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Indústrias preferem investir em poços a usar rede pública de água

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As empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus), que somam mais de 500 incentivadas, continuam relutando em fazer parte do sistema público de abastecimento de água administrado nos últimos dez anos pela Águas do Amazonas, porque fizeram altos investimentos na perfuração de poços artesianos e na estação de tratamento. A empresa de águas bem que já tentou mudar essa situação, inclusive pediu apoio do legislativo municipal, mas ainda não obteve êxito.
O diretor de relações institucionais Águas do Amazonas, Arlindo Sales, admite que sem a adesão das empresas do PIM, a expansão do sistema público de saúde ficará sempre comprometida. Ele garante existir rede de água em frente de cada fábrica do Distrito Industrial, no entanto, a grande maioria das fábricas não aderiu ao sistema. “Essa é uma situação que precisa ser enfrentada pela classe política local, pois sem a adesão destas empresas a expansão do sistema fica comprometida”, garantiu.
Na opinião de Arlindo Sales, todas as categorias e esferas sociais precisam participar do sistema público, que, segundo ele, hoje conta com água de excelente qualidade de água. “A situação com o Distrito acaba tendo uma implicação histórica, que data da época dos serviços prestados pela antiga responsável por este serviço, a Cosama (Companhia de Saneamento do Amazonas)”, disse.
O dirigente entende que esse relacionamento ficou estremecido por conta da qualidade dos serviços e concorda que os empresários têm suas razões. Mas, há que haver um retorno deste pensamento, ponderou, ressaltando que nos últimos dez anos, a Águas do Amazonas já modificou radicalmente a face do abastecimento de água na capital amazonense.
A Águas do Amazonas vem debatendo este tema junto aos representantes municipais -veradores-, a Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e outras entidades de classe a fim de que seja criada uma ampla rede de discussões a fim de que as empresas do Distrito Industrial possam aceitar a fazer parte do sistema público.

Jogo de empurra-empurra

Segundo o diretor-executivo do Fieam, Flávio Dutra, por ocasião da instalação do Distrito Industrial, há mais de 25 anos, como não havia infraestrutura de tubulação de água no local, houveram várias discussões entre a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e a prefeitura de Manaus sobre quem iria administrar esta questão, sem contudo chegarem a um concenso na época. “Ficou um jogo de empurra-empurra: De um lado a Suframa justificava que não poderia assumir essa responsabilidade, porque não era de sua competência; do outro a prefeitura alegava que o Distrito era uma área federal e que fugia de sua orçada”, lembrou.
Diante dessa queda-de-braço, as empresas recém-chegadas no PIM, resolveram, em sua maioria, tomar uma decisão e investir na perfuração de poços artesianos para atender suas necessidades básicas de água. Dutra disse que algumas fabricantes, preocupadas com a água que iriam oferecer aos seus trabalhadores e uso pessoal, resolveram investir na melhoria da qualidade desse produto, chegando a fazer tratamento de resíduos. “Houve investimento em estação de tratamento”, garantiu.
Depois que a Águas do Amazonas ganhou a concessão para tratamento, captação e distribuição de água no Estado, Flávio Dutra informou que a empresa começou a exigir que as indústrias do PIM ficassem interligadas à rede pública, inclusive pagasse a taxa de esgoto. Já houve várias reuniões neste sentido, inclusive na Fieam, sem, contudo, ter havido um concenso. “As empresas fizeram altos investimentos e terão que gastar mais ainda para se adequar ao sistema público, por outro lado, todos sabem que em Manaus não existe rede de esgoto”, justificou.
Segundo Dutra, a Lei das Águas (nº 9.433), do governo federal, a qual todos os Estados brasileiros terão que se adequar, obriga o pagamento do uso da água por quem utilizar poço artesiano. “Não foi ainda aplicada em Manaus”, disse.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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