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Manaus cumpre prazo da Fifa, mas ainda é ameaçada

Um dos principais projetos deixados pelo ex-governador, Eduardo Braga, como sendo um bom catalisador da campanha de seu grupo político, as obras de transformação de Manaus em subsede da Copa do Mundo 2014, ainda está ameaçado. O processo de desmonte do Estádio Vivaldo Lima já começou, está dentro do prazo estipulado pela FIFA (Federação Internacional de Futebol), mas ainda aguarda recursos do governo Federal para concluir a obra e ainda sofre ameaças de grupos políticos que não querem a demolição do Estádio.
Passados quase dois anos e meio do anúncio do Brasil como sede da Copa 2014 e quase um ano da escolha das 12 cidades-sede, há ainda poucos e lentos sinais de obras, não apenas dos futuros estádios para o Mundial de futebol, mas também da infraestrutura das cidades para receber o evento. O Portal 2014 (www.copa2014.org.br) realizou um levantamento sobre a situação de cada um dos estádios que deveriam, de acordo com exigência da Fifa, iniciar suas obras em 3 de maio de 2010, nesta segunda-feira. Manaus está entre as seis cidades que já deram início às obras.
Segundo Júlio César Soares, titular da Sejel (Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer), o processo de desmonte do Estádio Vivaldo Lima, o “Vivaldão”, já se iniciou desde o último dia 19 de março e os prazos dados pela Fifa estão sendo cumpridos. “Existem milhares de dificuldades, mas o projeto do Amazonas será cumprido, conforme o governador prometeu à Fifa e à população”, garantiu.
O secretario informou que, esta semana, os primeiros municípios do Amazonas, já começaram a receber as peças, materiais e objetos retirados do Vivaldão e que podem ser reutilizados, como refletores, cadeiras, poltronas, catracas, cobertura, placares, telas metálicas e instalações elétricas serão reaproveitados em outros equipamentos esportivos de Manaus e do interior, até mesmo, o gramado será doado. Após o desmonte, o próximo passo é a demolição da estrutura para viabilizar a construção da nova Arena. “Acreditamos que em 2 meses começaremos esta nova fase. Ainda dependemos de recursos federais”, lembrou.
Segundo Julio César, o Estado ainda aguarda o repasse de R$ 400 milhões, em linha de crédito, do governo Federal para realizar esta demolição. Alem disso, políticos de oposição ao governo amazonense correm por fora e esperam a decisão da Justiça sobre uma ação popular para impedir a demolição da edificação, que completou 40 anos no dia 5 de abril. “Ainda há o risco de que estas correntes atrapalhe o andamento da obra. E, assim como qualquer outra cidade-sede, o Amazonas pode ser cortado pela FIFA, se não cumprir as exigências feitas para sediar o Mundial de Futebol”, ressaltou.
A Construtora Andrade Gutierrez, vencedora da concorrência pública e responsável pela construção da Arena tem o prazo máximo de 36 meses a contar com a demolição do Vivaldão, em junho, para concluir a obra, devendo estar pronto no primeiro semestre de 2013, tempo suficiente para que Manaus receba os jogos da Copa das Confederações, explicou Soares.

Metade das cidades-sedes ainda não tem obras

Pelo levantamento feito pelo site oficial do governo Brasileiro na Copa 2014, a situação mais grave é a do Rio de Janeiro (RJ), ainda sem um projeto definido e qualquer sinal de abertura da licitação.
No Recife (PE), a licitação está paralisada por recurso de uma das participantes. Já em Natal (RN), a pesquisa apontou que a cidade ainda não publicou seu edital para a seleção da construtora, embora prometa iniciar obras secundárias ainda em maio. Obras secundárias também são as justificativas utilizadas pela comissão de Salvador (BA) para cumprir o mínimo exigido pela Fifa. A capital baiana foi uma das primeiras a realizar a licitação, mas o processo acabou embargado por uma ação do MPF (Ministério Público Federal), que está dificultando o procedimento em todas as cidades-sedes.
Já na capital do Brasil, Brasília (DF), os problemas pelos quais passou o governo e todo o cenário político do Distrito Federal afetaram o início do processo da obra, e agora está conseguindo liberar o documento de licitação no Tribunal de Contas e deverá abrir as propostas na próxima semana. São Paulo (SP) e o Morumbi seguem às voltas com as críticas da Fifa ao projeto de remodelação do estádio e aguarda a avaliação da entidade às últimas modificações propostas pelo São Paulo Futebol Clube.
Em Curitiba (PR), o Atlético Paranaense recebe sinais de que o governo do estado poderá aportar recursos públicos na renovação da Arena da Baixada. E, por fim, em Porto Alegre (RS), onde o Internacional recusa-se a recorrer ao financiamento do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), mas não conseguiu, até agora, tocar as obras com suas próprias pernas.
O pontapé inicial para as obras foi dado apenas em Belo Horizonte, Manaus e Cuiabá. A capital mineira disputa a abertura da competição com Brasília e São Paulo, e segue à risca um cronograma próprio acordado com a Fifa. Já as sedes da “Amazônia” e do “Pantanal” fizeram a lição de casa e começaram a desmontar as estruturas de seus antigos estádios antes de estourar o prazo da Fifa.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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