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Cidade de Manaus no top 6 do PIB brasileiro em 2019

Manaus se manteve como o sexto maior município brasileiro em termos de PIB, com R$ 84,87 bilhões acumulados em 2019. Perdeu apenas para São Paulo (R$ 763,80 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 354,98 bilhões), Brasília (R$ 273,61 bilhões), Belo Horizonte (R$ 97,20 bilhões) e Curitiba (R$ 96,09 bilhões). Em razão do modelo Zona Franca, a principal atividade da capital amazonense continua sendo a indústria de transformação, que contabilizou R$ 32,98 bilhões, 13,99% a mais do que no ano anterior (R$ 28,935 bilhões). 

Em contraste, a concentração seguiu elevada, tanto no Brasil, quanto no Estado. Somente cinco municípios amazonenses (Manaus, Coari, Itacoatiara, Manacapuru e Parintins) tinham mais de 1% de participação no Produto Interno Bruto do Estado, há dois anos. Os cinco somavam 84,8% de participação dos produtos e serviços do Amazonas, em 2019. É o que revelam os dados locais do Produto Interno Bruto – PIB dos Municípios de 2019, divulgados pelo IBGE, nesta sexta (17), em parceria com a Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação) e a Suframa.

Oito municípios responderam por quase 25% do PIB nacional e 14,7% da população brasileira, em 2019. A lista incluía São Paulo (10,3% do total), Rio de Janeiro (4,8%), Brasília (3,7%), Belo Horizonte (1,3%), Curitiba (1,3%), Manaus (1,1%), Porto Alegre (1,1%) e Osasco (1,1%). Houve uma relativa redução na concentração, já que, em 2002, apenas quatro detinham o mesmo volume de riqueza. Para chegar à metade do PIB, era necessário reunir 70 municípios, que reuniam pouco mais de um terço da população do país. Na outra ponta, os 1.345 municípios de menores PIBs responderam por aproximadamente 1% do PIB brasileiro e 3,1% da população. 

Manaus fechou 2019 com participação de 20,19% no Produto Interno Bruto da Região Norte, e de 1,15%, no nacional. A capital amazonense teve o maior PIB da Região Norte, enquanto Belém (PA) ocupava um distante segundo lugar, com fatia de 7,71%, seguido por Parauapebas (5,48%), também no Pará. A lista dos 30 maiores municípios nortistas também incluiu outros municípios amazonenses, como Coari (25ª posição) e Itacoatiara (29ª colocação). Assim como nos anos anteriores, metade da lista foi formada por municípios paraenses (15).

Indústria e concentração

Em 2019, assim como nos anos anteriores, a indústria de transformação é a atividade com maior valor adicionado bruto no PIB de Manaus, seguida pelos “outros serviços” e pelo grupo que reúne as atividades de “administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social”. O valor adicionado bruto pela indústria na capital representou 2,15% de participação no PIB nacional, e foi o terceiro maior entre os municípios do país, atrás somente da cidade de São Paulo e da cidade do Rio de Janeiro.

Se Manaus foi destaque na indústria, Manacapuru e Itacoatiara brilharam na atividade agropecuária. Em 2019, o primeiro ocupou o 48° lugar do ranking das maiores participações no PIB nacional da agropecuária (0,18% do total), enquanto o segundo figurou na 79ª posição (0,13%). A capital, por outro lado, também obteve posição importante nos serviços, ficando em 15º lugar entre os municípios com maiores valores adicionados brutos no PIB nacional, e 0,20% de participação no PIB nacional de 2019. Dentro do setor, saiu-se ainda melhor em administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (5ª colocação e fatia de 0,89%).

Os cinco municípios mais ricos do Amazonas somaram 84,8% do total do PIB amazonense, pouco diferindo da marca do ano anterior (84,5%). “Fazendo uma comparação entre 2002, início da série histórica da pesquisa, e 2019, percebe-se uma descentralização pequena, mas que vem ocorrendo, em relação à participação do PIB dos cinco maiores municípios no PIB do Estado, que em 2002 era 88,1% do total”, assinalou o IBGE-AM, no texto de divulgação da pesquisa.

Apenas cinco municípios do Amazonas tinham mais de 1% de participação no PIB do Estado. Manaus concentrava 78,45% do total, seguida de muito longe por Coari (2,04%), Itacoatiara (1,88%), Manacapuru (1,34%) e Parintins (1,09%). Na outra ponta, os municípios amazonenses com os mais baixos níveis de contribuição para o Produto Interno Bruto do Amazonas foram Japurá (0,06%), Amaturá (0,09%) e Itamarati (0,09%).

PIB per capita 

Entre as capitais, Brasília (DF), com R$ 90.742,75, ocupou a primeira posição em relação ao PIB per capita em 2019, enquanto Belém (PA) ficou na última (R$ 21.708,55). Naquele ano, a capital federal alcançou valor 2,58 vezes maior que o nacional, enquanto a capital paraense (0,62 vezes) ficou abaixo da média brasileira. No mesmo ano, dez capitais possuíam PIB per capita maior do que o nacional, um a menos que em 2002. Manaus (1,39 vezes) foi a única capital da região Norte nessa lista.

Segundo o IBGE, os maiores valores do PIB per capita, em 2019, pertencem aos grandes centros urbanos do Centro-Sul brasileiro e regiões de “forte expansão” da fronteira agrícola, especialmente a região central de Mato Grosso, Sul de Goiás e Leste de Mato Grosso do Sul, no Oeste baiano e no alto curso do Rio Parnaíba, “onde houve elevada participação das atividades agropecuárias associada à relativamente pequena população”. 

Na análise que abrange as Grandes Concentrações Urbanas, observa-se que, em 2019, a maior razão do PIB per capita encontrava-se na Concentração Urbana de Brasília/DF (2,04), seguida pelas de Campinas/SP (2,02), São Paulo/SP (1,65), São José dos Campos/SP (1,57) e Sorocaba/SP (1,44), todas no Estado de São Paulo. 

“Característica histórica”

Em seu comentário para a reportagem do Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, assinalou que a divulgação do Produto Interno Bruto dos Municípios mostra a manutenção de Manaus nas primeiras posições entre os maiores PIBs municipais. O pesquisador, contudo, não deixou de reforçar que o PIB amazonense mostrou um alto grau de concentração, embora tenha havido uma pequena descentralização desde 2002.

“Entre 2018 e 2019, o indicador de Manaus cresceu 0,38 pontos percentuais de participação no PIB nacional, o que manteve o município na sexta posição do país. A melhora da atuação de Manaus foi motivada pela indústria de transformação, que teve um bom desempenho no ano. Manacapuru e Itacoatiara se destacam, entre os municípios brasileiros, na atividade agropecuária”, arrematou.

Em matéria postada no site da Agência de Notícias IBGE, o analista de Contas Nacionais do IBGE, Luiz Antonio de Sá, observou que, entre os 25 maiores municípios em termos de PIB, 11 são capitais. “É uma característica histórica do Brasil, que se formou muito antes do início da nossa série. O que podemos observar, desde 2002, é que a economia brasileira está muito concentrada nas capitais. A soma das 27, considerando também Brasília, representa quase um terço da economia nacional. Há uma tendência de desconcentração, mas a participação das capitais ainda é bem alta”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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