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Inadimplência é maior no setor de comércio na Região Norte

Inadimplência é maior no setor de comércio na Região Norte

O comércio é o segmento que aparece como maior devedor na região Norte, em razão da crise da Covid-19. Considerando o total de empresas com débitos no setor,  a região concentra 63% dessa fatia. É o que revela pesquisa realizada pela BizCapital, fintech de crédito para MPEs para entender o comportamento das empresas brasileiras com relação ao crédito, qual setor mais pegou dinheiro e os motivos. 

Nesse rol de empreendedores que mais tomaram crédito  setor de serviços aparece com 21%,  indústria 10,5%. O setor de construção civil registrou o menor percentual 5,2%. 

Ao considerar o comportamento dos setores que mais buscam empréstimo para consolidar dívidas, o setor de serviços retêm 50%, seguido pelo comércio 37%, depois indústria e construção 6,5%, respectivamente. 

Os empreendedores do Amazonas tiveram um impacto considerável em suas receitas. “Aproximadamente 40% de perda o que acaba comprometendo muito o fluxo de caixa do negócio. E os setores mais afetados foram turismo e transporte, beleza e varejo de roupa”, explica Francisco Ferreira, fundador da BizCapital.

Fatores como ajuda com capital de giro para conseguirem cumprir com suas obrigações, já que muitos perderam contratos e deixaram de vender, estão entre os motivos da inadimplência. “Com certeza, o distanciamento social e as medidas de fechamento dos negócios contribuíram bastante para a procura de recursos financeiros alternativos”. 

Para ele, as linhas de crédito foram fundamentais neste contexto dando o fôlego que as empresas precisavam para se manterem ativas e de portas abertas. Além disso, o maior desafio dos empresários em manter os compromissos foi entender o que é primordial para o negócio continuar de pé. Muitos tiveram que escolher o que pagar. Nosso maior conselho para os nossos clientes na pandemia foi “se o gasto não for fundamental para a existência da sua empresa, não o faça”.

“Os empreendedores do Amazonas estão entre os mais otimistas sobre o futuro, eles acreditam que novas oportunidades vão surgir e estão prontos esse novo normal. Nós da BizCapital também acreditamos nisso e estamos aqui para apoiá-los em todos os momentos e em seus projetos de crescimento”. 

O professor do Departamento de Economia e Análise da UFAM, doutor em economia pela USP, Leonardo Regazzini, os resultados da pesquisa estão bastante conectados com os efeitos da pandemia sob a economia. “Indústria e serviços foram os setores que mais perderam receitas com a pandemia. A indústria teve que interromper muitas de suas atividades em função do isolamento social”, explica o economista. De acordo com ele, para o setor de serviços bem como comércio, o problema é ainda pior, pois além da proibição de funcionamento para muitas empresas, houve também queda da demanda, pois muitas pessoas evitaram (e ainda tem evitado) frequentar estabelecimentos comerciais. Setores como a agricultura, que não sofreram com queda de demanda e, por suas características, têm condições de manter as atividades com relativo isolamento social, sofreram menos.

“Os setores que sofreram mais tiveram que recorrer mais ao crédito. A razão principal é a falta de receita para pagar faturas, realizar o giro do capital. Por isso esta tem sido a modalidade de crédito mais frequente”.  

Por dentro

Em todo o país, o comércio e indústria se tornaram, respectivamente, os setores mais inadimplentes devido a crise.  O setor de serviços foi o que mais solicitou crédito, com 54%, seguido do segmento de comércio, com 34%. Já os setores de Construção e Agropecuária foram os que menos tomaram empréstimo por terem sido, também, os setores que menos solicitaram.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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