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Mais uma chinesa no Brasil

Mais uma chinesa no Brasil

O mercado de tecnologia brasileiro acaba de ganhar mais uma empresa estilo “canivete suíço”, daquelas que fazem de tudo um pouco. É claro que o foco da chinesa Realme, que desembarcou por aqui em janeiro em parceria com a B2W, são os smartphones. Os planos da empresa, todavia, parecem ser maiores do que isso.

A companhia trouxe inicialmente os smartphones Realme 7 e 7 Pro, o relógio Realme Watch S e os fones Realme Buds Q. Mas, segundo Sherry Dong, diretora de marketing da marca, a empresa deve lançar ainda em 2021 ao menos 12 smartphones e outros 20 produtos AIoT (de inteligência artificial das coisas) no Brasil.

Sem revelar quais serão estes itens, promete reforçar os segmentos de áudio, wearables (itens tecnológicos para vestir) e casa. Vale lembrar que, lá fora, a Realme vende desde televisões 4K até mochilas, passando por escova de dente elétrica e câmera de segurança inteligente. Em termos de celulares, as novidades podem começar já no próximo trimestre. 

“Trouxemos a linha 7 primeiro porque representa a imagem que a Realme quer passar, e está numa faixa de preço que está crescendo muito no Brasil, entre os R$ 2 mil e os R$ 3 mil”, diz Dong ao CNN Brasil Business. “A ideia é mostrar que temos design e tecnologia, mas com preços acessíveis”.

Para isso, os dois principais pontos explorados pela marca em relação ao Realme 7, além do preço, são: a qualidade das suas câmeras e a velocidade de carregamento do aparelho —seu sistema de carregamento promete encher a bateria do telefone em 33 minutos e suas câmeras são otimizadas para permitir boas fotos noturnas.

“Mas temos muitos segmentos diferentes, com faixas distintas de preço, que poderemos levar ao Brasil”.

Olhando o portfólio da empresa na Índia, é possível colher algumas dicas. As séries 3 e 5, por exemplo, têm celulares mais simples, de entrada, que poderiam abocanhar outra fatia do mercado brasileiro. Na outra ponta, há o modelo X50 Pro, já compatível com 5G e processamento superior.

Fábrica no Brasil em até cinco anos, mas sem lojas

A empresa parece demonstrar otimismo com o mercado brasileiro, nas ações e no discurso. “Sabemos que temos competidores na região, mas queremos estar entre os cinco maiores players do mercado em até três anos”, diz. Segundo dados do Statcounter, a Samsung liderava o mercado em 2020, com 45,1% do mercado, seguida por Motorola (21,9%), Apple (13,6%), Xiaomi (7,1%), LG (6,5%) e Asus (2,5%).

Além de conquistar o protagonismo no Brasil, a marca espera que o país se torne uma fatia importante dos números da empresa. “Para nós, o mercado brasileiro pode ser tão grande e importante quanto o da Indonésia, que é nossa terceira maior praça”, diz Dong. 

O plano inicial é trazer produtos das quatro fábricas asiáticas da marca (China, Índia, Bangladesh e Indonésia) e se consolidar no e-commerce. Mas, no médio prazo, espera também conseguir estabelecer raízes mais firmes aqui. “Queremos, em até cinco anos, construir uma fábrica no Brasil e avançar na América Latina”.

A diretora está ciente de que o país tem problemas em termos logísticos, mas, para Dong, o grande desafio da marca é atrair tantos consumidores quanto espera. Ela acredita que a penetração do e-commerce no país deve continuar crescendo, e este será o caminho mais efetivo para realizar a venda dos produtos. Ou seja, nada de loja física —ao menos, por enquanto.

Avanço da marca pela Ásia e Europa

Inicialmente uma subsidiária da Oppo, a Realme foi emancipada em maio de 2018 por Sky Li e não demorou a crescer na Ásia. Começou pela Índia, onde já tem o terceiro maior mercado; avançou pelo sudeste do continente, conquistando a liderança no mercado filipino; e também já abocanhou 13% do mercado chinês.

Começou, então, um movimento de expansão para o Ocidente, chegando à Europa, pela Espanha e Polônia, no ano passado. Agora, em 2021, a companhia mira o Brasil e os Estados Unidos para continuar ganhando terreno em relação às concorrentes.

Atualmente, como reiterado por Dong algumas vezes durante a entrevista, a marca busca passar uma imagem descolada e por dentro das tendências, conversando sempre com um público jovem. Este ano, a Realme também deve entrar de cabeça no mercado de celulares premium, que tem amplo domínio da Apple.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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