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Jaraqui com Economia: Negócios de impacto para a Amazônia

Estando na Amazônia, pautas ambientais são sempre um assunto de interesse social e econômico. E, dentro do tema, um dos maiores desafios é o descarte correto. Para afunilar ainda mais o problema, o descarte de eletroeletrônicos é, especialmente, um grande gargalo no mundo. É sobre esse assunto tão pertinente que o podcast/mesacast Jaraqui com Economia desta quarta-feira, 22/03, conversou com Alessandro Dinelli, CEO da Descarte Correto, em live transmitida diretamente do Jornal do Commercio.

Dinelli explicou que o conceito de reuso do resíduo eletrônico, seu principal braço de atuação, começou há cerca de 20 anos, quando ele resolveu coletar computadores velhos e implementar um Centro de Inclusão Digital em Maués (a 18 horas de barco de Manaus), em parceria com a igreja, com conceito de reuso de resíduo eletrônico. “A primeira aplicação do Centro de Inclusão Digital foi em Maués. Não foi um fator desmotivante e sabemos o quanto é desafiador o acesso à tecnologia na Amazônia”, lembrou.

Esse projeto, de 2001 até 2010 o projeto implementou mais de 20 Centros de Inclusão Digital, atendendo a cerca de 17 mil jovens, com acesso a conceitos de informática. “Em 2011, com a instituição do Política Nacional de Resíduos Sólidos, tive a ideia de criar a Descarte Correto como uma empresa, para entrar na nova indústria que se formava, a da logística reversa e economia circular”, explicou, lembrando que a logística reversa tem a responsabilidade e o dever de fazer voltar aos fabricantes e distribuidores, materiais fora de uso.

Mas, a logística reversa encontra dificuldades de se consolidar de fato no Brasil, sendo ainda mais difícil na Amazônia. “Se já é difícil de fazer chegar o produto em todos os pontos do interior do Estado, imagina trazer de volta geladeira, computador, eletrodomésticos e eletroeletrônicos quebrados ou em desuso? Estamos falando de toneladas de resíduos que têm que vir para o Centro de Reuso e Reciclagem “.

Quando se fala de logística reversa e economia circular, incluímos todo nós como consumidores e responsáveis pelo descarte. Segundo o CEO da Descarte Correto, de 90 a 95% dos computadores descartados podem ser requalificados e postos para reuso, gerando nova economia. “Por isso que nasceu o projeto para beneficiar outras pessoas através da inclusão digital. Ví descarte de computadores de um lado e pessoas sem acesso à tecnologia do outro. Resolvi trazer os computadores e realizar a inclusão digital”, ressaltou.

Com esse posicionamento, a Descarte Correto se transformou em um negócio de impacto, e foi um dos primeiros na Amazônia. “Nós, naquela época, já fazíamos a logística reversa, reutilizando um equipamento que poderia ser lixo eletrônico para qualificar pessoas para o mercado de trabalho e gerar renda. Imagina o impacto disso no interior da Amazônia?”, questionou.

A Descarte Correto quer, cada vez mais derrubar um ciclo maléfico e prejudicial e instituir o ciclo de impacto positivo. “Tudo que é matéria-prima é extraído da natureza, é transformado em outro produto que depois de usado é jogado em qualquer canto, aumentando cada vez mais os aterros e lixões e a contaminação do meio ambiente. E a economia circular, ou um trabalho igual o da Descarte Correto vem quebrar esse novo paradigma, essa nova cultura e mostrar que além de reciclar é necessário fabricar já pensando na volta para o ciclo produtivo”, comentou.

A Descarte Correto está fazendo um trabalho de benefício profundo ao meio ambiente, utilizando seus meios (reciclagem) para impactar os fins. Mas, além dos negócios, a mensagem que a empresa deixa é simples: não jogue fora. Reuse, recicle, recondicione ou entregue para quem fará isso.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o segundo maior produtor de lixo eletrônico das Américas, apenas 3% deste material é descartado corretamente. Daí a importância de cada um fazer a sua parte: o impacto aumenta.

Durante o bate-papo, o CEO da Descarte Correto falou sobre o negócio, meio ambiente, sustentabilidade e Amazônia. Deixou uma lição para todos nós consumidores. Vale a pena assistir na íntegra o programa, é só acessar o portal www.jcam.com.br, na área de vídeos.

Sobre o programa

O programa/mesacast Jaraqui com Economia, há 6 anos no ar, é um projeto de extensão das atividades da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), com parceria do Jornal do Commercio e UniNilton Lins, falando de economia, com possibilidade da participação de estudantes da instituição acadêmica e contribuição para o desenvolvimento regional.

A gravação e transmissão é realizada pelo site www.jcam.com.br e pelas redes sociais do Jornal do Commercio (@jcommercio). Vai ao ar às quartas-feiras com apresentação e produção dos docentes e economistas Mourão Júnior, Jefferson Praia e Michele Aracaty. 

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio
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