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Instagram é aliado de novos empreendedores

Quem nasceu na segunda metade da década de 1990, ou no início dos anos 2000, certamente nunca teve que procurar o telefone de uma empresa no famoso catálogo das “páginas amarelas”. Explicando o que foi essa espécie de “dinossauro”. Trata-se de um catálogo enorme –com páginas amarelas, evidentemente –contendo telefones de empresas de inúmeros segmentos. E podem acreditar, funcionava. Mas o tempo passou, a internet evoluiu, se popularizou e as páginas amarelas viraram coisa do passado.

Aliás, no que diz respeito à comunicação empresa/consumidor, é possível dizer que o mundo virou do avesso nas últimas duas décadas. Paradigmas foram quebrados, conceitos modificados, abrindo espaço para o novo. E a pandemia causada pelo novo coronavírus, por sua vez, acabou por impulsionar a vida de muita gente que, mesmo sem querer, acabou tendo que se tornar um empreendedor digital.

Fora da Caixa

Consultora empresarial há 15 anos, Michelle Guimarães, da empresa “Fora da Caixa”, diz que a pandemia, neste sentido, ajudou a separar “o joio do trigo”, em relação aos empreendimentos aptos a fazer essa transição para o mundo digital. “No geral é o mercado (digital) que teve um crescimento exponencial. Separou o joio do trigo. Quem conseguiu se adaptar, mesmo tendo um produto offline, quem conseguiu se adaptar ao mercado digital, sobreviveu. Quem não soube lidar com isso, lógico, não foi só esse fator né? Mas quem não soube lidar com certeza foi um grande peso para ir à falência”, explica.

Instagram

Para Michelle, o Instagram hoje é um dos grandes aliados dos empreendedores.  “Eu sempre falo nos meus treinamentos que, o Instagram, para a gente que é mais velho, são as novas páginas amarelas, que os jovens não sabem nem o que é isso. Se a empresa não posta regularmente, não informa sobre o que ela está fazendo, os seus produtos, serviços, o que está acontecendo… Eu por exemplo, se vejo uma pessoa que não postou há duas semanas, eu penso que a empresa faliu. Porque não está informando. É a nova forma que a gente tem para manter relacionamentos”, pontua.

Mas a presença digital por si só, não é suficiente. É preciso estabelecer um relacionamento. “A empresa tem que entender que, apesar da empresa ser um CNPJ, pessoas fazem negócios com pessoas”, completa.

Muito mais

Ser eficiente no mundo digital requer trabalho. É preciso dissecar e aprender sobre as ferramentas como posicionamento de SEO, que são os indicadores do Google, avalia a consultora. “Quem tem um bom posicionamento de SEO, quando a gente digita no buscador, por exemplo, semijoias, quais são as empresas que vão aparecer ali nas primeiras pesquisas? Então tudo isso tem que ser bem feito para que você atenda uma necessidade que surgiu do consumidor”, orienta Michelle.

Digital para além das redes

Engana-se quem pensa que, digitalizar um empreendimento, seja apenas criar e gerir redes sociais, ou mesmo fazer vendas online, ou até os famosos posts patrocinados. A digitalização do mercado passa também por pequenas coisas como ter uma maquineta de cartão de débito ou crédito para ofertar aos clientes, ou mesmo, ter os dispositivos necessários para fazer qualquer pagamento com a “onda” do momento, o PIX.

“Tudo tem que ser muito bem feito para que você atenda uma necessidade do consumidor, que é a comodidade”, assina Michelle, que cita como si própria como uma cliente que compra frutas do mesmo vendedor, há tempos, porque ele aderiu ao uso das máquinas de cartão de crédito.

“A gente tem que parar de achar que digitalização é só rede social. Não é! É muito mais do que isso. É você dar todas as ferramentas para o cliente se sentir na comodidade. Quantos vendedores ambulantes perderam venda porque eles simplesmente poderiam só imprimir o QR Code do PIX deles, porque pensa, 10 segundos numa venda vendendo um pano de prato e o cara não tem dinheiro? Se tem o PIX, ele aponta para o QR Code, pagou, já era. O cara está perdendo venda, claro, que tem toda a questão do conhecimento, mas está perdendo por falta da digitalização”, analisa.

