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Nova CPI para um velho problema

Enquanto uma parte da população de Manaus sofre com a falta de abastecimento de água e outra parte sofre com tarifas abusivas cobradas pela concessionária, o tema voltou a ser pauta no Plenário Adriano Jorge, da Câmara Municipal de Manaus, na manhã dessa segunda-feira.
A criação de uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), proposta pelo vereador Waldemir José (PT), para apurar o não cumprimento de cláusulas do contrato firmado entre a empresa Águas do Amazonas e a administração municipal, provocou discussões acaloradas entre os vereadores de oposição e da base aliada.
A presidência da nova CPI ficou a cargo do vereador Wilker Barreto (PHS), um dos principais aliados do prefeito Amazonino Mendes, que foi o responsável pela privatização dos serviços de água e esgoto de Manaus no ano 2000; já a Relatoria ficará por conta do vereador Joaquim Lucena (PSB), ex-secretário municipal na gestão Serafim Corrêa, que renovou o contrato sete anos depois. A dupla havia afirmado ser contrária à criação da CPI, mas acabaram assinando a proposta.

Palanque

Para o vereador e líder do prefeito na Câmara, Leonel Feitoza (PSD), a preocupação é que a nova CPI das Águas –instaurada em ano eleitoral– sirva apenas como palanque político para prováveis candidatos nas próximas eleições. Feitoza lembra que, caso seja instalada, a nova CPI da Água irá investigar um problema já conhecido pelas autoridades. No dia 19 de dezembro de 2005, o então presidente da Câmara, Marco Antônio Chico Preto, enviou ao prefeito Serafim Corrêa uma cópia completa do relatório final da CPI das Águas realizada naquele ano. Ainda de acordo com o vereador, o relatório de 2005 aponta os mesmos problemas e soluções que possivelmente serão constatados pela nova comissão. “Os relatórios foram encaminhados à prefeitura, ao Ministério Público, às agências reguladoras. É só cumprir o que nós falamos há sete anos. Se fosse cumprido o que foi falado neste relatório a questão da água na cidade de Manaus seria outra”, afirma.
Apesar dos problemas apontados pelo relatório, em 2007 o então prefeito Serafim Corrêa foi responsável pela repactuação do contrato selado no ano 2000 entre a Prefeitura de Manaus e a Águas do Amazonas. O vereador Elias Emanuel (PSB), no entanto, afirma que a renovação do contrato foi positiva: “Assinei o requerimento do vereador Waldemir José para deixar claro que a administração do PSB não tem nenhum constrangimento com qualquer investigação. Temos a certeza que a repactuação que foi feita em 2007 foi o melhor caminho porque quem aponta isso é o relatório de atividades da Arsam de 2010”, defende o vereador. Elias Emanuel prometeu ainda disponibilizar, a todos os 38 vereadores, cópias do relatório da Arsam: “Amanhã teremos as respostas para os questionamentos com relação à água na gestão Serafim Corrêa”, prometeu o vereador.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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