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Na rota dos cafés gourmets

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Que atire a primeira pedra o brasileiro que não gosta de café, seja puro ou misturado com leite. Há quem tome a bebida o dia inteiro. Antes servido em padarias, como um simples cafezinho, ou acompanhado de um pão com manteiga, nos últimos anos a bebida ganhou uma atenção diferenciada, se gourmetizou, se especializou, e agora é encontrada em cafeterias chiques, satisfazendo clientes que não se importam em pagar um pouco mais pela bebida.

A Sr. Salgado Café inaugurou em 2016, no Aleixo, depois que o empreendedor André Viga resolveu mudar de segmento gastronômico. “Eu tinha uma fábrica de salgados, mas observei que cafeterias estavam surgindo nos bairros onde os moradores têm poder aquisitivo mais alto, então resolvi investir no novo segmento”, contou.

“Montei a cafeteria e não me arrependo. Nesses últimos tempos o café tem seguido uma forte tendência entre os consumidores”, afirmou.

A Sr. Salgado tem seu pico de atendimento em dois horários distintos. “Logo de manhã, lógico, as pessoas querem tomar o seu café, então começa às 7h30 e vai até às 9h30. Depois os clientes do café retornam somente às 14h e seguem até às 19h. Nesse horário vago passei a servir almoço”, contou.

“O café que sirvo é um café mais comercial, mas os grãos são moídos na hora, na frente do cliente. Pra acompanhar temos bolos, pudins, doces, sanduíches, tapioca e os salgados, inclusive bolos, pudins e doces de café”, lembrou.

“Nosso carro chefe é a crepioca, uma mistura de goma de tapioca com ovo, tipo um crepe, que faz muito sucesso entre os clientes, acompanhando o café”, informou.

Café de alta qualidade
A Kalena Café também foi inaugurada em 2016 e a diferença de seu proprietário Aldo Bitencourt, para André Viga, é que ele não trabalhava com gastronomia, mas gostava de fazer comidas desde quando aprendera com a avó italiana. “Eu era publicitário, mas a publicidade não estava dando bem, aí resolvi mudar. Como eu sempre gostei de café e passei a gostar ainda mais depois de, em São Paulo, conhecer cafeterias e marcas de café, fiz cursos para aprender o que pudesse sobre o assunto”, esclareceu.

“O segmento está muito bom, mas uma cafeteria do jeito que conheci em São Paulo, e como eu queria abrir uma igual para mim, exige muito treino, cuidados, cursos, e a minha presença, por causa justamente do café. As marcas de café que eu trabalho na Kalena são os cafés especiais, acima, em qualidade, dos gourmets. É um tipo de café que se você não seguir todos os ritos de preparo, acaba por estragá-lo”, explicou.

“É um café um pouco mais caro, mas é um produto de alta qualidade. Num primeiro momento as pessoas estranham o preço, mas logo acostumam, primeiro, porque não é tão mais caro que os cafés que são consumidos em outras cafeterias; segundo, porque depois que você acostuma o paladar, passa a não gostar mais do café comum. Tenho clientes que vêm aqui diariamente. O nosso preço poderia ser até mais caro, mas para nivelar com as demais cafeterias, optamos por lucrar menos, ainda que nosso cliente seja das classes A e B”, garantiu.

O cardápio da Kalena possui mais de 30 itens: pão de queijo, o carro chefe nas vendas, panquecas, cookies, brownies, cakes, salgados, sanduíches, ovos, tudo preparado na própria cafeteria, com receitas do próprio Aldo. “Nada regional. Quero que as pessoas viagem e se sintam fora de Manaus, saboreando um delicioso café”, falou.

Um segmento em alta
De acordo com a Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), o consumo da bebida fora de casa aumentou 307% nos últimos oito anos. Consequentemente, o negócio de cafeterias tem crescido bastante em todo o país, mostrando-se bastante rentável. O baixo custo da bebida, além de facilitar o acesso dos consumidores, é um diferencial na hora de abrir um negócio.

Uma das vantagens de uma cafeteria é a flexibilidade do modelo de se adaptar a vários outros. É possível criá-las em espaços pequenos, grandes, conjugados com restaurantes, lanchonetes e padarias, e até em quiosques em um shopping center.

A Abic estima que existam cerca de 3,5 mil cafeterias em todo o país. Entre elas, aproximadamente, 1,2 mil são franquias ou unidades de grandes redes. Mas, a maioria é formada por pequenos empreendimentos.

Um elemento que pode ajudar ainda mais a alavancar o setor é o aumento no consumo de cafés finos e diferenciados. Segundo a Abic, esse segmento tem registrado crescimento de 15% a 20% ao ano. Os empreendimentos que trabalham com produtos especiais, além do simples cafezinho, precisam investir mais, contudo conseguem um retorno maior ao atender uma ampla faixa de consumidores.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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