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Novas revendedoras ampliam mercado de veículos seminovos e usados

De janeiro a agosto de 2021 foram constituídos 922 novos negócios na atividade de venda e revenda de automóveis em Manaus. Os números da Jucea,  confirmam a tendência de crescimento da atividade na capital, movimento, sinalizado pela Fenauto (Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores).

Conforme o levantamento, entre os tipos empresariais no segmento registrados no Amazonas nos referidos meses, em primeiro lugar ficou a Sociedade Empresarial Limitada (quando o negócio tem dois ou mais sócios), com 374 constituições, seguida da Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), com 332 novas constituições, a Natureza jurídica de Empresário Individual, registrou 208 novas aberturas e a Sociedade Anônima Fechada( cujo o capital pertence a poucos acionistas), com 8 aberturas.

O aquecimento do mercado em Manaus  é motivado por pessoas que perderam seus empregos durante a pandemia, ou tem algum capital para investir, estão visualizando essas oportunidades a serem aproveitadas. “Temos que lembrar, também, que a economia, como um todo, também vem dando sinais de recuperação. São pequenos ainda, mas mais consistentes, o que pode estar gerando mais confiança para que se abram mais comércios em função da retomada das atividades normais na maior parte do país”, avalia  Ilídio dos Santos, presidente da entidade. 

O dinamismo no mercado de veículos seminovos e usados vem seguindo maior demanda e mantendo o mercado aquecido em todo país. A compra de carros usados no Amazonas também segue como opção de investimento. A venda acumulada cresceu 24 % no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado, números da Fenauto. 

Para o presidente da Fenauto as vendas de veículos seminovos e usados têm mantido um crescimento positivo desde o começo do ano. “Nossa expectativa é que, se não houver nenhum outro retrocesso com relação à pandemia, com fechamento de lojas e isolamento social, elas devem se manter assim até o final do ano, já que o período dos últimos meses são sempre os melhores para esse tipo de comércio”.

Apesar do índice positivo, Ruiter Rezende, empresário do setor em Manaus, comenta que nos últimos 12 meses houve mudança de grupo econômico. “Concessionárias mudaram de gestão. Talvez nesse sentido apareça uma nova empresa dependendo das tratativas de como foram realizadas as negociações e aí aparece como se fosse uma nova empresa. Sendo que na verdade é uma empresa que vai substituir a outra”, considera. 

Para o analista de negócios do Sebrae, Ricardo Sampaio, toda conjuntura econômica tem um lado bom e um ruim. O comércio de medicamentos,  equipamentos de saúde e funerário, por exemplo, tiveram  um boom como nunca antes visto, por conta da pandemia, isso sem citar outros importantes como por exemplo o comércio de bens duráveis, como veículos, por exemplo. 

“A baixa de insumos como supercondutores, na produção desses bens, fez com que o mercado crescesse e tivesse um bom desempenho, muito embora não tenha alcançado o boom do período pré pandêmico, 2019, quando a venda de veículos novos atingia patamares históricos no Brasil”. 

Ele analisa que recentemente, os carros montados em solo brasileiro, de apenas 6 montadoras,  passou para dez montadoras em menos de 3 anos, e  no Brasil isso barateou e popularizou novas marcas e novos hábitos de consumo. “A crise na indústria impulsionou o mercado de usados, pois além da indisponibilidade de unidades, e grande período de espera, a situação econômica de recessão pandêmica elevou e muito o preço dos automóveis novos. É natural que tenha havido essa subida no número de fornecedores de veículos usados  no período; com o desemprego, consumidores se desfaziam de veículos que não podiam mais pagar e a oferta de seminovos cresceu”, pontua. 

Em paralelo, ele destaca que a demanda também subiu, pois a indisponibilidade e carência de serviço de transporte público convenceu poupadores a usarem suas economias na aquisição de um veículo, pelos consumidores que ainda mantinham renda, que minimizasse as possibilidades de contato físico e aglomerações.

“Mais de 95 % dos empreendimentos novos que surgiram no mercado foram de pequenos negócios, com no máximo 2 ou 3 empregados, e distribuídos em mercados de menor valor, com veículos de mais idade e menor preço.  Mas a retomada da indústria a patamares melhores, prevê que esse é um mercado que não persistirá muito, haja visto a tendência de veículos de mais idade não possuírem nem garantia nem a mesma durabilidade de um veículo com garantia de fábrica”. 

De acordo com o analista,  é uma estabilidade sazonal, que com o tempo voltará aos indicadores de 2018 – mercado de novos crescendo, e o de usados equilibrando a demanda dos consumidores, que decerto voltarão a comprar o carro novo. “Explica-se que, num mercado onde há predominância de veículos antigos, as indústrias devem oferecer propostas mais acessíveis e de melhor tecnologia, um dos fatores mais importantes no mercado automobilístico”. 

Quanto aos empreendedores do setor,  ele diz  que naturalmente o mercado se organiza entre os melhores, mais confiáveis e mais capazes de resistir às mudanças constantes do mercado.  “Empreendedorismo, seja em que área for, exige flexibilidade, boa disponibilidade de capital e alta resiliência, e devem ficar mesmo somente os mais habilitados para a atividade”, considera Sampaio.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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