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INCTs têm R$ 24,4 milhões para pesquisas

Os seis recém-criados INCTs (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia) do Amazonas possuem R$ 24,4 milhões para a realização dos projetos de pesquisa, oriundos da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa). Os estudos aprovados em todo o país receberão R$ 30 milhões em bolsas de estudo em nível de mestrado e doutorado concedidas pela Capes/MEC (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação).
Os INCTs são unidades de pesquisas virtuais e na prática constituem um grupo de pesquisadores que estudam determinado aspecto da Amazônia, segundo o coordenador do INCT-Madeira, Niro Higuchi.
A criação dos institutos nacionais atende ao Plano de Ação de CTI 2007-2010 (Ciência Tecnologia e Inovação), do Ministério de Ciência e Tecnologia, para pesquisas relacionadas a ambientes aquáticos, biodiversidade animal e vegetal da região amazônica, serviços ambientais, manejo florestal e preservação das áreas verdes aliada à manutenção da floresta.
O INCT Centro de Energia, Ambiente e Biodiversidade, com sede na UEA (Universidade do Estado do Amazonas) e o Brasil Plural – Novas Realidades Brasileiras e na Amazônia, situado na Ufam (Universidade Federal do Amazonas)- são os únicos centros de pesquisa fora das dependências do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).

Projetos aprovados

Adapta (Adaptação da Biota Aquática da Amazônia), Cenbam (Centro de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica), INCT-Madeira (Centro Nacional de Pesquisas e Inovação em Madeiras) e Servamb (Serviços Ambientais da Amazônia), formam o grupo de INCTs baseados na sede do Inpa, em Manaus. Conforme o diretor do Instituto e coordenador do Adapta, Adalberto Val, a reunião destes grupos de pesquisa é inédita no Amazonas.
“Pela primeira vez o Estado conseguiu organizar de forma consciente redes de pesquisas sobre quatro assuntos extremamente relevantes à região”, destacou Val. Ele disse ainda que no Brasil não há outra instituição de pesquisa que disponha, proporcionalmente, o mesmo número de pesquisadores que o Inpa e que tenha aprovado projetos com um volume de recursos tão grande.

Necessidades acadêmicas

Para o presidente da Fapeam, Odenildo Sena, os institutos são de grande importância para a região porque poderão suprir as necessidades acadêmicas da Amazônia. “Cada projeto tem sua demanda para bolsas de estudo em nível acadêmico e isso irá gerar um grande número de pesquisadores qualificados em assuntos amazônicos”, destacou.

Brasil Plural consegue ser incluído na última hora

Segundo o presidente da Fapeam, o instituto Brasil Plural – Novas realidades Brasileiras e na Amazônia quase foi excluído no processo de estabelecimento dos outros INCTs. “O Brasil Plural tinha ficado de fora por ausência de recursos financeiros, mas a Fapeam articulou a criação dele no Ministério da Ciência e Tecnologia e conseguimos garantir mais este instituto de pesquisa para o Amazonas”, explicou.
O INCT Brasil Plural é resultado de um projeto de pesquisa do departamento de antropologia da Ufam e está em funcionamento com pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O orçamento deste ano é de R$ 2,4 milhões, sendo R$ 1,2 milhões do CNPq e duas parcelas de R$ 600 mil -a primeira da Fapeam e a segunda da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina).

Para engenheiro florestal, desmatamento é inevitável

De acordo com o engenheiro florestal e doutor em manejo florestal, Higuchi, o desmatamento da Amazônia é inevitável. “A substituição da floresta por pastos e plantações, comum no Pará e Mato Grosso, certamente chegará ao Amazonas e, quando isso acontecer, teremos que apresentar alternativas viáveis e fundamentadas para não deixar que a floresta desapareça”, argumentou.
Higuchi afirmou que o INCT-Madeira possui orçamento de R$ 1 milhão para este ano e 55 pesquisadores de cinco universidades: Ufam, UEA, Unb (Universidade de Brasília), UFPR (Universidade Federal do Paraná) e Inpa.
O INCT-Madeira foi estabelecido com a função de aumentar a produtividade da floresta primária e aumentar o rendimento das indústrias de madeira da região. Os recursos aprovados para o projeto são de R$ 4,8 milhões e serão para a construção de centro de treinamento experimental, melhoria da infra-estrutura de laboratórios de tecnologia, garantir a transferência de tecnologia e viabilizar a realização de experimentos na floresta.
“Além das pesquisas propriamente ditas, os resultados práticos do instituto serão o desenvolvimento de produtos, como novas tecnologias para aproveitar a madeira integralmente, e serviços ambientais para exploração sustentável da madeira, por exemplo”, disse o coordenador do INCT-Madeira, Niro Huguchi.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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