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Medidas trazem preocupações ao AM

A tomada de ‘medidas impopulares’ prometidas pelo presidente interno Michel Temer para quando -e se -assumir em definitivo a presidência pode causar efeitos catastróficos a sua imagem e a da equipe econômica, analisam cientistas políticos e economistas amazonenses. Tais medidas poderiam causar impactos a grande parte da população que depende de salários dos servidores públicos e da previdência social, de educação gratuita de escolas e universidades e serviços de saúde.
O termo ‘medidas impopulares’ traz a memória redução de custos em alguns setores, o que pode incluir as políticas sociais, explica o cientista político Breno Messias Braga. “‘Medidas impopulares’ na maioria das vezes são medidas necessárias para o desenvolvimento. Apesar de ter feito um apolítica social satisfatória, a Era Petista (Lula e Dilma) não aprovou reformas estruturais, como aquelas na área tributária, fiscal, previdenciária e trabalhista”, afirma.
Segundo Messias, o desgaste político ao anunciar tais medidas é previsto. “Por ter uma base dispersa, o governo não tem credibilidade parlamentar para tomar medidas firmes em setores estratégicos. Direcionar reformas em um cenário de profunda crise econômica pode ser um movimento arriscado para a incerta popularidade do governo interino”, resume.
Mesmo que algumas medidas agradem a indústria, o PIM (Polo Industrial de Manaus) pode sofrer algumas baixas. “Os cenários negativos para o PIM podem surgir na forma de reformas tributárias, ainda não sabemos quais são os planos de Temer”, disse Breno Messias.
Saúde e educação dificilmente sofrerão cortes orçamentários, explica o analista. “com o alívio das dívidas dos Estados, a contenção fiscal e melhoras nos indicadores macroeconômicos, esses setores podem ser poupados a longo prazo”, conclui. Para o cientista, o governo de transição terá uma margem muito reduzida para aprovar mudanças constitucionais. “A base do governo girando em torno de 2/3 do Congresso Nacional, não é suficientemente coesa e disciplinada apara aprovar medidas drásticas”, analisa Messias.

Previdência pode ser mexida

Segundo o vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) Nelson Azevedo, algumas dessas medidas são necessárias e já vêm sendo discutidas desde a primeira semana do governo interino “A proposta de Meirelles para a idade mínima de aposentadoria é uma das mais discutidas. Mas é preciso se estudar o tema para evitar equívocos e dissipar boatos. A indústria tem boa vontade em apoiar medidas que garantam o desenvolvimento econômico”, ressalta.
Para o economista Francisco Mourão Júnior, algumas medidas mesmo que impopulares, como a da idade mínima para a aposentadoria, têm seu por que. “A idade mínima atual não condiz com a nova expectativa de vida e capacidade de trabalho. O que aumenta ainda mais os gastos do governo é que temos mais aposentados e menos ativos que pagam por essas aposentadorias. Se temos mais despesas que renda, precisamos sanar esses problemas. É uma conta fácil de resolver”, resume o economista.

Entenda o caso

Após receber carta de apoio de 46 entidades do agronegócio em evento em São Paulo, o presidente interino Michel Temer (PMDB) disse na última segunda-feira (4) que o governo pode começar a adotar “medidas impopulares”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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