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Microempresário fica sem crédito

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Um indicativo que a crise econômica não está no final é quando o microempreendedor busca crédito em banco, e o mesmo, o dificulta e cobra a taxa de juros mais cara. “Isso acontece por causa da inadimplência, ou seja, não tem liquidez no mercado e nem os bancos estão apostando no crescimento da economia. Então, o que o banco faz para evitar levar calote, o que geralmente é grande, é não emprestar facilmente. E durante a tratativa, ele dificulta a negociata aumentando a taxa de juros e a solicitação de garantia”, afirma o educador financeiro e contábil pela DSPB, George Oliveira.

E quando os juros são baixos, o Educador afirma que, muitas vezes, são subsidiados pelas agências de fomento ou pelo próprio governo “Essas agências são os bancos da Amazônia e Nordeste, que chegam a oferecer juros em cima do crédito de até 3% ao ano, com carência. Mas tem uns “poréns” para essas agências oferecerem esses juros baixo para o microempresário ou empresário, ele exige que a empresa esteja em dia com o seu balanço das demonstrações financeiras, sua auditoria externa seja independente, apresente um relatório de habilidade econômica e muitos outros requisitos que só as grandes empresas que possuem departamentos especializados conseguem cumprir essas exigências. Só assim o banco diz: esse empresário tem balanço, patrimônio, liquidez e empresa formalizada. E por isso, o empréstimo pode ser efetuado com um juros baixo”, informa ele.

Segundo Oliveira, os juros têm tudo a ver com o risco na hora de um empréstimo de um crédito, porque quando o risco fica pequeno, os juros é pequeno. E quando os juros é alto, há um risco maior do banco levar calote. “Por isso que quando o microempresário está com seu nome negativado no SPC ou Serasa, ele não consegue acessar esses juros, ou fica na iminência de uma margem baixa de negociação com a agência. E com essa recusa, o que esse microempresário faz, vai em busca desses pequenas financeiras de comercial de televisão que prometem crédito mesmo com o nome dele negativado. Porém essas financeiras cobram os juros desse empréstimo muito alto, que varia de 8% a 10% ao mês, não sendo vantagem para esse empresário”, alerta ele.

A crise
Segundo o educador financeiro, em maio saiu um relatório que afirma que houve um crescimento na economia de 1%, no primeiro trimestre deste ano de 2017, em comparação aos oito últimos trimestres de dois anos passados.

“Porém, mesmo assim, os economistas afirmam que a crise econômica no país não passou, porque este sinal de melhora ainda é muito pouco, e precisa vir acompanhado de outros sinais, para configurar uma melhora total. Na verdade, a economia não cresceu”, afirma o educador.
Para ele um leve crescimento ainda abaixo de 0% do setor Agronegócio, não configura um crescimento econômico. “Só cresceu um pouco, porque o Agronegócio compra e vende dólar, e como a moeda estrangeira não tem essa flutuação, e o agronegócio é commodity, então sempre vai dar positivo. Porém, quando se tira os juros, ele ainda fica inativo, significando que todos os outros setores da economia ainda não cresceram”, finaliza ele.

Juros altos
E quem encontrou dificuldades em conseguir crédito pelos bancos tradicionais para investir em seu negócio de lanchonete, foi o microempresário Tiago de Souza. “É muita burocracia. Os bancos pedem alvará de funcionamento de mais de um ano. O acerto de contas ou CNPJ com mais de dois anos. E pra mim que estou com pouco tempo de negócio, não consigo suprir essas exigências”.

Com taxas diferenciadas, os bancos oferecem várias linhas de créditos para o microempreendedor como: de saúde, carro, moto, financiamento, construção civil e outras. ” Mas com todos esses créditos oferecidos pelos bancos, nós não deixamos de pagar o dobro por conta dos juros alto. Por isso desisto, e fui atrás da Afeam (Agência de Fomento do Estado do Amazonas) que, emprestava apenas R$15 mil, e não era o suficiente para investir no meu negócio de lanchonete” , afirma ele.

Além das agências, veja quais opções mais baratas para o seu negócio
Mesmo com a crise, sites como Biva, Nexoos, Lendico, Geru, Credisfera, Creditas e Rapidoo, que atuam como correspondentes bancários, buscam mudar essa realidade ao oferecer taxas de juros mais baixas para mais empreendedores. Isso é possível pela diminuição na burocracia do processo de tomada do dinheiro, custos menores com pessoas e estrutura da empresa e uma análise de crédito mais flexível -todos graças ao uso de novas tecnologias e ao caráter digital dos negócios. Gestão financeira: A Mundo Corporativo fala sobre a revolução tecnológica que está inovando o mercado financeiro Patrocinado
O Biva e Nexoos atuam no modelo de peer to peer lending, que ainda engatinha no Brasil, mas já é bem desenvolvido em outros países. O modelo de empréstimo consiste em unir pequenas empresas a investidores, pessoas físicas interessadas em obter rentabilidade com os juros cobrados nos empréstimos. Como o risco é diluído entre um grupo de investidores, é possível conseguir mais dinheiro com juros mais baixos.

Já o Creditas oferece apenas empréstimos com bens em garantia, como imóveis e veículos, enquanto o Rapidoo atua na modalidade de antecipação de recebíveis (factoring) e Lendico, Geru e Credisfera no crédito pessoal, que acaba sendo usado por microempreendedores.

Como funcionam
O Nexoos tem 500 investidores ativos e já concedeu mais de R$ 8 milhões em empréstimos desde sua fundação, em 2014.

É uma média de R$ 100 mil para cerca de 80 empresas, que faturam em média R$ 250 mil por ano. As taxas variam de 1,4% a 2,6% ao mês. “Para formar a taxa, consideramos o grau de risco do negócio e a capacidade de a empresa honrar o pagamento”, conta Daniel Gomes, CEO do site.

O diferencial do Nexoos com relação a um banco tradicional, conta o executivo, é sua análise de crédito. “Conseguimos selecionar melhor para quem vamos emprestar o dinheiro, o que nos permite cobrar uma taxa menor pelo serviço. Além disso, temos um modelo que consegue analisar o histórico do empreendedor a partir de informações encontradas em redes sociais e também feitas por clientes da empresa em resenhas postadas em sites”.

Daniel afirma que, ainda mais em época de crise e baixa dos juros, os investidores optam pelo modelo em busca de diversificação de investimentos e maior rentabilidade. Os empréstimos são utilizados principalmente para capital de giro. “As empresas geralmente nos procuram com dificuldade de caixa. Seus clientes estão inadimplentes e começam a pedir um prazo maior para pagamento.

Então, elas precisam de mais fôlego financeiro para sustentar as suas atividades”. Também buscam este tipo de empréstimo empresas que já têm dívida, mas optam por trocá-la por uma mais barata.
Como qualquer instituição financeira, o Nexoos aciona um escritório de advocacia especializado em cobrança caso o empreendedor atrase as parcelas do empréstimo por mais de 60 dias. Também cobra uma taxa para emprestar o dinheiro, que é de, em média, 2% do valor.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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