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MaturiJobs integra pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho

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Com os avanços nos cuidados com a saúde, melhora na alimentação e facilidades de vida, os seres humanos vêm, num crescendo, vivendo cada vez mais. Chegar aos 60, 70, 80 anos em plena forma parece ser o destino da humanidade que, há séculos, tinha os 30 anos como o ápice da vida e agora, surpresa, ainda não sabe o que fazer com os seus ‘velhos’.

Foi observando essa situação através de um exemplo dentro da família, que o engenheiro de software Mórris Litvak criou, em São Paulo, a plataforma MaturiJobs (Maturi, de maturidade + Jobs, de emprego, em inglês).

        “Sou empreendedor desde os 15 anos quando, com meu pai, criei uma empresa de tecnologia, vendida em 2012. Em 2014 mergulhei no mundo do envelhecimento e longevidade após um trabalho voluntário e inspirado pela minha avó Keila, que trabalhou até os 82 anos. Vendo os problemas e as oportunidades deste crescente segmento, abracei a causa e criei o projeto ‘Conectando Gerações’, que depois virou a MaturiJobs, em 2015”, contou.        

Se inscrever na plataforma é gratuito e ela foi pensada para os profissionais com mais de 50 anos. “Lá eles cadastram seu curriculum podendo, então, ser encontrados pelas empresas ou se candidatar às vagas publicadas. Quem paga pelo uso é a empresa, com diversos serviços, inclusive de consultoria sobre o assunto, para se prepararem para receber esses profissionais da melhor maneira”, explicou.

“Atualmente temos mais de 85 mil pessoas cadastradas em todo o Brasil. As mulheres são mais ativas na plataforma, que recebe cerca de 35 mil acessos por mês, principalmente na faixa etária dos 50 aos 60 anos”, disse.

A cada ano mais 50+

Mórris Litvak criou MaturiJobs baseado em experiência familiar

 

“Procurei fazer da MaturiJobs uma plataforma o mais abrangente possível tanto que, além das vagas, disponibilizamos cursos e eventos online e presenciais para atualização, auto-conhecimento e mudança de carreira, empreendedorismo e tecnologia, mais encontros de networking em diversas cidades para fazer parte de uma rede de contatos, com conteúdo também em nosso blog e canal no YouTube”, informou.

“Diria que a principal característica dos usuários da MaturiJobs é de pessoas com boa formação e experiência, de classe média, a maior parte ainda não aposentados, que perdeu o emprego durante a crise e está tendo dificuldade em voltar ao mercado de trabalho. A idade é o principal desafio para essas pessoas conseguirem um trabalho, mas a falta de atualização e de visão com relação às diferentes oportunidades e formas de trabalho atuais também são um entrave muito comum”, falou.

Nesses poucos anos de observação do mercado de trabalho para os 50+, como Mórris chama os usuários da MaturiJobs, ele notou que, muito lentamente as empresas começam a perceber que, não no futuro, mas agora, precisam absorver de alguma forma essa grande quantidade de 50+ que surgem a cada ano em busca de emprego e trabalho.

“Felizmente já temos muitos cases, em diversos setores, mas a maioria das vagas é para vendas e atendimento a clientes”, informou. “O que os empresários precisam saber é que os 50+ têm um comprometimento, que hoje falta muito aos jovens, sem falar da experiência de vida para lidar com situações mais complicadas e ter mais tato ao lidar com pessoas”, afirmou.

“Até há pouco tempo, e diria que até os dias atuais, muita gente achava que quando se ficava velho era chegada a hora de parar. Isso é um grande mito que já está muito ultrapassado e virando a cada dia coisa do passado. Hoje estamos vivendo mais e precisaremos muito, e por mais tempo, de renda e ocupação. As pessoas ficam mentalmente produtivas até o fim da vida quando se mantém ativas e atualizadas, contribuindo muito para a sociedade com toda a bagagem que possuem”, ensinou.

Como surgiu a MaturiJobs

Aos 80 anos de idade, Keila, avó paterna de Mórris, encontrava-se muito bem. Trabalhava como secretária e tradutora em uma empresa do outro lado da cidade, fazia trabalho voluntário e também ajudava muito a família. Adorava cozinhar e aos finais de semana fazia suas delícias para os filhos e netos.

Um dia, indo para o trabalho, andando na calçada, Keila sofreu uma queda e um desmaio, que lhe machucou um pouco e em função disso parou de trabalhar, passando a ficar a maior parte do tempo em casa, sem mais poder compartilhar suas experiências, como gostava de fazer.

Mórris pôde ver de perto como a saúde física e mental de sua avó declinaram rapidamente a partir de então.

O mesmo havia acontecido com outras pessoas incríveis que ele conhecera em uma instituição de longa permanência para idosos onde fizera trabalho voluntário entre os anos de 2011 e 2012, pouco antes de sua avó falecer. Lá, Mórris ouvia dos idosos histórias de vida maravilhosas e sempre aprendia muito.

Motivado por esses acontecimentos, ele abraçou a causa da longevidade e entrou de cabeça nesse universo em 2014, quando desenvolveu um projeto para conectar jovens a idosos institucionalizados através da internet.

Ao começar a entender o panorama do rápido envelhecimento da população no Brasil e no mundo, e os impactos diretos que esse contexto traz a toda a sociedade, Mórris decidiu que precisava fazer mais. Passou então a estudar profundamente este assunto e, principalmente, conversar com as pessoas para entender a realidade de cada uma delas.

Fundou então a MaturiJobs, em 2015, como um negócio social, com o intuito de ajudar as pessoas maduras a terem a oportunidade de continuarem ativas e compartilhando suas experiências pelo tempo que quiserem.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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