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Norte perde força de atração como destino, diz pesquisa

A região Norte não figura entre os destinos mais procurados para quem pensa em viajar dentro de um cenário de retomada do segmento de viagens. Pelo menos é o que revela o primeiro Boletim Mensal Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) em parceria com a UP Soluções. Os tradicionais  roteiros de sol e praia, luxo e bem-estar são os preferidos dos turistas o que reforçam estudos indicando que a busca por locais que proporcionam maior conexão com a natureza, com as comunidades locais, e proporcionam um grau de autoconhecimento ditarão o futuro do turismo.

A diretora de Turismo da Manauscult (Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos), Oreni Braga concorda que neste momento em que as sequelas de morte e de medo de morrer por conta da pandemia ainda estão em evidência, as pessoas procuram se deslocar de em seus próprios veículos dentro do país, e o Nordeste é a região mais fértil para isso.

“Em sendo a região Norte e em destaque o Amazonas, e no nosso caso Manaus que praticamente depende 100% do modal aéreo, a retomada ainda vai demorar um pouco. Afora isso, Manaus foi devastada com a imagem da morte por Covid-19 tendo uma variante denominada com o nome da cidade”, considera. 

Na opinião dela, sair de um fator negativo já é complicado, imagina de dois e em sendo o último aquele que foi propagado a nível global. “É um desafio enorme retomar o cenário normal para a capital da Amazônia”. 

No entanto, ela garante que já existe articulação com o mercado nacional, considerando que que até meados de 2023 o setor contará quase que na totalidade com o turista doméstico,  com isso, estarão a partir do segundo semestre em feiras como a Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) que, segundo ela, é a maior feira de turismo da América Latina, na Brazil Travel Market, uma das bolsas de negócios turísticos, “estamos nos preparando um novo material de comunicação com o mercado turístico mundial, a fim de preparar o turista estrangeiro para escolher Manaus como destino”. 

Ações

Oreni Braga lembra que  os trabalhos da atual gestão da Prefeitura tem apenas 6 meses sob o comando de David Almeida e mesmo diante da pandemia já estão debruçados no Plano Municipal de Turismo Sustentável de Manaus e do Plano Estratégico de Marketing de Manaus, o que delineará todas as estratégias para uma linha de tempo de 8 anos.

“A partir de 2022 teremos muitas novidades em ações de promoção e divulgação de Manaus nos mercados nacional e internacional. Além disso, estamos nos articulando para retomar os voos que Manaus perdeu desde 2018. Não podemos nos dar o luxo de perder um voo sequer. Ele nos fará falta, por certo”. 

Em ritmo lento 

O estudo da  Braztoa, também descreve a performance das operadoras no mês de junho e, também, do consolidado do primeiro semestre, no qual mostra que 22% das operadoras respondentes no país, estão com faturamento equivalente ou maior em comparação ao período pré-pandemia (2019). 

De acordo com o Boletim, no Brasil, a região Nordeste segue com maior procura, seguida pela região Sul. Sobre a data de realização das viagens nacionais comercializadas, a maior parte acontecerá ainda no segundo semestre de 2021, seguida por embarques programados para o primeiro semestre de 2022. No internacional, os destaques ficam bem divididos entre esses dois períodos. 

Apesar da demanda nas respectivas regiões, os embarques continuam abaixo do patamar dos anos anteriores, com 26% das empresas sem embarques em junho, outros 25% já estão embarcando a metade ou mais da média histórica para o mês de junho. 

As operadoras não alcançaram bons resultados no semestre para se ter uma ideia 3 de cada 4 operadores registraram volumes de embarques abaixo do equivalente a 25% do período pré-pandemia (2019). 

A sensação de segurança, decorrente do avanço da vacinação, e as promoções que tramitam no mercado podem ter sido fatores decisivos para as vendas de viagens no período. Em junho, 78% dos embarques foram relativos a novas vendas realizadas.

Segundo a Braztoa, a região Norte não chegou aos mais procurados, contudo, a entidade está trabalhando justamente para ajudar a desenvolver os destinos nacionais.

Perfil 

Os jovens adultos entre 18 a 30 anos, estão dispostos a investir em roteiros turísticos, diferente do período pré-pandemia que apontava a procura por pessoas acima de 31 anos. “Percebemos uma cautela maior entre as pessoas com mais idade. O interesse por viajar se mostra latente, mas continua no escopo das pesquisas e planejamentos para o futuro, diferente dos mais jovens, que, aparentemente, se sentem seguros em realizar seus sonhos de viagem agora”, disse Rayane Ruas, Head of Intelligence da Up Soluções. 

Expectativas

Os dados indicam que para 30% das operadoras, o faturamento médio deve ser recuperado no primeiro semestre de 2022. Para  22% os índices normais de vendas serão retomados no segundo semestre de 2021, mesmo percentual de empresas que acreditam em uma recuperação no segundo semestre do próximo ano. 19% apontaram 2023 como o ano de retorno aos patamares pré-pandemia. 

O presidente da entidade, Roberto Haro Nedelciu reitera que o  Boletim Mensal Braztoa foi desenvolvido para contextualizar o setor e, também, para que os seus associados e parceiros tenham subsídios para tomar importantes decisões nos seus negócios, sempre baseadas em fatos.

“O mercado segue uma tendência animadora, e isso tem ligação com a curva ascendente da sensação de segurança das pessoas, somada à demanda reprimida de viagens e à série de promoções que estão em vigor atualmente – e que não devem durar muito tempo. Estamos em um momento de excelentes oportunidades para quem quer garantir sua viagem para embarques futuros, fator que contribui para uma movimentação positiva do setor. É preciso que todos, viajantes e profissionais do turismo, se mantenham atentos e aproveitem as oportunidades”. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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