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Jonathas Oliveira lança livro ‘Tudo sobre o meu nada’

Quem gosta de poesias, já pode se preparar. No próximo dia 24, quarta-feira, o poeta/roqueiro, ou roqueiro/poeta Jonathas Oliveira irá lançar a segunda edição de seu terceiro livro de poesias. Depois de ‘Céu de pipas’ e ‘A solidão do subconsciente’, Jonathas apresenta agora para seus fãs, ‘Tudo sobre o meu nada’, antologia que reúne poemas de todas as suas fases, além de inéditos. O livro será lançado virtualmente pelas redes sociais: Face: Jonathas Oliveira e Instagram? @jonathasrodriguesdeoliveira.

 Poeta/roqueiro Jonathas Oliveira lança mais uma obra de poesias
Foto: Divulgação

“A diferença é o que eles têm em comum. O ‘Tudo sobre o meu nada’, é uma antologia com alguns poemas inéditos que não entraram nos livros anteriores, e outros que fiz durante o isolamento social da pandemia. É um retrato da minha obra como um todo”, disse.

‘Céu de Pipas’, de 1999, foi quando Jonathas iniciou sua obra literária, publicando os primeiros escritos na poesia, sua visão inocente das coisas vida, do mundo ao seu redor, com o olhar inocente e lúdico da infância. O poeta acredita que seja seu livro mais regional, pois está muito ligado às características culturais de uma Manaus cabocla e pura, sem a forte influência da colonização virtual da internet. É uma viagem na infância de um curumim manauara. 14 anos depois, bem mais experiente, Jonathas lançou ‘A solidão no subconsciente’, uma obra totalmente diferente do livro anterior, um mergulho numa estética abstrata e obscura. Os poemas abordam assuntos da alma, conflitos existenciais, patologias psíquicas e o universo interior.

“Me inspirei em amigos que sofriam de depressão, amigos esquizofrênicos e autistas. Descobri um mundo fantástico e surreal, nesse experimento social”, revelou.

Depois de ‘Céu de pipas’ e ‘A solidão do subconsciente’, Jonathas lança ‘Tudo sobre o meu nada
Foto: Divulgação

O caderno foi roubado

A paixão de Jonathas pela poesia começou quando ele ainda era criança, na escola, com a professora Creuza, que fazia seus alunos lerem os poemas infantis de Cecília Meireles, Clarice Lispector e Stanislaw Ponte Preta. A partir dali o menino conseguiu enxergar tamanha beleza nas palavras, e logo quis fazer o mesmo, escrevendo seu primeiro poema quando tinha apenas 12 anos, ‘Céu de pipas’ que, anos depois seria o título de seu primeiro livro. ‘Céu de pipas’ é uma construção de detalhes da magia de empinar pipas, usando a linguagem regional e bordões dos amantes da pipa. A partir daquele poema, surgiram outros, inspirados no universo que cercava o menino, ‘Roupas no varal’, ‘O primeiro amor de moleque’, ‘A ladeira infinita’, ‘Futebol de rua’, ‘Campinho de futebol’, e ‘O vôo do curumim’, cuidadosamente escritos num caderno, que um dia foi roubado.

“Quando resolvi escrever o livro, consegui relembrar vários daqueles poemas, mas muitos havia esquecido e se perderam para sempre”, contou.

Naquela mesma época o menino Jonathas conheceria uma segunda paixão que, como a poesia, passou a lhe acompanhar pela vida.

“Também quando eu estava com 12 anos, no bar da minha casa, no Alvorada, ouvi a música ‘Pra ser sincero’, da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii. Foi paixão à primeira audição. Achei a poesia da música arrebatadora. Passei a ouvir todos os discos do Engenheiros, que se tornou a minha banda favorita”, recordou.

Começou ali a simbiose do poeta com o roqueiro e do roqueiro com o poeta.

“A poesia está no rock’ n’ roll. É uma combinação perfeita. A explosão do rock deve-se a essa simbiose. A poesia grita, chora, clama e protesta. O rock expressa poesia. A linguagem poética da dor necessita da sonoridade agressiva e revolucionária do rock. Posso citar exemplos de alguns poetas do rock nacional: Raul Seixas, Cazuza, Renato Russo e Humberto Gessinger. No meu caso, foi ao mesmo tempo. Quando comecei a escrever, também ouvia as minhas primeiras bandas de rock, portanto, na arte também a ordem dos fatores não altera os resultados”, explicou.

O silêncio tem um barulho

Em 2004 Jonathas formou a banda de rock progressivo Discípulus, e seus poemas acabaram virando canções. Nessa fase o poeta estava abordando temas introspectivos, religiosos e surrealistas, totalmente diferentes da fase inicial. Depois deu uma pausa para realizar outros trabalhos e quando retornou, formou uma nova banda, a Highway, especializada em fazer cover do Engenheiros do Hawaii, mas interpretando rock nacional e internacional. Além da Highway, Jonathas tem um trabalho solo, quando canta seus poemas, e está gravando o primeiro disco solo.

Sobre se prefere o silêncio para se inspirar e escrever poesias, ou o barulho característico do rock, o poeta/roqueiro respondeu filosoficamente.

“Ambos são ambiências inspiradoras, mas o silêncio tem um barulho ainda mais ensurdecedor, muito mais estridente do que qualquer barulho do rock, por isso eu prefiro o silêncio”, falou.

A primeira edição de ‘Tudo sobre o meu nada’ foi lançada em 2018. Ano passado Jonathas foi contemplado no Prêmio Feliciano Lana de Literatura, da Secretaria de Cultura, através do edital da Lei Aldir Blanc, e o livro ganhou uma edição especial.

“O livro é para todos os públicos, para quem ama poemas regionais, transcendentais, e da realidade do nosso cotidiano. É um sensível convite ao leitor, para um passeio de canoa cheio de aventuras pelo rio metafísico das palavras”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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