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Lucro de empresas cai 1,9% em 2008

O impacto da valorização do dólar nas dívidas e a aposta de algumas companhias em operações com derivativos levaram o lucro líquido das empresas brasileiras de capital aberto a cair 1,9% em 2008, na comparação com o ano anterior. De acordo com estudo divulgado pela Economática, o lucro de 326 empresas analisadas totalizou R$ 126,33 bilhões, frente R$ 128,78 bilhões. “Os balanços mostram que a queda brutal do lucro das empresas não tem relação com o desaquecimento da economia, que teve pouco efeito nas receitas em 2008. A principal causa foi o efeito cambial no endividamento”, destacou o presidente da Economática do Brasil, Fernando Exel, em entrevista à Agência Estado.
O resultado foi impactado principalmente pelos indicadores do setor de papel e celulose, que além do elevado nível do endividamento em moeda estrangeira foi um dos grandes protagonistas das operações de derivativos especulativos feitas no ano passado. As sete empresas do setor analisadas no levantamento registraram prejuízo líquido conjunto de R$ 6,36 bilhões em 2008, ante um lucro líquido de R$ 3,03 bilhões em 2007.
A Aracruz, que juntamente com a Sadia se destacou entre os principais perdedores do Brasil ao apostar nesse tipo de operação, apurou prejuí­zo líquido de R$ 4,19 bilhões, revertendo o lucro de R$ 1,04 bilhão do ano anterior.
A contrapartida ao fraco desempenho dos fabricantes de papel e celulose foi o resultado da Petrobras, cujo lucro líquido cresceu 53,3%, segundo a Economática, de R$ 21,51 bilhões em 2007 para R$ 32,98 bilhões no ano passado. A Vale também registrou expansão no lucro líquido entre 2007 e 2008. O resultado da empresa cresceu 6,4%, de R$ 20,00 bilhões em 2007 para R$ 21,28 bilhões em 2008.
Se desconsiderados os resultados das duas empresas, donas dos maiores lucros do país, o desempenho das companhias brasileiras teria caído 40,6% (o equivalente a uma perda de R$ 26,67 bilhões), de R$ 65,75 bilhões em 2007 para R$ 39,07 bilhões no ano passado.
Dos 21 setores analisados pela Economática (Petrobras e Vale são analisadas de forma separada) cinco registraram prejuízo líquido em 2008. Além de papel e celulose, entram nessa lista as áreas de Alimentos e bebidas (prejuízo de R$ 195 milhões), Mineração (R$ 1,27 bilhão), Transporte e Serviços (R$ 1,27 bilhão) e Química (R$ 2,50 bilhões). No ano anterior apenas o setor têxtil havia registrado prejuízo, de R$ 469 milhões.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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