, quanto mais se restringe o horário de atendimento, mais se induz a aglomerações e possíveis contaminações, embora reforce mais uma vez que a atividade não é o pivô da pandemia.

“Estivemos com o comércio aberto em abril, maio e junho e, nesse período, os números da  pandemia vêm caindo, em uma prova de que o setor não é foco de aglomerações. Mas, as festas clandestinas continuam. Se você passar por diversos bairros das zonas Centro-Sul e Oeste, e provavelmente da zona Leste também, vai ver que os estabelecimentos estão cheios. Tanto é que as mortes estão se concentrando agora no pessoal com menos de 40 anos. Até porque, os mais velhos estão sendo imunizados”, analisou.

Na análise do dirigente, a abertura de mais esta janela de oportunidade será um empurrão certeiro no comércio do Amazonas para sustentar vendas positivas nos próximos meses, e isso pode ser percebido na macroeconomia, com reflexos na microeconomia. “O PIB está subindo e a bolsa já bate nos 130 mil pontos. As vendas vêm se recuperando, com destaques também para o e-commerce e o market place. Há ainda uma preocupação com os níveis de desemprego, que continuam altos, mas a tendência é positiva”, ponderou.      

Terceira onda

Em texto veiculado pela Secom (Secretaria de Comunicação Social) o governador Wilson Lima avaliou que o cenário atual da pandemia no Amazonas é de estabilidade, mas explicou que medidas restritivas continuam necessárias, daí a renovação para a restrição de circulação de pessoas entre 0h e 6h, por mais 15 dias. Ele reforçou ainda a importância de que os hábitos de uso de máscara,  distanciamento social e lavagem de mãos e higiene com álcool em gel continuarem na rotina da população.

“Nós ainda estamos em pandemia e não podemos relaxar. Por isso, siga as orientações para se proteger, proteger as pessoas da sua casa e do seu trabalho. Se cada um de nós fizer a sua parte, vamos evitar uma eventual terceira onda e uma regressão para a fase vermelha, que é a fase de risco alto. Nós estamos fazendo a nossa parte, que é preparar a rede de saúde e garantir que a vacina chegue aos municípios”, finalizou o governador.

Foto/Destaque: Fred Novaes

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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