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Logística fluvial tem prazo apertado

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As obras de dragagem do Rio Madeira podem iniciar até o mês de agosto. Conforme o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) informou que a previsão de emissão da autorização de dragagem está prevista para o próximo dia 28 de julho. A resposta atende à reivindicação do segmento protocolizada por meio da Frente Parlamentar em Defesa dos Portos, Hidrovias e Navegação do Brasil e da Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária). O pleito foi enviado na terça-feira (18) ao Dnit, órgão que licitou e contratou o consórcio que executará os serviços.

De acordo com o representante de hidrovias da Fenavega, Claudomiro Carvalho Filho, o atraso nas obras preocupa os empresários do setor porque o período mais propício para o início dos trabalhos é no máximo até a primeira quinzena de agosto. Ele explica que caso as desobstruções não aconteçam até o próximo mês, será necessário começar a reduzir o volume de cargas embarcadas para dar viabilidade ao transporte das mercadorias.

“É um período em que temos redução de até 40% na capacidade do transporte. O volume de cargas continua o mesmo, mas dividido em mais embarcações. Precisamos de uma definição concreta para o início das obras. Caso elas não iniciem até a primeira quinzena de agosto teremos que aumentar o volume de balsas para o transporte”, disse.

Segundo Filho, no período de baixo calado, além do reforço no quantitativo de embarcações em operação, o setor também tem aumento no tempo de viagem. O empresário explica que um comboio que normalmente leva 15 dias para fazer um trajeto entre Manaus / Porto Velho / Manaus, agora, precisará viajar mais seis dias para concluir o trajeto, totalizando 21 dias.

“Quando o rio está seco não se consegue navegar dia e noite, é preciso ‘quebrar’ o comboio, que é quando as demais balsas aguardam a outra passar para depois cada uma fazer a travessia pelo local de difícil acesso. Há risco também de as balsas encalharem em bancos de areia. Tudo isso encarece a navegação no Estado em até 25%. É maior tempo de viagem, mais equipamentos e maior quantitativo na tripulação”, relatou.

O trecho do Rio Madeira que necessita de dragagem, segundo Filho, é entre Humaitá, Porto Velho e Manicoré.

Por meio de nota, a assessoria de comunicação do Dnit, em Brasília, informou que a Diretoria de Infraestrutura Hidroviária do Dnit aguarda a liberação da licença ambiental, que é responsabilidade do Ibama, para iniciar os trabalhos. O órgão ainda divulgou que o Ibama adiou a previsão de emissão da autorização de dragagem para a última semana do mês de julho, até o próximo dia 28 (sexta-feira).
O Dnit também afirmou que redefinirá o cronograma da dragagem junto às empresas visando prioridades que viabilizem a melhor execução do serviço. O órgão informou estar ciente da necessidade de minimizar os impactos do atraso do início dos trabalhos na eficácia da dragagem para a retirada de restrições a navegação no período mais crítico que inicia neste período.

O presidente da Fenavega, Raimundo Holanda, concorda que o atraso nas obras de dragagem é preocupante para o setor. “Estive mais otimista, mas neste momento, acendeu a luz amarela. Nos aproximamos do período crítico da estiagem. Apenas um armador contabilizou um prejuízo de R$ 200 milhões em 2016. Empresários tiveram um custo maior para enviar suas cargas pelos portos localizados em São Paulo, além do descrédito que a hidrovia do rio Madeira fica fadada”, lamentou o representante da Fenavega.

Transporte fluvial reivindicou atraso nas obras junto à Frente Parlamentar
Na última terça-feira (18), representantes do transporte fluvial reivindicaram ao Dnit a urgência da liberação da licença para início das operações da dragagem do rio Madeira. A reclamação contou com a assinatura do presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Portos, Hidrovias e Navegação do Brasil, deputado federal Marcos Rogério (DEM/RO), do presidente da Fenavega, Raimundo Holanda, e do diretor da Soph (Sociedade de Portos e Hidrovia de Rondônia), Leudo Buriti.

Para o deputado Marcos Rogério, este é o período ideal para o início das obras de dragagem. Ele destacou que a inviabilidade dos trechos fluviais gera prejuízos não só ao Amazonas, como ao Estado de Rondônia também.

“Neste período o rio Madeira começou a registrar níveis mais baixos, momento propício para realização dos serviços de dragagem com intuito de permitir a navegação contínua, de forma que as empresas não necessitem reduzir as cargas transportadas nesse período. Uma viagem em um comboio com sua capacidade completa representa um desafio se não houver um canal navegável, é inviável. Este cenário, infelizmente, concebe prejuízos para empresários e para o estado de Rondônia”, declarou Rogério.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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