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Manaus é a cidade mais atrativa para a indústria

Ao contrário do que se imaginava, Manaus está no topo da lista das cidades atrativas para grandes negócios ligados à indústria. Pesquisa Endeavor aponta que na capital amazonense a participação das grandes empresas, no total dos negócios locais, é de 27,9%. O que comprova que apesar da crise político-econômica brasileira, as multinacionais continuam atraídas pelos incentivos fiscais da ZFM (Zona Franca de Manaus) investindo fortemente no PIM (Polo Industrial de Manaus). Agora é vez da China e da Coreia do Sul aportarem em Manaus por meio de parcerias que incluem programas de troca de conhecimento, tecnologia e inovação. No entanto, os negócios voltados para o comércio perdem força, na capital amazonense, diante da competição desleal com os artigos pirateados e/ou contrabandeados de outras praças mundiais.

De acordo com o Índice de Cidades Empreendedoras de 2015 publicado pela Endeavor, a diferença entre cidades tem relação com o perfil de mercado de cada região. Na capital amazonense os negócios entre empresas têm mais oportunidades, enquanto a inovação está no interior do estado de São Paulo.

A estatística aponta que em Manaus (AM) 27,9% corresponde à participação das grandes empresas no total dos negócios locais e, que estão instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus). Na sequência estão as capitais: Belém (PA) com 26,33%, São Luís (MA) com 25,28%, Teresina (PI) com 22,67% e Aracaju (SE) com 22,23%.

No entanto, essa relação é menor nas cidades do Sul e do Sudeste, por exemplo, em Maringá (PR) 14,28%, Londrina (PR) 15,64%, Ribeirão Preto (SP) 16,37%, Caxias do Sul (RS) 17,47% e São José dos Campos (SP) 18,82%.

Já os grandes polos econômicos do país possuem proporções intermediárias. No sudeste, Rio de Janeiro (21,18%) e São Paulo (19,87%) e também nos municípios do centro-oeste, tais como: Campo Grande (19,66%) e Cuiabá (19,47%).

O gerente de pesquisa e mobilização da Endeavor, João Melhado, explica que essa pesquisa serve para orientar o pequeno negócio a encontrar o seu melhor mercado. “Esses dados não significam que o empreendedorismo é mais ou menos desenvolvido em uma cidade do que na outra”, garante.

Melhado cita a capital amazonense como exemplo de cidade atrativa para negócios industriais, mas nem tanto para negócios voltados para o varejo. “O empreendedor que pretende abrir, ou que já tem um negócio B2B (de empresa para empresa) certamente encontrará, com mais facilidades, clientes em cidades como Manaus, onde há um grande número, de grandes empresas por conta da Zona Franca. Por outro lado, Manaus tem uma população com renda mais baixa, o que dificulta o negócio voltado direto ao consumidor”, avaliou.

Em Manaus o PIB per capita é de R$ 26,7, enquanto em Vitória, por exemplo, o indicador chega a R$ 86,0, o maior da sondagem da Endeavor, precedido pelas cidades de Brasília com R$ 64,6, São Paulo com R$ 43,8, São José dos Campos com R$ 43,6 e Campinas com R$ 38,9. Já os municípios com o menor PIB per capita são: Maceió com R$ 14,3, Teresina R$ 14,5, Belém R$ 14,5, Salvador R$ 14,7 e João Pessoa R$ 15,1.

Incubadoras de Tecnologia

A pesquisa Endeavor revela que a proporção de grandes empresas é maior no Norte do país do que no Sul e, que o foco da inovação está concentrado no sudeste. Por outro lado, especialistas afirmam que os negócios inovadores a partir das incubadoras de tecnologia instaladas na capital amazonense, possuem grande potencial alavancar a economia neste momento de crise. Eles apostam no segmento de bionegócios à base de elementos naturais e sustentáveis da Amazônia.

Em Manaus, o coordenador da FIT (Fucapi Incubadora de Tecnologia), o pesquisador e doutor em Biotecnologia Francisco Elno, explica que a análise do cenário macroeconômico nacional, a partir de alguns indicadores, como a inflação acima da meta, o PIB (Produto Interno Bruto) e emprego em declínio, juros e câmbio altos, não permitem esperar por uma conjuntura favorável. “No entanto, é justamente nessa hora que a inovação faz a diferença estabelecendo aqueles que irão sobreviver e superar a crise”, afirma.

Para Elno a expectativa para 2016 no segmento de bionegócios, principalmente à base de elementos naturais e sustentáveis da Amazônia possui um potencial considerável, sobretudo, no âmbito do mercado internacional. “Porém, isto depende sobremaneira da intensividade das pesquisas e do grau de investimento realizado”, pondera.

Ainda segundo Elno é preciso ficar atento ao comportamento de mercado para evitar surpresas. “Temos que ter regularidade na oferta, qualidade e conformidade com as diretivas do mercado transnacional, e inovação, seja tecnológica ou não tecnológica, em processo, produto, marketing, gestão, etc.”, alertou o coordenador da FIT.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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