Melhorando os relacionamentos

Saber se relacionar com a clientela e, principalmente, oferecer comodidade, são alguns dos pontos fundamentais que a consultora aponta. Um exemplo de comodidade, foi o de uma cliente empresária que perdia muito tempo para conseguir informar às suas clientes sobre roupas que ela vendia. Foi quando Michelle sugeriu que ela fizesse um catálogo digital.

“Também atendi clientes que não sabiam como estreitar os laços, a vivência com o cliente, de informar, “olha tem novidade, estamos trabalhando desta forma”. Fazer o storytelling da evolução da empresa. O cliente quer pelo menos saber. Ele pode não comprar o tempo todo, mas ele quer saber o que está acontecendo com aquela empresa que ele já se relacionava. Então, hoje, a dificuldade das empresas é manter esse relacionamento”, explica a consultora.

E como estreitar mais este relacionamento?  Michelle não esconde o jogo: “Você pode manter esse relacionamento, rede social, por um informativo no WhatsApp, por um post patrocinado. Tem várias formas”, indica.

E se existe aquele ditado “casa de ferreiro, espeto de pau”, ele não se aplica à Michelle quando o assunto é o aumento dos rendimentos durante o período de pandemia. Se ela ajudou a melhorar a vida dos clientes, dando orientações sobre a digitalização, a própria digitalização fez com que as consultorias da empresária amazonense ultrapassassem de vez as fronteiras do Estado, e agora ela já conta com várias clientes de sua mentoria, espalhados pelo Brasil.

Muito além do que se posta

Para qualquer negócio, marcar presença no mundo digital vai além de fazer apenas um bom uso das redes sociais. Essas ferramentas são importantes, mas é apenas uma parte de todo um do processo. É preciso ter um bom relacionamento com os clientes e ir um pouco além disso também.

Aos 26 anos, Taiany Carvalho, tem um emprego como analista administrativa, mas já mostra disposição para empreender, por isso, decidiu apostar no ramo gastronômico e abriu uma hamburgueria.

Ela conta que passou pelo treinamento de Michelle sobre o mundo digital e, com isso, ampliou seu leque de possibilidades.  “Eu sempre estive no mundo digital há muitos anos, especialmente neste ano tive uma virada de chave com a mentoria da Michelle. Ela me abriu os olhos sobre a grande importância de uma boa apresentação estratégica, tanto do meu pessoal, minha imagem, como quero que as pessoas me vejam, quanto do meu negócio”, explica.

De acordo com ela, a mentoria foi 100% online e serviu para “melhorar seu posicionamento no digital, como forma de criar uma rede de relacionamentos estratégicos, marca pessoal e exposição estratégica também”, diz.

Comunicação

Relações públicas e sócia-fundadora da empresa Target Assessoria de Comunicação, Márcia Vilella, de 53 anos, já tem 29 anos de estrada, e fala sobre a entrada no mundo digital como uma consequência natural da evolução, para a melhoria de processos e serviços. Ela também passou pela mentoria. “O digital está 100% presente na minha rotina e no meu negócio”, assinala a empresária, que também que tem na produção de conteúdos digitais, uma das armas fortes de seu portfólio empresarial.

E para aqueles que acham que já passou da idade e que não há mais nada para aprender em relação a este universo relativamente novo, e em constantes transformações, Vilella deixa um recado:  “O fato de você ter um negócio há tantos anos, e ser uma pessoa já não tão jovem, só prova que a gente tem que estar sempre aberta para aprender, porque a gente nunca sabe tudo, e que sempre há espaço para aprender mais e mais”, finaliza.

Foto/Destaque: Divulgação
Reportagem de Leanderson Lima

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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