Jornal do Commercio – Quais as primeiras impressões e resultados do projeto Ronda no Bairro, implantado, inicialmente na zona norte?
Coronel Almir David Barbosa – É um projeto que, com certeza, vai dar certo, pelos investimentos que vêm sendo feitos, em termos de recursos materiais, recursos humanos também; pelos treinamentos e motivação da equipe. O governo está investindo em todas as peças. Não só no material, mas também na parte profissional do homem, na motivação do homem. Já implementamos o Ronda no bairro na zona norte, há mais de dez dias, e já tivemos uma diminuição de mais de 8% na violência. Mas o que mais justifica esse investimento (foram mais de R$ 200 milhões só no ano passado) é, realmente, a volta da confiança por parte da comunidade.
JC – Quais as principais dificuldades?
Coronel – Nós tivemos uma dificuldade muito grande em recursos humanos, principalmente, mas hoje em dia estamos aí formando já quase 2.500 agentes. O aparato é todo eletrônico, com tecnologia embarcada –tablets, GPS e câmeras de segurança interna e externa e maior controle.
JC – Qual o futuro do programa?
Coronel – O Ronda no Bairro começou na zona norte e vai se expandir também para todas as zonas de Manaus até o final do ano, e a tendência também é reproduzir o modelo para o interior –a começar pela Região Metropolitana de Manaus. E foi criada uma subsecretaria para o apoio logístico. Vamos depender muito desse apoio, porque às vezes, em um investimento tão grande, se não tiver uma manutenção, muitas vezes mais cara que o investimento, há dificuldades em progredir o projeto.
JC – Qual a filosofia do Ronda no Bairro?
Coronel – É a filosofia de polícia cidadã. Polícia comunitária. O foco agora não é o foco repressivo, porque no passado a polícia cometeu algumas falhas, investindo muito na questão repressiva, aumentando o efetivo das polícias especializadas e que, naquele momento, funciona bem, mas com o tempo não se consegue manter a repressão qualificada. O foco atual foi o cidadão. É fazer com que ele não cometa o crime, estando presente a polícia de forma compacta nesses locais estratégicos, trabalhando com comunidades, fazendo palestras e visitas –dentro da comunidade mesmo. É uma primeira margem de policiamento que está sendo fortalecida agora.
JC – Qual o efetivo atual da polícia e qual seria o necessário para se chegar a um atendimento ideal às comunidades?
Coronel – Temos atualmente 10 mil homens e estamos querendo aumentar mais isso. Foi aprovado uma margem de aumento de vagas para 15 mil homens. Mas nossa meta é atingir mais. O governo do Estado vai passar a contar com 15 mil homens em médio prazo, para depois aumentar esse contingente.