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Indústria do PIM deve fechar o ano com perdas

Indústria do PIM deve fechar o ano com perdas

O PIM deve fechar o ano com faturamento de R$ 115,27 bilhões e crescimento de 10,06% em relação a 2019. Contabilizadas em dólares (US$ 21,87 bilhões), no entanto, as vendas sinalizam encerrar com queda de 17,31%, na mesma comparação. No caso da média de empregos (89.962), a retração esperada é de 1,7%, a despeito das contratações que se seguira no rastro de recuperação da manufatura manauense, no terceiro trimestre. A projeção é da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas).

Os dados mais recentes dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa nesta terça (29), confirmam que o PIM ainda não conseguiu reverter as perdas da pandemia em moeda forte. Em dez meses, as vendas da indústria incentivada acumularam R$ 95,49 bilhões e subiram 9,71% ante igual período do ano anterior (R$ 87,04 bilhões). A mesma comparação em dólares, por outro lado, indica que as vendas não passaram de US$ 18.25 bilhões, ficando abaixo do aglutinado de janeiro a outubro de 2019 (US$ 22.21 bilhões).

A mesma base de dados da Suframa informa que, em outubro, o PIM registrou média de 95.690 postos de trabalho nas fábricas, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. Houve queda em relação a setembro (95.875) – o melhor número da indústria incentivadas de Manaus, em 2020 – e alta de 2,32% na comparação com outubro de 2019 (93.522). A média do acumulado (91.803) se manteve 2,77% acima da marca de 2019 (89.328), além de superar 2018 (87.408), 2017 (85.880) e  2016 (86.396) – mas seguiu distante de 2015 (107.681), ano inicial da crise econômica anterior. 

Informática em alta

Entre os sete principais segmentos industriais do PIM destacados pela Fieam, apenas um apresenta alta de faturamento em ambas as moedas. Responsável por 26,11% das vendas globais do PIM, o subsetor de bens de informática apresenta o melhor desempenho relativo aguardado, com altas respectivas de 34,60% (R$ 31,68 bilhões) e de 0,52% (US$ 5,98 bilhões). A estimativa para o polo eletroeletrônico (25,72% do faturamento do PIM) indica elevação de 7,33% em reais (R$ 29,45 bilhões) e decréscimo de 19,13% em moeda americana (US$ 5,61 bilhões). 

Outras duas atividades do parque fabril de Manaus contam com projeções negativas em ambas as comparações. O segmento de duas rodas registra o pior desempenho da lista, com recuos de 8% (R$ 13,97 bilhões) e de 29,85% (US$ 2,69 bilhões), respectivamente.  É seguido de perto pelos termoplásticos, que devem amargar reduções de 2,02% (R$ 6,75 bilhões) e de 25,45% (US$ 1,30 bilhão), no cálculo da Fieam.

Segmentos atuantes na indústria intermediária ficaram no meio termo, a exemplo do polo químico, que deve subir 6,86% em moeda nacional (R$ 10,07 bilhões) e declinar 18,86% pela em divisa americana (US$ 1,93 bilhão). Vale notar que o segmento esteve no centro do impasse sobre a alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para concentrados para refrigerantes na ZFM, que se encerrou com a fixação do percentual em 8% – com vigência inicial para fevereiro de 2021.

Outros segmentos, como o metalúrgico e o mecânico, sofreram com a escassez de insumos, que se estendeu aos fabricantes de bens finais do polo de duas rodas – apesar da demanda aquecida. Como resultado, a estimativa é que o polo metalúrgico consiga consolidar aumento de 12,76% no resultado das vendas medido em reais (R$ 9,08 bilhões) e encolher 14,67% em dólares (US$ 1,74 bilhão). Para o subsetor mecânico, espera-se alta de 18,64%, no primeiro caso (R$ 7,83 bilhões), e queda de 10,04%, no segundo (US$ 1,49 bilhão).

“Era de Aquário”

Na análise do presidente da Fieam, Antonio Silva, apesar dos recuos esperados, o saldo de 2020 indica que o Amazonas – tanto em seu setor privado, como público – conseguiu amenizar o prejuízo imposto pela pandemia, “que ainda não acabou”. Os efeitos diferenciados nos segmentos se dão, conforme o dirigente, pelo grau de necessidade da população, em cada caso. Ele dá com exemplo o impacto das quarentenas no maior uso da internet para comprar alimentos e medicamentos. Como consequência, aumentou a demanda por bens de informática e a produção do subsetor no PIM.

De acordo com Antonio Silva, diante dos resultados, a indústria do Amazonas está otimista com as possibilidades de melhora para o próximo ano. O presidente da Fieam ressalva que parte do empresariado está cauteloso em razão de “algumas indefinições e problemas”, a exemplo do encerramento do auxílio emergencial, que ajudou a catapultar as vendas e a produção acima da média nacional, em nível local. O que preocupa mais, contudo, é o recrudescimento da pandemia em todo o país, levando os governos a imporem maiores restrições para o controle da doença – e impactos econômicos significativos. 

“Mas, somos extremamente resilientes e conseguimos recuperar boa parte do que foi perdido. Se tivermos boas notícias com respeito à aplicação das vacinas, certamente teremos mais ânimo para crescer, reativando o consumo, a produção e a geração de mais empregos, fatores essenciais para uma nova arrancada promissora em 2021. Muitos falam que entramos na Era de Aquário, então temos esperança de um Ano Novo com boas chances deste ser muito melhor que o atual”, finalizou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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